Eu percebo a necessidade extrema em arranjar nesta altura notícias para amesquinhar os professores, na velha escola comunicacional do ME, mas a verdade é que há pessoas a serem enviadas para as escolas sem quaisquer condições para assegurarem o seu horário e não por questões de “fraude”. Os casos estão bem à vista, todos os conhecemos, assim como Juntas Médias que funcionam de um modo burocrático, completamente desumanizado e sem qualquer atenção às condições concretas das pessoas. Todos conhecemos pessoas perfeitamente incapacitadas (do ponto de vista físico em psicológico) para dar aulas que uns shôres doutores da mula ruça se acham no direito (ou na obrigação imposta por quem os manda) de enviar para as escolas com prejuízo de todos, a começar pelos alunos.
Mais de metade dos trabalhadores do setor da educação que estavam de baixa por doença tiveram de regressar ao trabalho depois de passar por uma junta médica, uma vez que se concluiu que as baixas eram fraudulentas. Os dados constam do relatório da Comissão Europeia sobre a oitava avaliação a Portugal após a saída da troika do país publicado esta terça-feira.
Para mim, “fraude” é ter Juntas Médias que parecem ter quotas a cumprir no sentido de “chumbarem” quem está de baixa médica. Para mim, “fraude” é ter “Juntas Políticas” com gente que nem consegue olhar nos olhos quem manda trabalhar, sem qualquer respeito pelos princípios éticos que deveria cumprir na sua profissão, em vez de optar por ser uma espécie de comissário político para a Saúde.
Os tempos andam negros, negríssimos e em alguns aspectos esta trindade do ME, por acção, omissão ou pura e simples cobardia, cada vez faz mais lembrar a de há uma década. E não se escondam atrás da Segurança Social ou da Saúde.

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