Trabalho Igual, Salário Igual?

Então e se o trabalho for desigual? Posso ganhar mais? E como se medem as horas sumariadas (ou não) de trabalho docente? Ou contamos pelo número de turmas ou de alunos? E, já agora, podemos medir a produtividade? Dividir o sucesso pelos minutos? Os minutos do horário pelo número de alunos? Arranjamos um novo rácio? Um algoritmo?

A deriva demagógica da SE Leitão (com o apoio de bastidores, não vale a pena andarem calados e escondidos, sabemos quem são, de algumas “organizações” e “notáveis” de linhagem recente na corte do PS) poderá dar origem a algo muito complicado para a vivência nas escolas… mas a ela parece que nada interessa, a não ser a sua forma atrabiliária de querer impor a sua vontade, seja por que meios e com que argumentos for. Para demonstrar a sua razão por sobre todas as outras, custe o que custar, custe a quem custar.

Ela é a arauta da “boa governança”, da “boa administração”. Mesmo que para isso destrua pelo caminho as regras da confiança e boa fé e os direitos de quem espera que num concurso se mantenham as regras. Ou que se tenha uma carreira com algum horizonte.

Já a vejo, daqui a um par de anos, a dirigir uma fundação… quiçá a coordenar estudos… a chegar a reitora… porventura depois de receber mais salário por menos trabalho do que outros. Em coerência.

Caterpillar

Da Falsidade

A SE Leitão disse há uns tempos que era colérica e não mentia, mas…

Por em 2017 só terem sido disponibilizados horários completos no concurso para professores do quadro, “através da contratação inicial procedeu-se à contratação de 2300 docentes contratados em vez dos quatro mil docentes que se teriam contratado caso não se tivesse tomado esta opção”, indicou o ME, para acrescentar que esta decisão “implicou uma diminuição dos custos da contratação inicial de 44 milhões de euros”.

Duas notas breves (para além do que o grupo dos colegas “lesados” já escreveu em comunicado):

  • Muitos dos horários incompletos não preenchidos a 25 de Agosto foram ocupados, na mesma,  no início de Setembro por professores dos quadros de zona pedagógica que ainda estavam por colocar. Nem preciso de ir mais longe… um foi no meu grupo disciplinar, na minha escola. Poupança? Zero!
  • Se os horários que ficaram por preencher foram incompletos, então como é que a SE Leitão chega ao número de 44 milhões de euros? Esse valor a dividir por 1700 contratados (e esse valor está inflacionado por razões que já expliquei… ), significaria que cada um teria um encargo de quase 26.000 euros para o Estado. É só fazer as contas e perceber que um professor contratado, nem em termos nominais, durante 14 meses,  implica esse tipo de encargos salariais. Muito menos com horário incompleto. Pelo que… são contas marteladas. Falsas.

A SE Leitão disse em tempos que era colérica e não mentia. Vá lá… metade da afirmação é verdadeira.

Leitão