As Contas Erradas do (Gabinete do) Ministro

O ponto 1 e o ponto 6 da convocatória do ME contradizem-se.

No ponto 1 insiste-se na justiça e equidade baseada em contas erradas. E insistir nisso não é estar de boa fé.
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«Esta proposta do governo, fundada nos princípios de justiça e de equidade» e o resto do parágrafo é uma aldrabice. Não me admirava que o ministro tenha dado a convocatória a assinar à chefe do gabinete, com vergonha desse parágrafo. No ponto 6 fala-se em «boa fé negocial em todo este processo».
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O tempo deve ser contado em anos – seja para o trabalhador da carreira x seja para o da carreira y. Se contam 7 anos para uns devem contar 7 anos para outros. E se querem contar 2 anos e 9 meses para uns, devem contar 2 anos e 9 meses a todos.
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Mas as contas da “equidade e justiça” são contar 7 anos a uns, dizendo que esses 7 anos são 70% de um escalão de 10 anos. Logo contam 2 anos, 9 meses e 18 dias, que são também 70% de um escalão. Mas de um escalão de 4 anos.
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Usar percentagens de escalões com diferentes durações é como tentar trocar notas de euros à porta da casa de idosos.
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Levei 17,5 anos a chegar ao 2º escalão (16,5 dos quais no quadro). Tive um aumento bruto de 47 euros e uns cêntimos.
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Se o Estado me contabilizar menos um dia do que a outro funcionário da administração pública – seja de que carreira for – recorro ao tribunal, mesmo que tenha que o fazer sozinho.
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Os professores também são contribuintes, que iriam estar a pagar a outros funcionários da administração pública progressões baseadas em cálculos injustos e não equitativos.
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Entretanto o MN confunde tudo ao dizer que «o governo diz que são os 70% do 9a4m2d, que são 2a9m18d» no vídeo 2’30 até 2’45
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O governo não diz isto. Até porque 70% dos 9 anos e 4 meses são 6 anos e meio.
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Não sei se o MN e a SE estão meio perdidos com a matemática.
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O ministro não está de certeza. Pode ser um boneco e ignorante na área da educação. Mas esta matemática é básica para ele, que sabe muito bem que a conta apresentada pelo governo é uma aldrabice.
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Como é que um doutorado em bioquímica acredita que 70% de 10 é igual a 70% de 4?
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Como acredita que são equivalentes, seja para obter “equidade” e “justiça” seja para fazer um cálculo no laboratório?
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O argumento é sermos muitos e não haver dinheiro? Deviam ter pensado nisso antes de darem tempo de serviço a outros funcionários da administração pública. Se dão 7 anos a uns, dão 7 anos a todos, seja de que carreira for. Nem é uma questão que tenha que ser negociada. É uma obrigação constitucional.
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Levei 17,5 anos a chegar ao 2º escalão (16,5 dos quais no quadro). Tive um aumento bruto de 47 euros e uns cêntimos,
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Se o Estado me contabilizar menos um dia do que a outro funcionário da administração pública – seja de que carreira for – recorro ao tribunal, mesmo que tenha que o fazer sozinho.
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Cumprimentos
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Rui Araújo
conta

A Apresentação da Organização do Ano Lectivo Para 2018-19

Ainda é só a nota de propaganda: ApresentaOAL2018. Ainda não tenho o despacho em si. Existem alguns pontos muito, muito curiosos. Embora expectáveis. Quanto a outros – como as clarificações em torno dos horários, componentes lectiva e não lectiva e reduções, só mesmo vendo ou lendo.

sentado

Sugestão

Seria interessante que nos agrupamentos/escolas onde se andam a preencher os questionários sindicais sobre o futuro da “luta” se fizesse o apuramento e divulgação dos resultados a nível local. É algo que já tem sido feito de modo mais limitado e informal nos últimos dias e semanas. E ajudaria a perceber uma espécie de cartografia das respostas, sem ser em resultados aglomerados, nos quais tudo se mistura.

lampadinha21

Mixed Emotions

Fui aluno de Maria de Fátima Bonifácio quando ela ainda era marxista, neo ou não, acho que mais hard pelo estilo. As aulas de História Económica, que mais tarde diria serem dadas por obrigação e não por gosto, lá me levaram a Marian Malowist, Perry Anderson, Immanuel Wallerstein e mais um punhado de autores interessantes sobre a proto-industrialização europeia (Peter Kriedte, Hans Medick).

