Os Últimos Dias

Para os anos terminais do Básico e Secundário. No meu caso, para ver pela última vez, em sala de aula, umas largas dezenas de alunos do 9º ano, alguns dos quais conheço desde o 5º. O “sermão” final sobre o que os espera, depois de saber o que pensam fazer ou que nem sabem sequer o que hão-de fazer, já foi dado.

Estes três dias finais são uma espécie de aberração que ninguém leva muito a sério (a sério, espanta-me que exista quem ainda aproveite estes dias para apresentações de trabalhos e coisas assim), até porque para as reuniões estarem preparadas em devido tempo, as avaliações já devem estar mais do que pensadas a partir de amanhã. Sim, se el@s acharem que vale a pena, fazemos uma auto e hetero-avaliação para ficar formalmente no respectivo sumário. Se ao fim de 3 ou 5 anos de trabalho comum eu ainda tivesse dúvidas existenciais sobre as “notas” que vou atribuir, sinceramente… acho que toda a gente ficaria admirada e eu deveria dedicar-me a outro ofício. Até porque acho que se desse o código do programa para que fossem el@s a colocá-las, a necessidade de as corrigir seria residual.

Já agora… também acho uma outra variante de aberração este final de ano por fases, com provas de aferição a polvilhar as últimas semanas, porque parece existir algum embaraço em assumir-se a existência, também para o Básico, de uma temporada para realizar todas as provas de avaliação externa. Descansem que não é por ser durante as aulas que haverá muito menos faltas. Porque provas “obrigatórias”, mas sem consequências para quem falta, faz-me lembrar coisas para rir.

(e para o ano parece que continuam com esta fantochada…)

 

Encenações

Não terá sido por acaso que a tese do Valter Lemos é sobre a relação da OCDE com as políticas educativas nacionais (em especial com o PS no Governo). Depois de uma pré-avaliação ao PAF(C) em que uma alargada delegação visitou 9 escolas em volta de Lisboa (8 favoráveis ao projecto) e da visita de 8 alunos a Paris, conduzida pelo SE Costa, para um almoço de trabalho com o especialista Andreas Schleicher, com cobertura ao que parece em convite exclusivo a uma televisão, com um aluno a debitar uma espécie de guião pré-formatado, sobram poucas possibilidades de acharmos que alguma coisa é feita com um mínimo de seriedade em tudo isto.

No passado, em algumas consultas públicas acerca de mudanças curriculares ou com relevo para a vida das escolas, ainda se conheciam- os contributos enviados. Agora, apenas se conhecem dois ou três se as organizações em causa as conseguirem (ou tiverem interesse) em disponibilizar para o público. O resto fica em arquivo, não sabendo nós se servem para alguma coisa (se forem contra as medidas propostas, mesmo que tenham divulgação, não contam, como um recente parecer do Conselho de Escolas completamente atropelado, apesar de sensato).

Veja-se o caso das “aprendizagens essenciais”… alguém conhece alguma posição pública oficial sobre o tema? O prazo anunciado para os contributos era dia 4 (parece uma espécie de dia fetiche), 2ª feira, mas o que lá se consegue encontrar hoje já é apenas isto:

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