Quando leio certas narrativas sobre a evolução do sucesso escolar entre nós, em especial no Ensino Básico, dá-me assim uma comichigação nos neurónios. Como se podem estabelecer séries longas (ou mesmo médias) para uma análise diacrónica coerente, quando se mudam os critérios de transição (ou se reforçam recomendações de forma nem pressionante sobre as escolas) a cada punhado de anos? E quando formos avaliar com base em “projectos transversais e interdisciplinares”?
Sim, claro, é possível alinhar números e dizer que o sucesso aumentou. Mas estaremos a comparar a evolução de uma realidade com os mesmos parâmetros?
Por isso é que acho que se reduziria de vez o insucesso para níveis residuais se existisse a coragem de, à saída de cada ciclo do Básico, serem entregues certificados com a média real dos alunos. Eu preferia numa escala de 0 ou 1 a 10, mas se tiver de 1 a 5 para se “comparar” melhor a “qualidade do sucesso”, por mim tudo bem.