Absolutamente Normal

O ensino profissional, apesar de todos os seus estratagemas, continua a ser uma via de segunda escolha, em especial para alunos a quem é dito que não devem fazer o “regular”. Isso e a pressão para as escolas terem muita “oferta diversificada”. O que irrita é parecer existir a crença de que o “ensino profissional”, por si só, é mais atractivo para alunos que não querem estar em aulas ou estudar. Ou a crença de que esses alunos não existem e que são apenas os professores que não os sabem cativar.

Ensino profissional perde um terço dos seus alunos mais frágeis

Os que chumbaram mais antes, continuam a chumbar mais depois. E 30% abandonam a escola. Segundo o investigador Joaquim Azevedo os dados confirmam que as escolas “não sabem lidar com as crianças que tiveram percursos muito conturbados durante o ensino básico”.

O que me vai cansando em Joaquim Azevedo é que cada vez mais acusa as “escolas” de tudo e mais alguma coisa, sem apontar o dedo com clareza a políticas erradas de combate ao abandono escolar que parecem esquecer tudo o que se passa fora do portão das “escolas”, remetendo para estas um manancial de responsabilidades que não têm forma de satisfazer, sem uma série de parceria eficazes a montante.

E de uma vez por todas: as turmas “alternativas” não podem ser depósitos para tudo e mais alguma coisa e esperar que com pós de perlimpimpim se dê ma alquimia do sucesso de um momento para o outro. Um terço de insucesso até é muito bom e garanto-vos que é um valor que só é obtido com um enorme esforço por parte de quem acaba por colaborar, nem que seja por cansaço, com a estratégia global de fingimento.

villageidiot