Ao Engano

Eu sei tudo o que há de arbitrário nos exames. Mas quando se anda com alunos ao colo durante três anos e se lhes dá classificações de 17 ou mais e depois chegam ao exame e, de forma sistemática, descem 10 ou mais valores… é capaz de existir qualquer coisa de errado e nem sempre a culpa é celibatária ou apenas do iavé, da desconcentração, do “sistema”, do trump, dos exames em si mesmos.

Flecha-alvo

32 opiniões sobre “Ao Engano

  1. É verdade, colo e mais colo … mais visivel no básico e na disciplina de Matemática pois é uma disciplina de saber encadeados: perdeu um episódio logo nada entende do filme, mas niguém se parece importar … tenho alunos que têm tido sucessivamente nível inferior a 3 desde o 1.º período do 2.º ciclo (15 níveis inferiores a 3 até ao 3.º período do 9.º ano = 3 períodos x 5anos) . Não é necessário formar uma comissão para entender a média nacional de 47% – os alunos passam consecutivamente com nível inferior a 3, só isso!

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  2. Espera-se que os Enc. de Educação destes alunos tenham o bom senso de não os matricular – no 10ºano – em áreas cujo currículo inclua a Matemática. Deveria mesmo estar legislado.

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  3. E então a moda, que se vai generalizando, de atribuir 20 a todos os alunos nas disciplinas do 12º ano não sujeitas a exame? No final uma dessas disciplinas tem tanto peso para a média final como as bi-anuais e tri-anuais sujeitas a exame… Depois de vários anos com transferências massivas de alunos no final do 11º ano da escola A para a escola B, onde essa prática estava implementada, no findo ano lectivo a escola A começou a fazer o mesmo numa disciplina, para ver se estanca a hemorragia…

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  4. O que se faz?
    Como nas privadas, optamos pelo ensaio do modelo de exame até à exaustão? ( Quer dizer, os modelos mudaram e ninguém deu “”cavaco”.)
    Com programas gigantescos, exames bienais ou trienais. Que opções tomar?
    O secundário é, como já se ouve à ” boca cheia” a preparação para um exame de 2/3 horas, um mero acesso ao ensino superior?

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    1. Não consigo compreender essa do “treino” durante 2/3 anos, a sério que não.. Embora cá em casa exista quem dê Secundário… esse é um tipo de discurso que não nos convence… o “treino” para um momento específico é feito a pouco tempo de distância. Antes, ensinam-se os conhecimentos, as metodologias de análise documental (falo de História), mas essa do “treino”… é demasiado redutora. Desculpem, mas não pode ser apenas isso que se faz ao longo de tanto tempo…

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      1. E eu concordo, consigo, Paulo. O problema é que se está a cair nisso. Nos privados, já há muito que se trabalha assim. O público está a seguir-lhe as pisadas. Já há muita gente que quer reduzir o ensino secundário a um centro de explicações/treino para o exame. Há muitas pressões: os rankings; a avaliação externa pressiona as Direcções; esta, as chefias intermédias e por aí fora. Os próprios pais só pensam nisso ( muitos, cada vez mais). E, agora, também os alunos. Se um assunto abre caminhos e portas, muitos não querem saber. Que interessam portas e caminhos?”
        Sai no exame?”
        Li o seu texto e a sua opinião sobre os exames, mas a verdade é que a pressão é muita.
        Não poderei falar de todos os exames, mas há alguns que são uma espécie de jogo perverso de caça ao erro. Funciona-se ao contrário. “Não interessa os conhecimentos que tens sobre A ou B. Vamos é apanhar-te naquilo que certamente não sabes.” Quem está dentro do sistema e conhece os critérios percebe o manto negro que envolve tudo isto.
        Eu não defendo o fim dos exames, mas não defendo o modelo actual. Claro que há as circunstâncias todas, e vagas limitadas no acesso ao ensino superior e etc. Mas este não é o caminho certo.

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      1. Muitas, Pretor. E depende muito da disciplina. Os pesos variam muito de disciplina para disciplina. Há as práticas laboratoriais, por exemplo; ou o domínio da oralidade numa língua estrangeira….

