SIC, 20.12:
RTP, 20.20:
TVI, 20.46, mas só a anunciar a peça que passou já a caminho das 21.00:
SIC, 20.12:
RTP, 20.20:
TVI, 20.46, mas só a anunciar a peça que passou já a caminho das 21.00:
Valter Hugo Mãe: “Em Portugal, em vez de querermos ser bem pagos, queremos que os outros sejam mal pagos também”
(é o que acontece com muita gente que, na sua pequenez, nunca se tenta elevar, apenas baixar os outros, para se sentirem menos mal… nunca tendo eu percebido se funciona…)
Falo apenas em canais “noticiosos”. O canal d’A Bola eu ainda entenderia. A SICN e a CMTV em permanência. A RTP3 ainda tem a desculpa de estar com um programa sobre o Parlamento. A TVI24 transmite a taça de rugby.
Como sabemos… o que não está nos ecrãs é como se não existisse.
Quase 12 mil assinaturas para levar contagem do tempo de serviço dos professores ao Parlamento
(…)
A pretensão dos oito promotores desta Iniciativa Legislativa de Cidadãos é que os 9 anos, 4 meses e dois dias congelados (entre 2005 e 2007 e entre 2011 e 2017) sejam tidos em conta para efeitos de progressão na carreira e atualização salarial e que essa reposição aconteça já em 2019. Tem sido essa a reivindicação dos sindicatos, mas estes aceitam que a reposição seja feita de forma gradual, até 2023.
Os promotores da iniciativa confiam que a recolha de assinaturas vai atingir as 20 mil necessárias nas próximas semanas (têm 90 dias ao todo para o conseguirem e qualquer cidadão pode assinar), mas lembram desde já que o número alcançado até ao momento é “bem superior ao necessário para constituir um partido político ou lançar uma candidatura presidencial” e que “já houve deputados eleitos com menos votos”. “Era expectável que os partidos que apoiam o Governo (e mesmo os outros) percebessem o sinal político de descontentamento profundo que traduz”, defendem.
Os professores sublinham ainda o facto de todos os deputados de esquerda, PS incluído, terem aprovado no final do ano um projeto de resolução, apresentado pelo partido Os verdes, onde se “recomenda ao Governo que, em diálogo com os sindicatos, garanta a contagem de todo esse tempo para efeitos de progressão na carreira e da correspondente valorização remuneratória”.
Acontece que as negociações ficaram muito longe de satisfazer a contagem integral do tempo de serviço congelado, até menos se se tiver em conta apenas o período mais recente: de janeiro de 2011 a dezembro de 2017.
O Governo propôs contar dois anos e 10 meses, por entender que assim se garante uma equivalência com o que se passa nas outras carreiras (nas gerais a progressão ocorre, por regra, após 10 anos de serviço e nos professores após quatro), mas sobretudo por considerar que só deste modo se evita pôr em causa a sustentabilidade das contas públicas.
“Os deputados aprovaram uma resolução no sentido de contar o tempo de serviço. Então vamos esclarecer como é que isso se vai fazer e ver quem é que, afinal, mantêm ou fica de fora da recomendação que aprovou”, explica Paulo Guinote, professor e um dos subscritores iniciais desta iniciativa.
Que se desenvolve num silêncio enorme. Um monólogo que se pretende conferência de imprensa. Onde alguém, para se defender, revela mais a podridão que envolve o futebol do que certamente desejaria. Em que até o parto da filha funciona como argumento. Atacando jogadores a 24 horas da final da Taça. Indecoroso. Em directo, em 4 canais noticiosos. Estamos a apodrecer ao vivo e a cores. E não há riquinhos que nos salvem.
E a senhora deputada em causa ainda diz que foi “Professora do ensino secundário, onde sempre desempenhou diversos cargos/funções de natureza pedagógica e de gestão”? É deputada desde 2015 e já canta de galo? E já agora… em que grupo é que os licenciados em Geografia concorrem para docentes “do ensino secundário”? Eu que estava convencido que isso não existia…
Quanto à argumentação, talvez por falta de formação em História ou mesmo em Lógica, a senhora deputada é de uma indigência intelectual a toda a prova. Alguém quer “repor o relógio e andar para trás”? A sério? É isto que uma deputada da Nação sabe dizer sobre este assunto? Papaguear um daqueles ditos da treta do actual PM? Que nunca tenhamos de nos cruzar por aí, porque não há cortesia que aguente este tipo de mediocridade. A senhora não votou a Resolução 1/2018? Consta que sim. Foi com objecção de consciência?
