Can You Dig It, MST – 2

Antes de mais um estudo recente que explica algo que pode parecer chocante para leituras ingénuas sobre a influência da Educação por si só no combate às desigualdades e no incentivo à mobilidade social. E, já agora, que o investimento na Educação é essencial nos primeiros anos, mas não no sentido de assegurar um “sucesso” fictício, incapaz de combater a herança familiar dos grupos privilegiados.

The impact of education on income inequality and intergenerational mobility

This paper analyses the effects of innate ability, compulsory education (grades 1–9), and non-compulsory education (grades 10–12 and higher education) on inequality and intergenerational mobility of income, by constructing a four-period overlapping-generation model. We find that innate ability and family investment in early education play important roles in explaining income inequality and intergenerational income mobility. Though children from the wealthiest families are only 1.36 times ‘smarter’ that those from the poorest, the gap in human capital expands to 2.35 at the end of compulsory education and to 2.89 at the end of non-compulsory education. One important reason for the increase is that poor families invest relatively less in children’s early education than do wealthy families; therefore, their children attend lower-quality schools, which results in them being much less likely to participate in higher education. By simulating policy experiments for different types of government education expenditure, we find that direct subsidies to poor parents are the most efficient and effective policy for mitigating poor families’ budget constraints with regard to early-education investment in their children.

E em seguida um estudo (de acesso livre) sobre este tipo de fenómenos, em especial sobre a margem de mobilidade entre gerações em sociedades muito desiguais, num amplo conjunto de países da América Latina

Educational Inequality and Intergenerational Mobility in Latin America: A New Database

Eu sei, dá trabalho ler, há muita gente que acha que não vale a pena, que basta ler os comunicados sindicais ou os briefings dos gabinetes governamentais, mas podemos sempre ir um pouco mais longe e isto é uma gota de água em tudo o que se pode consultar.

pensamento-de-pobre.1239556715.thumbnail

Can You Dig It, MST?

Já é de 1994. Foi preciso comprar na altura… já há uns bons anos, para fazer revisão da literatura antes de escrever qualquer coisa. Algo quer nem passa pela cabeça de alguns abençoados pela sapiência de berço.

Can education do it alone?

Public policy in the last decade has placed great expectations on education to energize the economy by producing a workforce with higher test scores and greater educational attainments. This paper argues that education requires a range of complementary conditions in order to provide a payoff and cannot do the job by itself. This argument is also extended to research which extrapolates longitudinal consequences of educational investments from cross-sectional studies of the relation between education and various economic and social outcomes. It is argued that this research also overstates the effects of education by not considering the complementary conditions that must be in place to realize the relation that is embedded in cross-sectional data.

book

Interessante

Docentes do Ensino Superior manifestam-se contra a falta de progressão remuneratória

(…)
“Não se trata de uma quantia que desequilibre um orçamento, tanto que o Governo admitiu essa progressão remuneratória. No caso de um professor auxiliar no primeiro escalão estamos a falar de uma reposição salarial total no valor de 100 euros líquidos”, disse, acrescentando que esse valor seria pago em quatro prestações.

Ainda assim, prosseguiu, afirmando que esses 100 euros representam “19% do dinheiro que deveria ser pago desde 2009, se houvesse reposição dos cortes e 10% de pagamento de inflação”.

“Um professor auxiliar do primeiro escalão deveria receber – para manter o mesmo poder de compra referente a 2009 – mais 500 euros. O Governo propõe-se a pagar 19% desse valor, mas infelizmente as instituições de ensino superior, à excepção do politécnico, pura e simplesmente não avançam”, indicou.

Carteira

Opiniões – Mário Silva

O próximo ataque do ME à reputação dos docentes

Através do ‘Iavé’, o ME vai atacar a reputação dos professores no próximo mês de julho. Como? Quem acompanha os exames nacionais, detetou que houve alterações na estrutura deles e nas cotações (aumentaram nas questões de escolha múltipla). Estas alterações têm potencial para piorar as classificações dos exames e obviamente que isso será usado para atacar os professores com a falácia ‘estão-a-ver-esta-gente-a-reivindicar-que-lhes-paguem-as-progressões-e-afinal-os resultados-foram-piores’.

O ME que se arvora o protetor dos ‘coitadinhos-dos-estudantes-que-são-prejudicados-pelos-professores’, depois insidiosamente promove ações que prejudicam os mesmos estudantes nas suas médias de classificação final, usando subrepticiamente como ‘bode expiatório’ a classe docente; nem Maquiavel conseguia ser mais ignóbil…

“Os alunos concordaram que a derradeira questão da prova era a mais complicada e estavam também alinhados no principal assunto de quase todas as conversas: a estrutura do exame deste ano. Ao contrário do que vinha sendo habitual nos anos anteriores, o exame nacional de Matemática A foi dividido em dois cadernos.

«Nós somos sempre as cobaias do Iave», queixa-se Ana, já fora da escola. «Se quisesse voltar atrás a alguma das perguntas do 1.º caderno, não podia», explica.

Jornal Público (25/06/2018)

lampadinha21

Afinal, o Mário Nogueira Também Escreve No Público

Por favor, informem a central AbrilAbril do facto.

A justa luta dos professores

Neste processo impõe-se a presença do Ministro. É em momentos difíceis, como este, que se avalia a capacidade política dos governantes. Destes se exige: presença e não eclipse; capacidade de diálogo e não envio de recados; dimensão política e não pequenez pessoal.

Uma nota: reparo que muita gente se anda a concentrar no ME como se o seu apagamento fosse de agora. Não é, mas acredito que quem acreditava que as reuniões trimestrais eram para mais do que perder tempo se sinta enganado. Entretanto, noto que se poupam bastante outros governantes que apareceram nos últimos dias a dar a cara pela político do Governo nesta matéria. Acho estranho.

Quanto ao resto, um texto que só peca por tardio no actual contexto, contendo a síntese da posição da Fenprof sobre estas matérias que corresponde em muito à posição da generalidade dos professores.

Thumbs