The Road to Nowhere

Quando se pensa que o nível de idiotice está num patamar de difícil superação, eis que o doutor Verdasca se suplanta a si mesmo, parecendo que ter “ideias”, em si mesmo, sendo melhor do que não ter qualquer uma, não é necessariamente uma vantagem. Por exemplo, ele poderia aquietar-se e ninguém lhe sentiria a falta e das suas ideias.

Parte 1 (o sofrimento):

“Os alunos estão a sofrer imenso no secundário”, disse, acrescentando que “milhares de alunos de 15 anos” estão, “no final do 1.º período, com uma média que compromete entrar em engenharia espacial, medicina ou outras engenharias”.

Parte 2 (o emaranhado conceptual em forma de vazio substantivo):

“Este ecossistema educacional está a fazer germinar um conjunto de discussões territoriais com múltiplos atores, com responsabilidades neste processo, e isso será facilitador de uma nova equação, de um outro contexto”, disse, considerando que o Ensino Superior “usa muito o critério de ser o ensino secundário a resolver o problema do acesso”.

Parte 3 (a ideia brilhante, no sentido radioactivo do termo):

Verdasca defende que “as escolas prestam um serviço publico inquestionável, de elevadíssima qualidade no processo dessa seleção [de alunos] que é matéria do Ensino Superior” e “talvez fosse interessante o Ensino Superior pagar a cada uma das escolas um X por cada aluno que ela avalia para entrar no Ensino Superior”.

Resumindo: o actual ecossistema educacional causa-nos um enorme sofrimento e deveríamos ser pagos para ouvir/ler os verdascas.

Isto é mau, muito mau, demasiado mau. Saber que é este tipo de “pensamento” que anda a definir grande parte das nossas políticas educativas é aterrador porque, mais do que más, são ideias que nem conseguem bater certo umas com as outras, não fazendo qualquer sentido.

Nunca pensei escrever isto: afinal há quem faça, comparando, com que o gualter até pareça ter sido dotado de ideias apenas medíocres.

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