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    1. Não em todos os privados, Maria! Tenho duas filhas no privado e sei como se trabalha! E não há descidas de tantos valores… vá ver como se trabalha no Colégio do Rosário…e não andam os três anos a trabalhar só para os exames…. os alunos têm outra motivação… métodos de estudo, autonomia que foi trabalhada até ao nono ano (em que não há marcação de teste, etc)… já tenho 25 escolas no currículo, na escola pública, e tenho visto tanta inflação de notas… diferenças de 9 valores em determinadas disciplinas e não é só em um aluno (ainda este ano nos exames nacionais)… ainda falam dos privados… mas dava uma longa conversa… Há bons e maus modelos em todo o lado, mas não se limitem a dividir entre privados e públicos… desculpem o português, mas já me irrita este tipo de discurso.
      Concordo plenamente com a opinião do Paulo Guinote,, sempre sério e ponderado..

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      1. Há privados bons e há privados maus, É como tudo.
        O Colégio do Rosário é um bom colégio, mas é para as elites.
        Não vejo lá nenhum NEE , ou um aluno médio a estragar as médias. E nem é só isso. Os pais têm expectativas muito altas e fazem um grande investimento na educação dos filhos. E o sistema funciona assim. É um modelo que nunca seria aplicável ao público. Os nossos alunos são muito diversos, com pais com e sem expectativas; com e sem dinheiro para outro tipo de suportes.
        Sem alternativas.
        Eu, sem ser contra os privados, sou uma grande defensora da escola pública. São os alunos, desprotegidos em tudo, filhos de um deus médio ou menor, que têm na escola essa hipótese de fazerem/serem a diferença.
        Pai sapateiro com filho Médico ou Físico ou Filósofo.
        Se a escola pública falhar, que futuro espera os nossos alunos?
        Voltamos às exclusões por falta de “berço”?

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  5. Há poucos exames. Deveriam ser a todas as disciplinas. Todas.

    A intredução efémera dos mesmos no quarto ano mostrou a calamidade do que por lá se passa.

    As provas de aferição revelam a verdade acerca das disciplinas que passam entre os pingos da chuva.

    Porém, no fim de contas, a culpa é dos exames. Está bem, abelha!

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  6. Sejamos claros, no básico, existe uma única prova: Matemática, pois a outra é um verdadeiro alçapão onde todos passam. Um aluno que atinja o 3 a Português na classificação interna, com ajuda ou sem ajuda do CT, tem a positiva garantida nessa disciplina. Para encontrar um nível 1 na prova de Português é preciso uma lupa de tamanho gigante. Engraçado que, se observarmos as classificações do exame de Português no secundário, há uma enorme descontinuidade nos resultados, mesmo sabendo que muitos alunos, em geral os mais fracos, não realizam essa prova, pois optam pela via profissional.

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  7. E que tal as notas internas não contarem para o acesso ao ensino superior?
    Ou será que as escolas têm os mesmos testes, os mesmos critérios de avaliação, os mesmos professores, os mesmos alunos e turmas, os mesmos horários, os mesmos recursos?

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    1. Isso era um descalabro, Alice. Ou o que se ensina/aprende durante 3 anos vale menos do que um exame de 120 minutos? Há muita coisa a melhorar dentro dos grupos/ departamentos, é verdade, mas isso seria o descrédito total da escola. E eu acho que a maioria dos professores é séria.

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      1. A nota não determina o valor de algo, Maria. Se é esse o crédito a que vetamos a escola, estamos de facto ainda pior do que eu pensava.
        Se a maioria dos professores é séria, isso só demonstra que é mesmo desnecessário as notas contarem para a entrada no ensino superior. Por questões de igualdade de oportunidade, não devem contar e ponto.

        Volto a repetir: as escolas não são todas iguais, os alunos não são todos iguais, os professores não são todos iguais, os horários não são todos iguais, os recursos não são todos iguais, os critérios de avaliação não são todos iguais, os testes/trabalhos não são todos iguais, as turmas não são todas iguais.

        E o sistema está todo corroído quando esses números (e as famosas décimas e milésimas!) têm impacto considerável no acesso ao ensino superior.

