Recebi mais materiais de uma outra formação a norte do Douro sobre Educação Inclusiva. Desta vez, porque já acho que os disparates se andam a multiplicar em excesso, coloco a página de rosto da apresentação dada aos formadores, ocultando o nome dos seus autores, pois não são eles que dão a formação em causa. Ou seja, andam por aí powerpoints à solta, muitos deles com os mesmos slides e imagens, como se fosse uma espécie de praga.
Pior, em meu escasso entendimento, numa formação para professores… acham que o máximo da modernidade é abrirem a sessão com uma música dos Pink Floyd que já no 9º ano achava estúpida, porque a larga maioria dos professores nunca me fez mal e eu nunca me senti um martelo. Isto para não destacar a forma como no próprio vídeo os professores são apresentados de forma caricatural e estereotipada para sublinhar a sua insensibilidade e crueldade.
Seguem-se 34 slides de que destaco apenas dois (porque a maioria é igual aos de mais um par de apresentações a que tive acesso, numa estratégia – essa sim – decalcada da lógica de repetição ad nauseum de mensagens de lavagem ao cérebro denunciada pelo Roger Waters.
Mas o mais ridículo é mesmo o último slide que, no fundo, admite que tudo aquilo que foi exposto antes pode vir a não ser exactamente assim. A seta vermelha é minha.
Agora detectem lá as diferenças para o final de uma outra formação, feita na zona de Lisboa há menos de duas semanas, com outra designação e 55 slides, vários deles iguais ao da formação mais a Norte, numa evidente coerência com os princípios da diferenciação pedagógica e da adequação dos materiais a cada contexto.
O ramalhete final de tudo isto: há verbas europeias para subsidiar esta verdadeira “banha da cobra” e há quem ande a aproveitar o que pode, mesmo se nada está aprovado e pode ser assim ou não.