Assunto que fiou por abordar e sobre o qual eu mantenho velhas reservas em relação a um modelo que a cada mudança de agulha ministerial se concentra num par de tópicos em que a oferta abunda e é quase obrigatória ou então o pessoal tem de pagar sem grandes garantias do que possa aparecer.
Assim como tenho reservas em relação a formações dadas sobre matérias ainda não legisladas por organizações e pessoas directamente envolvidas e interessadas nessa mesma legislação e área de intervenção, seja ela a chamada educação inclusiva ou a flexibilidade curricular, como há dois anos eram as estratégias de promoção do sucesso escolar, num ambiente de endogamia degenerativa.
Pelo contrário, formação actualizada sobre as áreas científicas de origem dos professores – que pelos vistos em muitos casos são considerados saberes arcaicos, embora “acumulem conhecimentos” como no caso da História – estão quase ausentes na generalidade dos Centros de Formação (aquilo de usar tics em roupa velha não conta) e quase se acha em Universidades está longe de ser barata.
Mais ridículo, um professor do Ensino Básico ou Secundário que faça investigação ou publique trabalhos não ganha nada com isso, ao contrário do que se passa com um do Ensino Superior, como se fora das Universidades os professores ou não fossem capazes ou não tivessem interesse em continuar o estudo nas suas áreas de especialidade ou gosto.
Sim, falo em interesse próprio, porque de nada me adianta para os “créditos” necessários à progressão que tenha sido da Comissão Científica de um Congresso ou seja da Comissão de Honra de outro, ou sequer se apresento comunicações, publico artigos ou livros ou se faço de referee numa publicação indexada na Scielo ou outras bases de dados do mesmo tipo. Para a progressão dos docentes do ensino não-superior isso vale zero, retirando qualquer incentivo extra para que se desenvolvam actividades de investigação e produção de saber.
Parece que isso é privilégio só dos “superiores” ou então extravagância de malta assim como que meio excêntrica e esquisita que ainda acredita em saberes disciplinares estanques, mesmo que se trabalhe em áreas de cruzamento de várias áreas como a História, a Sociologia ou a Literatura.
Já se for em mindfulness numa perspectiva de global mind-set já a coisa fica repleta de purposefulness e é muito século XXI, muito Educação 2030.

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