Umas Notas Breves Sobre O Pessimismo, O Optimismo E A Deficiência Argumentativa de Quem Ser Acha Acima De

Ora bem… eu gosto de confessar o meu pessimismo. E gosto dele, tendo sido desenvolvido em contacto e intensa interacção com a realidade. Graças a ele, é muito raro desiludir-me, pois tenho expectativas baixas em relação aos que as pessoas (não comecem a generalizar para os alunos, são pessoas, certo, mas para mim estão à parte) e mesmo instituições são capazes de fazer. Porque é habitual que correspondam apenas a essas mesmas minhas baixas expectativas. Quando as superam fico satisfeito, até mesmo feliz por fazerem algo melhor do que o esperado. Ou seja, é difícil eu ficar mesmo desanimado. E, sendo pessimista, esforço-me sempre para que as coisas sejam melhores, pois não acredito que elas surjam assim, naturalmente.

Já quanto aos optimistas, conheço de vários géneros, mas predominam dois tipos:

a) O optimista que, quando algo que esperava correr bem acaba por correr mal, se interroga sobre o que se passou e procura processos para melhorar isso.

b) O pateta alegre que, quando algo corre mal, sorri e diz que para a próxima é que é e faz muito pouco ou nada para isso.

No caso do slide abaixo, que está incluído na mesma apresentação de que ontem extrai a abordagem holística, parece-me que é apenas uma abordagem redutora, simplista, talvez mesmo simplória, diria mesmo que mononível, da falsa oposição pessimismo/optimismo. Porque eu posso queixar-me do vento, mas saber ajustar as velas. Mais importante… é essencial SABER ajustar as velas e não apenas ter o potencial para isso.

Por outro lado… detesto que me digam que é impossível voltar atrás, por duas razões: 1) porque querem fazer exactamente isso… voltar atrás. 2) porque detesto pessoas que em nome da flexibilidade, tolerância e abertura de múltiplas possibilidades me apresentam impossibilidades.

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Por Amor Da Santa Ifigénia (Com Todo o Respeito, Pois Desconheço-a Em Si Mesma, Santificada)

A mensagem já está a ser multiplicada de forma acrítica, sem qualquer tipo de reflexão, incluindo no Observador, sem que as pessoas se interroguem se isto é alguma novidade, se é algo que possa servir como norma ou se apenas é uma experiência interessante como tantas outras feitas, todos os anos, pelas escolas de todo o país, sem necessidade de visita de equipas maravilhadas da OCDE.

Um jogo de xadrez humano criado por alunos e professores de História, Artes e Educação Física pode exemplificar aquilo que a flexibilização curricular pretende ser, mas precisa de continuidade a longo prazo, sugere um relatório da OCDE divulgado esta segunda-feira.

Vou repetir: a visita foi feita com meses de 4 meses de aulas, sem qualquer tipo de verdadeira análise comparativa e já se recomenda que tudo se mantenha por “futuros governos”?

2010 Xadrez Rua2

(a foto tem 8 anos… é um xadrez de rua… feito sem a chancela da OCDE, contudo)