4ª Feira

Aqui por casa há um pouco de tudo em relação aos corredores da Educação “inferior”. Há quem esteja no Secundário, há quem esteja no Básico e há quem ainda esteja a fazer vida como discente. Ao jantar comparamos experiências acerca das várias facetas da insanidade quotidiana em que nos movemos. O pudor (e o facto de não gostar de danos colaterais) coíbe-me de ser mais específico sobre as “práticas”. Embora, por vezes, ache que contam com esse recato ou auto-censura a que me remeti para abusar da sorte. Até ao dia em que os bois e vacas precisem mesmo de ser nomeados, com badalo e tudo. Porque isto é como com negros e judeus, quem é profe tem uma espécie de direito especial de criticar ou fazer humor com os da sua “raça” (estranha).

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A Culpa Não É Só do Feliciano

É também das instituições e júris que não fazem o seu trabalho. O feliciano é um chico-esperto que se aproveita do piloto automático de gente que faz currículo a orientar e arguir teses que leu com um olho fechado e o outro por abrir, reverenciando qualquer alusão a uma universidade estrangeira, mesmo que seja medianamente conhecida. Há quem tenha transformado dois meses de passeios num campus e biblioteca numa investigação a sério. O feliciano é um epifenómeno, nada raro em universidades mais interessadas em recrutar docentes com conexões políticas do que pelo seu verdadeiro valor académico. O feliciano é como aqueles colegas que dizem que já fizeram tudo e mais alguma coisa, mas de que nunca vimos a concretização efectiva de nada. Pelos vistos até a tese é um relatório. Tudo muito bolonhês. Há disto por aí às centenas e milhares, mestrados de aviário com “teses” que fariam corar de vergonha um aluno de uma licenciatura decente.

BArreirasDuarte