Em regra, evito relatar episódios numa primeira pessoa recente, por causa das susceptibilidades que andam muito susceptíveis. Isso e aquela coisa do decoro e sigilo e tal.
Mas há limites, tanto de tempo como de pachorra, quando se sabe de coisas que deitam abaixo qualquer pretensão de boas intenções e razoabilidade em certas posições.
Eu explico-me: num tempo não muito distante, não interessa quando, em matéria de ano, mês ou período, em reunião de avaliação em que eu estava bem presente (se bem que com ar justificadamente enfastiado), ouvi algo que irei relatar com naturais imprecisões de detalhe por parte de colega da área das chamadas “Expressões”. Então foi assim uma determinada aluna foi caracterizada como “muito assídua e pontual, esforçada, tenta fazer tudo o que lhe peço, é bem comportada, leva sempre o material da disciplina, mas tem tão pouco jeitinho, que só lhe posso dar…”
E faço aqui um interregno para explicar que se é para levar o peso de “atitudes e valores” a sério e se eles são, em regra, ponderados entre os 20-30% no Ensino Básico, tendo a aluna, pela descrição, certamente e no mínimo um “Bom” (70-89%) nesse parâmetro, muita falta de jeitinho teria mesmo de ter nos “Conhecimentos/Competências” para se ficar por uma classificação “negativa”.
Mas foi a que teve: nível 2. apesar de tudo o que tentou fazer, de todas as atitudes e valores que demonstrou. Mas sem “jeitinho” engoliu com um “patinho” na pauta, felizmente sem consequências a nível de possível retenção. Caso assim não fosse, lá aumentaria eu a minha fama de péssimo feitio com quem proclama publicamente uma coisa (ai, ai, ai, temos de valorizar as atitudes e o “processo” e não o “produto”) e faz outra, mal lhe aparecendo a oportunidade.

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