Uma imagem muito grande, muito pouco conteúdo nas respostas de um ministro a que custa continuar a fazer reparos sobre os equívocos. O maior deles tem a ver com a forma como encara o currículo. Ou como outros encaram e ele dá a cara a defender.
Veja-se a manta verdadeira retalhos em que se vai transformar o 2º ciclo, aquele com que lido há mais tempo.
Façam o favor de contar o número de disciplinas, entre obrigatórias, facultativas e obrigatórias-facultativas.
Depois de tudo o que se tem falado sobre a atomização e obesidade curriculares, o que dizer de um currículo em que os alunos, aos 10 anos, passam a ter, no limite da insanidade legislativa, 14 disciplinas? Sem contar o Apoio ao Estudo, de onde saem as horas para os complementos facultativos-obrigatórios ou obrigatórios-facultativos.
A sério! Contem bem… 14 disciplinas… ou áreas… ou o raio que nos parta a todos, podendo ser todas anuais, umas semestrais, outras qualquer coisa, para continuar quando já se esqueceram da primeira parte… mais o Apoio ao Estudo. Vai ser uma autêntica confusão e o reacender de conflitos sobre quem pode leccionar o quê ou quem é que há para dar o quê.
Não há pachorra… já não tenho (temos!) idade para continuar a mudar fraldas a governantes incontinentes.
e a minutagem vai continuar à escolha do freguês: tempos de 45 ou 50?
e desdobramento das turmas continua a ser possível?
tudo coisas omissas no documento mas fulcrais para saber se esta ‘mudança’ curricular é mais uma forma encapotada de diminuir o nº de horários (ainda mais…)…
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“Não há pachorra… já não tenho (temos!) idade para continuar a mudar fraldas a governantes incontinentes.”
– NEM MAIS!
(Melhor que isto só mesmo um absoluto inconseguimento de boa educação, com verborreia multinível de VERNÁCULO numa perspectiva holística e no quadro de uma flexibilização sustentada na ausência da definição de um perfil para políticos/dirigentes na área educativa (infelizmente, não só nesta área) … alguns dos quais se passeiam por lá – ou por satélites – há anos… bolas que gramamos com isto há décadas e ainda não há um perfil de político/dirigente!… acho mesmo… que só servem os “sem perfil” e daí tantos anseios pelas flexibilidades…
Construir e aperfeiçoar leva muito tempo…
Para destruir basta um qualquer idiota com algum poder, integrado numa rede de influências e lobbies… e eis que salta nova lei, nova reorganização, novo regulamento, esclarecimento de circular, nova alteração, alteração da alteração,… tudo vai minando… ora aqui, ora ali, ora acolá… como convém devagarinho (que não dá nas vistas e engana os tolos e os deslumbrados) a ritmos de 5, 10, 20, 25% …
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“Para destruir basta um qualquer idiota com algum poder, integrado numa rede de influências e lobbies… ”
Não é preciso o ministério… As escolas estão bem compostas em relação a isso: idiotas e lobbies não faltam…
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Tem razão mas não convém esquecer a escala de influência da decisão … que não é coisa de somenos.
Juntem-se a tudo isto os idiotas e lobbies que virão com a “municipalização”…
Ora, aqui chegados, à verdadeira abertura das escolas às comunidades, tratar-se-á, afinal, da integração e globalização da idiotice, dos interesses e tráfico de influências e da corrupção…e, como neste país, não há sistemas de fiscalização eficazes e eficientes a desregulação crescerá exponencialmente… pode-se-á recorrer aos tribunais mas mais não se fará do que entupi-los ainda mais sem qualquer fim à vista…
… as rodovias já lá vão, as electricas, telecomunicações e transportes aéreos idem, a saúde já está “espremidinha” … ainda vai restando qualquer coisinha como as escolinhas e os fundos comunitários para a educação e formação…nham…nham…
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Qual a diferença (significativa) entre a “manta de retalhos” a que alude e a que está em vigor? Ver o anexo II do dec.lei 139/2012 de 5 de Julho.
Se tirarmos a “cidadania e desenvolvimento” e o “complemento à educação artística” de frequência facultativa ( e já agora TIC que não constava do anexo que referi ) mas cujo ensino tem vindo a ser progressivamente antecipado ( tendência que já vem de trás visto que em 2007, se não estou em erro, saiu do currículo do secundário e passou a ser lecionada no 7º e 8º anos), a atomização decorrente da insanidade legislativa acaba por não ser muito “pesada”.
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Caro Jorge Mendes,
Apercebe-se que descreveu a manta de retalhos?
Ora bem… acha que andar a retalhar tempo para criar 3 (!!!) novas áreas num currículo que se dizia extenso quando tinha 8 disciplinas (Port, HGP, Ing, CN, MAt, EVT, EM e EF) e agora passa ter 13-14 entre obrigatórias, facultativas e obrigatórias-facultativas?
A insanidade não é muito pesada? Acrescentar mais uns 30% de disciplinas ou “coisas” curriculares no 2o ciclo?
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