Nunca sirvas a quem serviu, diziam pessoas antigas… neste caso, nunca esperes grande coisa de quem acha que já é outra coisa do que aquilo que foi.
(na passagem acima já vamos em um e meio… porque o deputado silva teve a boa ideia de ficar calado…)
Desde a madrugada que a plataforma do Parlamento para as assinaturas na Iniciativa Legislativa empanou. Não acho normal. Se não conseguem manter uma coisa tão simples a funcionar é uma tristeza. Se não acontece por acaso num dias como hoje é uma vergonha.
Se não há bruxas?
“As verdadeiras decisões são tomadas nos bastidores”
Professor de História do 2.º e 3.º ciclo, blogger e historiador da Educação, Paulo Guinote publicou um livro dedicado à manifestação de professores de 2008, cuja dimensão duvida ver repetida.
Os sindicatos ambicionam que a manifestação de professores tenha a “grandiosidade” – os números serão difíceis de repetir -, dos protestos de 2008 e 2009. Há condições para que isso suceda?
É muito difícil que se repitam os números e a mobilização. Há menos professores em exercício e o sentimento nas salas de professores é que em 2008, com toda essa “grandiosidade”, as conquistas foram nulas, apenas se reduzindo marginalmente as perdas. O balanço de 2008 é o de um “entendimento” entre sindicatos e Governo com um travo amargo, que tira a esperança a muita gente.
Em 2008 e 2009 existiam causas comuns muito definidas, em particular a questão do modelo de avaliação. Desta vez, os temas estão mais dispersos?
Desta vez, os temas concentram-se no que deixou de ser uma carreira com um horizonte claro de progressão. Os professores de “carreira”, quase todos acima dos 50 anos, sentem que este Governo nada fez por eles e que as migalhas que concedeu foram apenas para a micro-grupos de pressão.
O tempo de serviço é o grande tema neste protesto. Os professores sentem que, se não atuarem agora, perdem a oportunidade de reaverem aqueles nove anos, quatro meses e dois dias de serviço?
Existe a clara perceção de que se não é possível recuperar esse tempo de serviço efetivamente prestado quando o Governo tem o suporte parlamentar das forças que mais defenderam no passado essa mesma recuperação, dificilmente se repetirá um contexto mais favorável. Recordemos que existiu uma resolução do Parlamento, subscrita por PS, PCP e Bloco nesse sentido, sem que algo concreto lhe tenha correspondido.
Vai à manifestação?
Não.
Porquê?
Porque o nível de envolvimento no conflito de 2008-09, o que estudei sobre esse contexto, as conversas que tive mais tarde, me confirmaram a ideia de que nos tempos políticos que vivemos, a “rua” serve para se apresentar uma posição de protesto, mas que as verdadeiras decisões são tomadas nos bastidores, em jogos que escapam por completo aos que formam as multidões que desfilam pelas ruas de Lisboa
Considerando o que têm sido até agora as posições não só do Ministério da Educação como das Finanças, nem sempre coincidentes, Acredita que o governo ainda recuará nesta matéria?
Tenho muitas dúvidas que o faça sem ser com um forte “empurrão”. Infelizmente, PCP e Bloco renderam-se ao pragmatismo, com o argumento do papão da direita. E até os sindicatos mais radicais assumiram um discurso a realçar a sua “responsabilidade” nas soluções propostas. Como a recuperação do tempo de serviço docente ficou fora dos acordos de apoio ao Governo, o PS sente que não está a faltar a qualquer promessa eleitoral.
A iniciativa legislativa de cidadãos, da qual é um dos promotores, terá mais hipóteses de sucesso do que a luta tradicional?
Não sabemos, assumimo-la como complementar e auxiliar da “luta tradicional”. É uma tentativa para fazer algo diferente mas muito concreto e claro, que testa a coerência dos partidos que assinaram a Resolução 1/2018. Se foi uma estratégia meramente dilatória ou se existia alguma substância e verdade no que assinaram. E que o assumam sem margem para dúvidas antes da campanha eleitoral. É um ato de cidadania por parte da “sociedade civil” que muitos afirmam que deveria ser mais interveniente. Estamos a aceitar as regras do jogo e a exercer um direito, em defesa do que é nosso: quase uma década de serviço público que os dados disponíveis confirmam terem sido em prol do sucesso dos nossos alunos.