Achei curiosa, mas expectável, a sua deriva para o centro e acho mesmo que mais centro-direita, mas teve a transparência de o admitir publicamente de uma forma clara. Como muitos outros ex-esquerdistas cosmopolitas e com origem na classe média passou a detestar com acidez os antigos companheiros de rota (penso que haverá umas quantas excepções) e o seu texto de hoje no Público só peca por se centrar num exemplo ali para os lados de Castela, pois seria muito mais divertida a análise se fosse sobre a realidade nacional e algumas figuras que conhecemos.

Lembro-me, por exemplo, de alguém que, mal a colaboração com o Círculo de Leitores começou a render (esqueçamos os detalhes de como muita coisa foi escrita), foi a correr comprar um belo apartamento numa das zonas mais in (à época, mas ainda hoje com boa cotação) de Lisboa, enquanto proclamava publicamente valores anti-elitistas e anti-plutocráticos (phosga-se… já deixei escapar uma pista sem querer…).

MFB fala em “anjos imaculados” a propósito da fruição dos luxos da burguesia por alguns dos mais vocais defensores da igualdade e da redistribuição da riqueza como o casal Iglesias. Para quando uma análise “maculada” acerca de algumas das nossas deprimentes figurinhas nacionais? Sem medo de estragar velhas amizades…

Smiling

Aposto Que É Hiper-Mega-Ultra Excelente + (Com Cereja Em Todos os Bolinhos Servidos nos Café-Brakes)

Como terá sido a greve nestas escolas? Houve pautas e resultados em todas as turmas envolvidas de forma a fundamentar o estudo na sua metodologia, por certo, a par do melhor que foi feito em finais dos anos 90 do século passado?

Já perceberam como se organiza uma “agenda” que depois da propaganda na 6ª à tarde se completa no sábado com a tal sessão com militantes em Vila Nova de Anha? Tudo perto do torrão familiar?

Ministro da Educação apresenta na UMinho resultados da autonomia curricular de 230 escolas

Tiago Brandão Rodrigues abre na sexta-feira o seminário “Currículo, Inovação e Flexibilização”.
Os resultados do projeto-piloto de flexibilidade e autonomia curricular em 230 escolas do país vão ser apresentados esta sexta-feira e sábado na Universidade do Minho, durante o seminário “Currículo, Inovação e Flexibilização”.
O projeto-piloto inclui, por exemplo, professores de várias disciplinas a lecionar na mesma sala, em simultâneo e de forma quase individualizada.
O evento conta na abertura com o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e no fecho com o secretário de Estado da Educação, João Costa.
A iniciativa organizada pelo Departamento de Estudos Curriculares do Instituto de Educação da UMinho, com apoio do Centro de Investigação em Educação (CIEd), decorre no campus de Gualtar, em Braga, e envolve palestras, mesas redondas, comunicações e lançamento de livros-
abertura está marcada para sexta-feira, às 14h30, no auditório B1, com o ministro Tiago Brandão Rodrigues, o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, e o presidente do IE, José Augusto Pacheco.
Aplauso

A Encenação da Negociação

A convocatória dos sindicatos para uma reunião alegadamente “negocial”, apresentada como de “boa fé” por parte do ME, atendendo ao conteúdo do texto e à calendarização só se pode classificar como uma enorme palhaçada destinada a lavar um pouco da face de uma série de “actores” que estão demasiado sujos aos olhos da generalidade dos professores. De um lado e outro mostra-se “abertura” para uma negociação sem qualquer margem de progressão enquanto existirem azinhagas e caminhos em Portugal para alcatroar.

Quando decorre uma greve que a maior parte dos sindicatos decretou até dia 12, marcar uma reunião com uma catrefada de delegações sindicais para a tarde de dia 11 é uma espécie de anedota, tendo-se percebido que o ME/Governo apenas estão a pensar contabilizar os ganhos financeiros com a greve e eventualmente a insatisfação das famigeradas “famílias” (descontando as dos professores, claro, que vivem em regime de monaquismo e celibato não procriador),

Desta reunião nada sairá de concreto ou qualquer “avanço” (basta ler o documento), assim como a cronologia das reuniões anteriores (12 de Março, 4 de Junho) demonstra que não existiu qualquer evolução nos últimos 4 meses, para além da conversa da “justiça e equidade” que deveria cobrir de vergonha quem a usa por manifestar ou profunda ignorância dos conceitos ou uma enorme má-fé, que nem vale a pena explicar porque todos sabem(os) que é esta a opção aplicável e porquê.

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