É este final de semana. Até lá continuarei como até agora, fazendo escalas de greve ao final do dia, mas a partir daí preciso de saber mais informação não spinada ou truncada sobre o que se anda a passar, mesmo se já sabemos que o que se decide nos bastidores só se conhece aos poucos e quase sempre de forma diluída no tempo.
Tenho a minha teoria pessoal sobre a troca que por certo de forma não documentada oficialmente terá sido proposta pelo Governo para que a questão dos professores não chegue muito longe. A quem foi proposta parece-me óbvio e terá o argumento de ser algo “nacional” que está acima dos interesses “corporativos” de uma classe profissional. E que até poderá render votos e não ter impacto nas contas do Orçamento para 2019.
De qualquer modo, ainda há algumas pontas por juntar em tudo isto, sendo que, por regra, me estou bastante nas tintas para grandes clamores guerreiros que levantam mais poeira do que ajudam a ver o caminho.
Não me admira nada que já tudo tenha sido decidido nos traços essenciais, com a exigência governamental de nada ser concedido abertamente antes do OE 2019, para que se demonstre firmeza. À direita isso não incomoda, porque acredita que isto provoca erosão na geringonça, enquanto à esquerda se aposta que possam existir dividendos a colher em outras parcelas do eleitorado, mais tarde.
Uns e outros acham que os professores se acham mais do que deveriam ser. À direita e à esquerda preferem que os professores sejam domesticados de vez, atirados para uma carreira indiferenciada, sem a mania de serem especiais. De um lado há desdém social insuportável, do outro um complexo ideológico qualquer que já me cansa.
Provem-me que estou errado. Eu ficaria feliz.
100% CERTO. Já negociaram o que tinham de negociar. A partir de hoje é teatro para português ver.
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O Paulo numa de Otávio Machado. 😉
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Quase, quase… agarrem-me ou eu conto o que não sei 🙂
Mas antes isso do que prognósticos no final do jogo. 😀
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E desde a nefasta MLR, ou até antes dela, se quisermos ser justos, quando é que não houve desdém e complexo ideológico pelos professores? O que foi mudado? O tempo AMLR é exactamente igual ao DMLR. Com mais ou menos Colgate. A carga horária mantém-se; a loucura entre o que é lectivo e o que, sendo, tem outro nome; os titulares, desculpem, travões nos 5º e 7º; o caos anual nos concursos; as mudanças sem freio e sem senso nos currículos; as reuniões até às tantas; os papéis e relatórios inúteis e intermináveis, como se a mesma informação em vários documentos a acrescentasse… o que é que mudou? De algum modo, essa personagem malévola que foi a Ministra MLR tinha um lado positivo: era mesmo assim. Com a verdade não nos enganou.
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Tens aqui a aclaração :
quarta-feira, 27 de junho de 2018
E a resposta ao pedido de aclaração resume-se a…
… “não há ambiguidades a esclarecer”. Isto de acordo com Mário Nogueira, e conforme pode ser lido aqui. Fica a transcrição de um excerto da notícia que me parece relevante:
“Embora não tenha divulgado a resposta recebida do colégio arbitral, Mário Nogueira leu algumas passagens aos jornalistas. O juiz presidente terá respondido que nenhum ponto do acórdão padece de ambiguidades ou obscuridades, nem tampouco há passos inteligíveis no documento. Assim, não há nada a aclarar sobre a decisão.
Perante esta resposta, os professores darão o passo seguinte. Uma vez que a decisão do colégio arbitral é equivalente à de um tribunal de primeira instância, os sindicatos vão interpor recurso no Tribunal Central Administrativo. Mas dificilmente a decisão chegará a tempo de fazer diferença na greve que decorre até 13 de julho.
“Sabemos que o tribunal não vai anunciar nada para a semana, que vai demorar dois ou três anos até haver uma decisão”, sublinhou Mário Nogueira. Mas isso não é o mais importante, argumentou, já que o principal objetivo deste recurso é que situações semelhantes não voltem a acontecer.
“A decisão do colégio arbitral é equivalente a uma decisão de um tribunal de primeira instância. Como é que pode mandar cometer ilegalidades? A lei diz que não pode ser assim, o acórdão diz que pode ser de outra forma”, sustentou o líder da Fenprof.”
E é isto… Estamos entregues a nós próprios!
Ricardo Montes
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