O Currículo Proposto Para O 1º Ciclo

O mais curioso – para não usar outros qualificativos – é ver/ler pessoas que defendem uma abordagem “integrada” ou “holística” do currículo, que há pouco tempo defendiam a monodocência para seis anos e criticavam a “atomização” ou “licealização” do currículo do 1º (e 2º) ciclo, a afirmar que isto é a concretização daquilo do “perfil para o século XXI” e tal.

Isto é um completo delírio…

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Uma Página Significativa

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Uma imagem muito grande, muito pouco conteúdo nas respostas de um ministro a que custa continuar a fazer reparos sobre os equívocos. O maior deles tem a ver com a forma como encara o currículo. Ou como outros encaram e ele dá a cara a defender.

Veja-se a manta verdadeira retalhos em que se vai transformar o 2º ciclo, aquele com que lido há mais tempo.

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Façam o favor de contar o número de disciplinas, entre obrigatórias, facultativas e obrigatórias-facultativas.

Depois de tudo o que se tem falado sobre a atomização e obesidade curriculares, o que dizer de um currículo em que os alunos, aos 10 anos, passam a ter, no limite da insanidade legislativa, 14 disciplinas? Sem contar o Apoio ao Estudo, de onde saem as horas para os complementos facultativos-obrigatórios ou obrigatórios-facultativos.

A sério! Contem bem… 14 disciplinas… ou áreas… ou o raio que nos parta a todos, podendo ser todas anuais, umas semestrais, outras qualquer coisa, para continuar quando já se esqueceram da primeira parte… mais o Apoio ao Estudo. Vai ser uma autêntica confusão e o reacender de conflitos sobre quem pode leccionar o quê ou quem é que há para dar o quê.

Não há pachorra… já não tenho (temos!) idade para continuar a mudar fraldas a governantes incontinentes.

 

Desta Vez Vi “O Eixo do Mal” Quase Até ao Fim

É verdade que ajudou não estar lá o Daniel Oliveira. Não vi o início, talvez se tenha demitido das suas funções em protesto com a amostragem das filmagens dos interrogatórios ao Sócrates e Salgado.

Mas lá fui vendo… quase 40 minutos, divertindo-me com a forma como a Clara Ferreira Alves e o Luís Pedro Nunes se zangavam sobre a relevância da divulgação das imagens em causa. Mas depois, claro, bateu-me ali qualquer coisa pela parte em que o LPN disse “percebe-se agora que…” (só agora??? raios, pá, sei que és muito mais espero e inteligente do que isso…) ou a CFA a dizer algo do género “quem é que imaginava que começando na História de Paris… (…) ninguém!” (quem é que imaginava??? ninguém??? muita gente, menos ela e os que, como um são tomé radical, só mexendo nas chagas pustulentas acreditaram que…) se iria “desembocar” no que se vai vendo.

Aí, perdi a pachorra para o que para mim ou é mera encenação para enganar os simplórios ou então uma ingenuidade imensa de quem se gaba de uma carreira jornalística feita de décadas de rigor e perspicácia.

Pelo meio, já ela e o Aurélio Gomes tinham desvalorizado a questão de se querer saber “no Facebook” quais seriam os jornalistas na lista de pagamentos do GES, falando da coisa, com a ajuda do Pedro Marques Lopes, com o ar divertido do género “ah… os jornalistas são baratos” ou que se vendem por pouco dinheiro. Por isso mesmo é que é importante saber quem andou a forrar primeiras páginas e miolos de jornais com notícias plantadas e aldrabices a passar por factos indesmentíveis. Que muitos ficam felizes com “quinhentinhos” já sabíamos a partir da lista de pagamentos proposta por um certo janela. Mas por começar por tão baixo é que convém saber a quanto se vende a mercadoria.

Enquanto não perceberem que a “limpeza” começa pela própria casa, por quem tinha o dever de informar e não de deformar (embolsando apenas um ou dois “pratos de lentilhas”, não interessa), isto continuará sempre o que sempre foi, mais ou menos bodes expiatórios em forma de ex-pm ou ex-ceo, usados com efeitos sacrificiais, para que tudo continue mais ou menos na mesma, só mudando os mandantes.

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