Nas “novas” matrizes do Básico e Secundário não existe qualquer acréscimo nas “Expressões Artísticas” e quanto à Educação Física a medida não podia ser mais na lógica de Crato: a importância decorre de “contar para a média”.
Estive quase a comprar o Expresso para ler a entrevista toda, mas a partir deste destaque perdi a vontade. Porque o ministro Tiago, dois anos e meio depois, continua um comunicador inábil em tudo o que seja ir além do guião que lhe é fornecido. A “autonomia e flexibilidade” é uma reforma do secretário Costa que anda pelo país a vendê-la. O resto… é treta. Basta verificar o que anda por aí de projecto de decreto-lei. O par pedagógico em EVT numa só disciplina desapareceu (antes do Crato) e não volta, com o beneplácito dos parceiros do governo no poder na actual APEVT que bate palmas a tudo o que seja “holístico” e ; não há qualquer reforço na área da Educação Visual (ou numa História da Arte no Secundário) e acho indecoroso que se dê a entender o contrário. Quanto às Ciências Sociais e Humanas, continua sem qualquer reversão, o corte feito bem antes do Crato.
Quanto à Educação Física, passa a “contar para a média”, mas, curiosamente, sem o escrutínio de um exame nacional como no caso das outras disciplinas da componente geral do Secundário. Ou seja, o “reforço” é mais na base do “fazemos o que queremos, damos a nota que entendemos e os outros que levem os alunos a exame”. Depois do “sucesso” da prova de aferição do 2º ano, esperava mais coragem.
Talvez o miolo da entrevista esteja mais próximo dos factos, mas duvido.
Expresso, 21 de Abril de 2018
Estou de acordo com praticamente tudo o que afirma. Não posso, contudo, deixar de assinalar uma pequena incorreção. A língua estrangeira faz parte da formação geral, conta para a média e não está sujeita a exame nacional. A filosofia conta para a média e, apesar do número crescente de alunos que optam pelo exame, não está necessariamente sujeita a exame.
Um bom fim de semana.
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Atenção à matriz do Secundário:
http://www.dge.mec.pt/matriz-dos-cursos-cientifico-humanisticos
A Língua Estrangeira não chega ao 12º ano como a EF…
A comparação deveria ser feita com o Português.
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As bienais da formação específica também não chegam ao 12. Teria então sido mais correto falar das disciplinas da formação geral que vão até ao 12 e não das disciplinas da formação geral.
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Língua Estrangeira e Filosofia não estão sujeitas a Exame Nacional. Podias era falar que a Filosofia tem um estatuto especial, que mais nenhuma outra disciplina tem, que é a der ver o seu exame poder substituir outros, como, por exemplo, um das bienais de Ciências e Tecnologias, mas já vi que isso não interessa.
Portanto, o “fazemos o que queremos, damos a nota que entendemos e os outros que levem os alunos a exame” é, no mínimo, absurdo.
Fácil, nesse teu raciocínio, era seguir o “fazemos o que queremos, damos a nota que entendemos e, como não conta para a média, estamos felizes da vida, porque não temos mais trabalho, mais preocupações e mais pais ou colegas a reclamarem das notas.”
Já reparaste que é exactamente o contrário do que afirmas? Que queremos mais responsabilidades, e não menos? Por isso, afina lá isso.
Já agora: há mais de 25 anos que os Cursos Superiores de Educação Física têm, como pré-requisito, provas físicas. No meu tempo até eram eliminatórias: tenho uma carrada de conhecidos que quiseram ser professores de Educação Física e não conseguiram porque chumbaram nas provas de acesso.
Se calhar, até neste ponto já andamos, há muito, a fazer o que deveria ser feito por todos.
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Ora bem… repito que a Filosofia não tem 3 anos, mas apenas 2 (10º e 11º). Mesmo se não foi sobre isso que escrevi.
De qualquer modo, a Filosofia é uma disciplina objectivamente desprezada pela ideologia sanitarista que nos invadiu. Como a História no Básico, com as propostas de semestralização…
Quanto ao Inglês… também só chega ao 11º ano. Não ao 12º.
Por favor… não baralhem as coisas sem necessidade.
http://www.dge.mec.pt/matriz-dos-cursos-cientifico-humanisticos
Maurício, acho que não tens percebido a minha argumentação: em nenhum momento afirmei que a EF quer mais “responsabilidades”. O que tenho dito é que o seu lobby pretende estender o seu poder sobre o currículo. Mantenho isso.
Se a questão é de “saúde” há muitas outras maneiras, na escola, para a promover sem apropriação do currículo num exercício de poder validado por parte da equipa ministerial.
Há que ser claro. E eu gosto de o ser de forma frontal.
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Já agora, um “reles” professor de educação física, gostaria de perguntar ao senhor doutor Guinote porque não se escandaliza com o facto de duas disciplinas anuais do 12º ano, sem avaliação externa, terem o mesmo peso na média do secundário que as duas disciplinas trienais!!!
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Caro Mário Tavares, os termos que usa para provocar fazem com não que valha a pena responder-lhe.
Quando quiser ter maneiras à mesa, respondo-lhe.
Como vê, não me incomoda responder ao Maurício.
A si, vai-me desculpar, mas não, apesar da simplicidade da resposta que pede.
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Fui seguidor diário do “umbigo” continuo a ser do “o meu quintal”. Tive o prazer de ler vários comentários/respostas seus a quem verdadeiramente o provocou, insultou e ofendeu. Dou de barato que seja pela putativa provocação que não me responde… mas não me parece.
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Acha que é por causa de outra razão?
Não.
Vá lá… eu respondo só por causa da memória do Umbigo.
Essas disciplinas são capazes de ter algo mesmo a ver com os cursos a que os alunos se vão candidatar?
Certo?
Das duas trienais… continuo a achar (para desgosto da minha filha) que só o Português é verdadeiramente “transversal”.
Por exemplo… eu sou antigo, mas para a minha média de acesso à Universidade há 35 anos contaram História e Filosofia (deixava-se a mais baixa de fora, que foi Geografia). Fazia sentido.
Agora… faria sentido eu ser obrigado a ter EF e ainda ter essa nota a contar para a minha média de acesso para o curso de História?
É minha opinião, frontal, que não.
Tenho direito a ela. Até porque não tem qualquer peso ou influência em qualquer decisão. Mas é o que penso.
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Já agora… se era leitor diário do Umbigo saberá que para mim não há professores “reles”, mesmo com aspas.
Podem existir pessoas ou actos assim… mas isso é outra coisa que não passa por aqui.
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Jorge Mendes, aceito esse reparo sem qualquer problema.
Teria sido mais correcto eu ter escrito dessa forma.
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