A Bem da Verdade E Para Que Conste…

… não invejo o lugar ou posição seja de quem for neste burgo à beira mar assarapantado, com uma única excepção que é a da pessoa que tem responsabilidades editoriais nas duas chancelas (Levoir e G. Floy) que me deram maiores prazeres de leitura em banda desenhada nos últimos anos, a preços absolutamente aceitáveis, em língua portuguesa. Tudo o resto significaria despromoção clara em relação à minha função de professor.

Portanto, estejais descansados que apenas me “represento” a mim próprio e por extensão quem sentir que digo e escrevo alguma coisa com sentido. Nem pressinto qualquer apelo dirigista e muito menos aparelhista. Pelo que a corte joanina pode ficar descansada, embora desiludida, pois não prevejo reforma para breve (preciso ganhar ainda uns tostões para continuar a comprar a acima referida bd… e a amadora já vem aí tão perto).

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A Fenprof Amofinou-se!

Acho divertido que o Secretariado Nacional da Fenprof lance um comunicado sobre o programa de ontem, por achar que teria de ser um dos seus a lá estar. Sempre pensei que para certas organizações o que está acima de tudo são as causas e que os indivíduos estão ao seu serviço e ou as defendem bem ou não.

Ora… se o que está em causa não é o que foi dito… deixem-se lá de birrinhas da treta que só vos ficam mal. Pois nunca vos vi fazer coisa semelhante com outros debates sobre o mesmo assunto, mesmo se agora dizem que coiso e tal são deixados de fora, como se tivessem o monopólio da “voz” dos professores, a qual só ganha em ser plural. Olhem… eu acho que os professores no activo é que ficam quase sempre de fora e a produção pode confirmar o que eu disse acerca da sua falta entre os convidados e em particular entre os que tinham direito a um ou dois minutos de microfone.

A questão não se coloca em relação ao que foi dito pelos diversos intervenientes, pois, concorde-se ou não, têm toda a legitimidade em assumir as posições que muito bem entendem sobre o tema para o qual foram convidados. O problema residiu na pequenez democrática da jornalista que moderou o debate, cujos critérios de convite são tão estreitos que neles não couberam as organizações sindicais de professores. Goste-se ou não, são elas que, institucionalmente, representam os professores, sendo este um dos setores profissionais com mais elevada taxa de sindicalização.

Pensem assim… há tantos professores que lamentam a amputação que representa ter a negociar institucionalmente em seu nome “representantes” que não dá uma semana de aulas desde os tempos em que a flexibilidade era um conceito ainda a nascer. Já não vos chega esse monopólio?

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(não foi pela beleza que me convidaram… eu bem sei o tempo que levaram a maquilhar-me para me tornarem vagamente apresentável…)

Coisas Por Tratar, Ontem – A Formação de Professores

Assunto que fiou por abordar e sobre o qual eu mantenho velhas reservas em relação a um modelo que a cada mudança de agulha ministerial se concentra num par de tópicos em que a oferta abunda e é quase obrigatória ou então o pessoal tem de pagar sem grandes garantias do que possa aparecer.

Assim como tenho reservas em relação a formações dadas sobre matérias ainda não legisladas por organizações e pessoas directamente envolvidas e interessadas nessa mesma legislação e área de intervenção, seja ela a chamada educação inclusiva ou a flexibilidade curricular, como há dois anos eram as estratégias de promoção do sucesso escolar, num ambiente de endogamia degenerativa.

Pelo contrário, formação actualizada sobre as áreas científicas de origem dos professores – que pelos vistos em muitos casos são considerados saberes arcaicos, embora “acumulem conhecimentos” como no caso da História – estão quase ausentes na generalidade dos Centros de Formação (aquilo de usar tics em roupa velha não conta) e quase se acha em Universidades está longe de ser barata.

Mais ridículo, um professor do Ensino Básico ou Secundário que faça investigação ou publique trabalhos não ganha nada com isso, ao contrário do que se passa com um do Ensino Superior, como se fora das Universidades os professores ou não fossem capazes ou não tivessem interesse em continuar o estudo nas suas áreas de especialidade ou gosto.

Sim, falo em interesse próprio, porque de nada me adianta para os “créditos” necessários à progressão que tenha sido da Comissão Científica de um Congresso ou seja da Comissão de Honra de outro, ou sequer se apresento comunicações, publico artigos ou livros ou se faço de referee numa publicação indexada na Scielo ou outras bases de dados do mesmo tipo. Para a progressão dos docentes do ensino não-superior isso vale zero, retirando qualquer incentivo extra para que se desenvolvam actividades de investigação e produção de saber.

Parece que isso é privilégio só dos “superiores” ou então extravagância de malta assim como que meio excêntrica e esquisita que ainda acredita em saberes disciplinares estanques, mesmo que se trabalhe em áreas de cruzamento de várias áreas como a História, a Sociologia ou a Literatura.

Já se for em mindfulness numa perspectiva de global mind-set já a coisa fica repleta de purposefulness e é muito século XXI, muito Educação 2030.

bah-loon

Coisas Por Tratar, Ontem – Aquilo da Cidadania

Andamos agora nas escolas, departamento e grupos, à volta daqueles temas que temos de obrigatória e flexivelmente abordar em todos os ciclos ou pelo menos em dois na nova disciplina de Cidadania e Desenvolvimento

Um deles relaciona-se com as instituições e participação democrática.

Nada como demonstrar pela prática, evitando que no Parlamento os deputados porfírios votem e assinem resoluções destinadas ao caixote do lixo desde o primeiro momento.

Acacio