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  8. E nos Cursos Profissionais Secundário? é raríssimo os alunos ficarem com Módulos em atraso. Fazem tudo. Praticamente 100% de sucesso a Português, Matemática…, mas nada sabem. Milagre
    Esses alunos nada sabem, mas praticamente nunca tiram negativas finais. Os alunos do Ensino regular sabem menos que os alunos dos ursos profissionais?!
    É um facilitismo atroz e ficam com o 12º anoa feito, podendo concorrer ao ensino superior!…

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    1. Inclusão pura. Processo centrado na aprendizagem e não no problema do aluno, Ou no que fosse porque assim tem sido e assim vai ser com tendência a crescer e a martirizar a dignidade de quem para aqui veio por vocação.

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  9. Vão separar o secundário do acesso ao sup. Só faz exames quem precisa para prosseguir estudos. Uma alegria para as estatísticas. Passa tudo.

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  10. E como é que explicam o insucesso generalizado noutras diciplinas. Uma coisa é certa. O ministério devia explicar esta ONDE DE CHUMBOS…SÃO MILHARES DE ALUNOS QUE REPROVAM A QUASE TODAS AS DISCIPLINAS…E ISTO ACONTECE AO LONGO DO TEMPO…OS MENINOS TAMBÉM ANDAM AO COLO A BIOLOGIA E GEOLOGIA, POR EXEMPLO? ALGUÉM DEVIA PRESTAR ESCLARECIMENTOS, ALÉM DE QUE, EU MANDAVA INSTAURAR UM PROCESSO DE AVERIGUAÇÕES AO QUE SE PASSA NO EXAME.

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  11. Ao ler as vossas opiniões fico a pereceber os objetivos do ministério, dividir para reinar. Uns atacam o ensino básico, outros atacam os privados, outros atacam as disciplinas que outros lecionam, exatamente o que a tutela pretende. Colegas deixem de atacar os outros e de uma vez percebam o objetivo de toda esta gente que governa. Eles pretendem descridibilizar a educação, pretendem criar jovens sem capacidade de pensar, sem pensamento crítico, sem opinião, pretendem cidadãos tipo ovelha. Veja-se o que se passou em França com a vitória no mundial, milhares de jovens saíram à rua para destruir, não para comemorar. Na zona de Lisboa temos dezenas de bairros cheios de jovens destes, jovens que não valorizam a escola, jovens que vivem para ter um telemóvel topo de gama ou um Honda Civic. Do que serve ter um curso superior se ganhas mais como mulher a dias ou como pedreiro. Chegamos ao cúmulo de um pedreiro ganhar mais do que o próprio arquiteto ou o engenheiro que comanda a obra. O que interessa são as novelas, o Big Brother o futebol, as televisões dedicam horas por dia aos comentadores, até enoja ouvir falar horas do Bruno de Carvalho ou do Benfica. Para não falar do prório comentador supremo, o professor Marcelo, que desta a comentar a vida de Ronaldo, os resultados do mundial e nem uma palavra para o estado da educação. Colegas parem de atacar as disciplinas dos outros, cada um com o seu calvário. Disse!

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    1. Ninguém está a dividir. E ainda menos com o intuito de reinar. Podemos concordar que nem tudo é perfeito na escola. E apontar-lhe pontos fracos.E afirmar isso mesmo. E reflectir.
      Apesar de sabermos que há muita gente que vem ao ” Quintal ” do Paulo, e de sabermos também que , em muitos casos, os seus propósitos não são os melhores, acho que não nos devemos abster de olhar com objectividade para os problemas com que nos defrontamos.
      Então, vamos até à Coreia do Norte, esse paraíso na Terra, ou a outros paraísos mais cá do bairro, cheios de mentiras e de ocultações. O pensamento único é terrível . A liberdade é um valor superior. É ela que nos permite o espírito crítico.
      De medos já andamos todos fartos. Temos pensamentos divergentes? Podemos expô-los e discuti-los? Óptimo.

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  12. sE SÃO AS PRÓPRIAS ESCOLAS PROFISSIONAIS… A IMPOR ESTATÍSTICAS PARA O SUCESSO E A PRESSIONAR QUEM NÃO CUMPRE… nossa senhora de Fátima…

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