Uma manhã em cheio, daquelas que fazem rejuvenescer um professor velho, alquebrado, anacrónico e conservador. Dia dos Afectos com tudo o que o envolve de alegria e partilha emocional a atravessar toda a comunidade educativa, com corações a voar por entre todos e muitos abraços para a posteridade. Numa perspectiva moderna de igualdade de género, abracei duas colegas femininas por cada colega masculino, obedecendo à distribuição do corpo docente da minha escola, sem distinção de orientação sexual. Mas sempre com o devido respeito e distância corporal para que nada possa ser considerado assédio ou invasão do espaço pessoal alheio. Em sala de aula, foram produzidas algumas dezenas de corações em papel colorido e cartolina, em recorte simples, desenho elementar ou origami mais ou menos complexo (adorei aqueles com asinhas angelicais). Ao mesmo tempo, o torneio de futsal – apesar de desenvolvido em pavilhão muito pré-Parque Escolar e ainda bem que sem ser em dia de chuva – mobilizou dezenas de jovens, centenas com os que foram assistir, permitindo a confluência de interesses entre turmas e professor, no sentido de sairmos do aprisionamento convencional das salas de aula e aspirarmos o ar livre do espaço exterior. Apesar de alguma susceptibilidade ao alegado nível elevado de pólens no ar, o que me causa sempre aqui uma pontada sino-rinítica por cima do olho direito, faço um balanço extremamente positivo da manhã lectiva, até porque nos intervalos se verificou um convívio assaz agradável entre um conjunto de colegas sempre ansiosos por partilhar experiências de vida e de escola numa perspectiva de permanente melhoria pessoal e profissional.
A tarde, sem actividades lectivas, vai ser tão difícil de ultrapassar…

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