O Problema da Caixa Alta/Caixa Baixa

É que a explicação surge sempre com menor destaque do que o chamariz que é o que alguns lêem.

Vamos por partes:

  • É errado dar um total de professores como estando exercício que não corresponde à realidade, só se explicando em letra pequena que há muita gente que não está a leccionar por doença.
  • É importante que se perceba que quem entrou para os quadros em vinculação erradamente “extraordinárias” já davam aulas a alunos há 10-15 ou mesmo mais anos.

Número de alunos continua a descer, mas há mais professores nas escolas

Devido sobretudo à quebra da natalidade, os alunos do ensino não superior continuam a ser menos de ano para ano, enquanto o número de professores começou a aumentar em grande parte por causa da presença de mais docentes a contrato nas escolas, que estão a ser chamados para substituir os que estão de baixa médica.

E porque será que isso acontece?

E é profundamente errado não desagregar os dados relativos ao total de docentes pelo número de horas que leccionam!

Quantos professores contratados que entram neste total estão com horários (muito) incompletos?

Os dados apressadamente divulgados pela DGEEC e replicado no Público não contemplam, curiosamente, esse tipo de variáveis  aborrecidas e trabalhosas (DGEEC_DSEE_DEEBS_2018_EE2016171). Deve ser, por certo, porque isso agora não interessa nada.

Numeros

Não seria mais honesto apresentar as coisas de uma forma completa? Quem me diz que nestes números não existem 20.000 contratados com horários de 8 a 16 horas que se apresentam como sendo professores com horários completos?

Pior… o que me garante que estes números não contemplam como sendo dois ou mais professores diferentes quem está em duas escolas ou quem teve de andar por 3 ou 4 escolas ao longo do ano?

(até pode ser que sim, mas os elementos não permitem saber se sim ou não…)

Depois dizem que tenho mau feitio… mas, o problema é que com dados que resultam de somas simplórias é complicado querer-se que signifiquem mais do que uma oportuna divulgação de dados num contexto de greve.

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11 opiniões sobre “O Problema da Caixa Alta/Caixa Baixa

  1. OTM. Tentei explicar algumas das nuances hoje de manhã a algumas pessoas “inteligentes”. Que são óptimas a perceberem analise multivariada excepto quando aceitam os dados “martelados” do MEC. “If it is on the internet, it is probably true”

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  2. No meu grupo disciplinar todas temos idades próximas dos 60. Metade (3) está de baixa, dois cancros e um avc muito grave . As que ainda “resistem” não sei se chegarão à idade de reforma. Não vai ser difícil necessitar de mais professores .

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  3. e mais uma vez. este tipo de noticias publicadas estrategicamente em momentos de conflito, não aconteceram com outras profissões quando estiveram em conflito laboral (enfermeiros, médicos, policias, militares,…): no último ano, os médicos fizeram várias greves e não sugiram este tipo de titulos; nem quando os policias invadiram as escadas da assembleia; nem quando os enfermeiros paralisaram vários dias.
    Em 2008 aconteceu a mesma coisa, com parangonas a desvalorizar a profissão…
    Existe mesmo um preconceito raivoso contra a profissão docente…
    realmente sermos muitos incomoda muita gente…

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  4. Isso é como os fabulosos rácios, nunca se percebe muito bem como chegam aos famosos 14 alunos/professor. Contam os tempos parciais? Os que estão em destacamento ou requisição noutras funções? O substituído e o(s) substituto(s)?
    Um mistério que é, para mim, insondável. Mas aparece em documentos oficiais, com chancelas múltiplas à escolha.

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  5. Isto são dados para jumento pasmar. Temos efetivamente apenas menos 5 alunos por escola pública e mais cerca de 1,2 professores por escola pública. E daí?

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  6. Existir menos alunos nao interessa. O importante é que não existam menos TURMAS.
    E já que estamos numa de baixa natalidade que tal fazer turmas de qualidade com o maximo de 15/20 alunos?

    Isso é que deveria ser discutido, não o paleio de baixa de natalidade.

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