Perdi uns minutos a visitar o mural de uma certa “rede social” de apoiantes notáveis do pafismo educacional. Em alguns casos porque são amizades de outros tempos (quando o PS na Educação era mau e de “direita”), em outros porque as pessoas deixam aquilo ali tudo público para lermos, tipo, bodo aos pobres de espírito.
E é desolador. Para não dizer pior.
Com um aroma a patchouly que não se aguenta (deve ser para disfarçar o de outras coisas) há um que parece ter saído de uma célula qualquer do maoísmo de meados de 70, a criticar posições porque são de “DIREITA”, assim com maiúsculas, mas sem abordar sequer o conteúdo delas e porque são de “DIREITA” (porque alguém que assinou não é lá dos quadrantes “certificados”). E depois desenvolve assim uma teoria sobre infiltrados nas causas dos professores, como se a classe docente tivesse de ser toda da mesma cor, a dele, claro.
Num outro caso, em comentário a uma publicação de uma das mentoras do que nos querem generalizar à força, alguém se lamenta por haver professores que não concordam com a mudança, que continuam a viver há 200 anos e que, coitadinhos, por isso mesmo estão “formatados”. Sem qualquer tipo de capacidade auto-crítica para questionar se a “formatação” não será, no mínimo, mútua e se certas teorias que defende não serão mesmo as de há 200 anos.
E assim se percebe que o “diálogo” se tornou praticamente impossível, porque há quem se tenha erguido a uma posição de superioridade ética e conceptual sobre todos os que ousem discordar. Uns porque são de “ESQUERDA” (como se isso fosse chancela de alguma coisa válida só por si em termos pedagógicos); as outras porque são eternas “inovadoras” que emperraram no perrenoud e nunca mais desencalharam.
E isto deprime-me bastante, porque parece que isto veio para ficar e sacudir esta poeirada com 25 anos vai ser muito complicado, porque grande parte já nem quer saber e outra parte grande só pensa em arranjar um qualquer canto, whatever it takes.