Um Sistema Educativo Profundamente Assimétrico Que Reflecte Um País Profundamente Assimétrico

É uma coisa que os políticos de ocasião evitam abordar sem ser pela via demagógica do direito ao sucesso. A enorme desigualdade que existe nos contextos escolares, numa mesma cidade, num distrito de um pequeno país como o nosso são enormes. A realidade com que se vive em escolas a poucos quilómetros de distância é a mesma entre uma cidade do primeiro mundo e um arrabalde do terceiro. Só que por cá, não há caramelo que passe a andar com chófer e gravata que não ache que somos todos finlandeses e que a igualdade está garantida dos portões da escola para dentro e que, lá fora, não há nada a fazer… a vida é assim. A cobardia dos políticos nota-se muito quando empurram para os professores a responsabilidade pelo desempenho dos alunos e pelo seu sucesso, quando eles abdicaram praticamente por completo por criar uma sociedade mais justa e menos desigual.

O estudo colocado nos últimos dias online (e com autoria claramente identificada, a merecer cumprimentos) na DGEEC sobre o 2º ciclo é esclarecedor e assustador. São apenas 18 páginas que nos revelam muito sobre um país assimétrico que envia as suas crianças para as escolas e espera, com diferenças de 1 para 45 (caso do concelho de Lisboa para as habilitações das mães), ou de 1 para 10 (vários distritos em relação aos apoios da ASE) que tudo se resolva.

 

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Somos todos iguais? Não seria aconselhável uma igualdade forçada, em alguns aspectos, mas em matéria de oportunidades à entrada na escola seria aconselhável que a desigualdade não fosse a esta escala.

 

Sinto-me Solidário…

Polícias e militares iniciaram na quarta-feira uma vigília por tempo indeterminado junto à Presidência da República, em Lisboa, para exigir o desbloqueamento das carreiras e a contagem do tempo em que estiveram congeladas, entre 2011 e 2017, tal como está previsto no Orçamento do Estado deste ano. Um protesto que não vai ser cancelado, pelo menos por enquanto, afiança Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia: “Vamos continuar lá, em solidariedade com os militares e a GNR, que tanto quanto sabemos ainda não viram o seu problema resolvido”. 

(…)

A tutela relembra também que homologou, no passado dia 27 de Abril, o parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República sobre o posicionamento remuneratório dos subcomissários e agentes de polícia findo o período experimental, situação que se mantinha indefinida desde a entrada em vigor do novo Estatuto da PSP em 2015. A decisão abrange 239 subcomissários e 2245 agentes, que assim progridem de forma automática para a segunda posição remuneratória da respectiva carreira.

Alguém sabe forma de os contactar para assinarem a nossa ILC?

Thumbs

Consta Que…

… as provas de aferição do 2º ano têm sido assim a modos que… confusas, claramente desadequadas às condições e idade dos alunos e mais outras coisas que não valerá a pena desenvolver sobre caixotes. E mobilizam-se dezenas de professores para secretariar, aplicar, vigiar, observar, verificar, registar e infernizar. Mas como há quem diga que estas são as provas “boas”, tudo passará como se alguma coisa de relevante se tenha passado, observado e aferido neste país de fingimentos nunca cansado.

MagrittePipe

 

Pareceres e Palpites

O Arlindo escreve que o parecer da Procuradoria-Geral da República sobre a consideração do tempo de serviço antes da profissionalização para o reposicionamento dos docentes que entraram no quadro. Numa outra publicação numa “rede social”, vai mais longe e escreve que:

O meu palpite é que o parecer diga ao ME para contar todo o tempo de serviço antes da profissionalização para o reposicionamento na carreira.
O meu segundo palpite, sendo este primeiro correto, é que Alexandra Leitão fica sem condições para continuar no ME.

Ora bem… o meu palpite é que se a senhora tive um pingo de pudor nunca teria tentado impor medidas claramente contrárias ao espírito e letra das leis, sendo que este não é o primeiro ou único caso. E acrescento desde já que não fiquei tão entusiasmado como a maioria com a forma como lidou com os contratos de associação. Porque quem faz aquilo uma vez, faz duas ou três, não interessa a quem.

Que ela continuará a achar que tem condições para estar no ME, independentemente de pareceres ou decisões judiciais, não tenho qualquer dúvida.

Como não tenho qualquer dúvida que o recente recurso para o TC em relação ao concurso de professores foi feito com beneplácito superior (leia-se PM), sem que o ME em si mesmo tivesse qualquer voto na matéria.

Ou seja… a senhora não age de forma isolada e sem respaldo. Com jeitinho ainda acaba em secretária de Estado favorita do Centeno e do Costa.

zandinga

O Sistema a Funcionar

Fonte próxima do Governo de Pedro Passos Coelho tentou avisar José Sócrates de que estava em curso uma investigação que o visava. O deputado socialista João Galamba foi o elo usado para transmitir a informação.

Em outubro de 2014, um mês antes de Sócrates ser detido no aeroporto de Lisboa, Galamba entrou em contacto com ele.

Diz-lhe ter recebido um sms de uma pessoa próxima do Governo, que lhe pediu para avisar Sócrates de que a Justiça o tinha na mira. E de seguida reencaminhou-lhe a mensagem: «Fala com o JS. Há sururus de que vai ser feito qualquer coisa contra ele muito rapidamente. Se souber algo mais aviso». 

E depois tem a lata de se sentir incomodado?

Lama