5ª Feira

Após novo dia de muitas horas na escola e com muitos problemas para resolver, vinha a pensar pela milionésima vez o quanto gostaria que certas luminárias engomadas saíssem do seu pedestal de especialistas e teorizadores da coisa pedagógica e viessem resolver o que faz o nosso quotidiano nas escolas do país real. Eis que vou comprar o JLetras para efeito de arquivo das minhas prosas e dou de caras com o depoimento de dois dos progenitores (Ariana Cosme e Rui Trindade) do pafismo educacional (eles aprenderam a escrever pafc quando perceberam que a coisa se prestava a trocadilhos) a defender o seu “paradigma”. Ok, eu sei que eles devem detestar o que eu escrevo tanto ou mais quando eu tenho desdém pela forma como eles são paternalistas com os professores. Ficamos quase quites, porque é diferente o poder de quem influencia decisões com efeitos sobre a vida dos outros e ainda aparece logo atrelad@ a editoras na produção e apresentação de materiais para a implementação do que ajudaram a legislar. Porque, até escrevem que o seu menino dos olhos “potencia, assim, a rutura com a dicotomização de tipo taylorista, em função do qual se atribui, a quem lidera, a responsabilidade pelas tarefas de conceptualização dos projetos e a quem intervém nas salas de aula, a responsabilização pela execução dos mesmos”.

Como se não fosse exactamente isso que eles estão a fazer, a decidir a generalização de uma medida que atiram para cima das escolas e dos professores. Há gente que não entende mesmo – ou faz que não entende – que são apenas um velho paradigma com umas lantejoulas a fazer de roupa nova.

(el@s estão de volta com o seu linguajar inconfundível…)