Regresso Às Origens

Em especial a uma das linhas de investigação que foi desenvolvendo entre o fim da licenciatura e o mestrado pré-pré-bolonhês. Um Congresso Internacional sobre uma poetisa/dramaturga a quem terá sido negado o cânone das leituras recomendadas porque não se suicidou ou fez algo mais dramático do que escrever três livros de poesia com bastante sucesso nos anos 20 e depois algumas peças de teatro nos anos 30 com igual sucesso.

Há regressos ao passado que, quando são acompanhadas por leituras novas de outras pessoas, sabem bem, a um tempo em que ainda se acreditava na maior parte das coisas em que vale(ria) a pena acreditar. Em que se vislumbra e se revive parte do entusiasmo com que então se fazia de tudo um pouco (investigação, escrita, ensino) porque em tudo existia prazer e não dever.

 

(ao sábado, porque agora não há dispensas para estas coisas como na altura… agora é engolir as formações pré-formatadas e é se não quiserem pagar até os diplomas para ter umas horas prós créditos…)

Recomendo Vivamente

Logo que esteja disponível online, o vídeo do debate de ontem no Expresso da Meia Noite (SIC) sobre o arranque do ano lectivo no qual se percebeu que existem apenas dois problemas no sistema educativo nacional e que são as pessoas que nele trabalham todos os dias.

  • O pessoal não docente, porque é pouco, embora exista alguma felicidade entre @s director@s porque receberam recentemente 200 auxiliares para 811 agrupamentos.
  • O pessoal docente, por causa dos concursos serem “anuais” (problema da SE Leitão) e de não existir “autonomia” para reconduzir ou contratar directamente os professores (problema dos directores).

Quanto ao mais, parece estar tudo excelente e todos os “actores” estão alinhados com a flexibilidade e a inclusão, que são políticas excepcionais. A “tensão laboral” foi escassa e ficou-se quase só pela lapela do Mário Nogueira, ali bem contida, sem afloramentos mais do que esporádicos.

Embora eu seja contra conversas muito azedas ou empolgamentos adjectivais excessivos, também me desgosta muito quando aparecem quatro personagens que parecem seguir um guião previamente distribuído e em que o desalinhamento é mais formal do que substantivo. E em que o plano da vida interna das escolas e dos problemas concretos do seu quotidiano se limitam às questões da “gestão”. Sobre os atropelos que vão acontecer com os reposicionamentos nem uma palavra.

A novidade foi o sindicalista Mário Nogueira distribuir uma generosa quantidade de “colegas” à directora e ao director que estavam presentes na sala. Ficámos todos foi sem saber se eram colegas de programa, de geringonça alargada ou mais do que isso. Mas foi interessante como inflexão discursiva do “radicalismo”.

Pode ter-me escapado qualquer coisa importante, porque ia passando para um canal com música a sério, daquela em que a harmonia não parece uma encenação para dar a entender que todos se entendem maravilhosamente e só há umas criaturas chatas – os professores – que atrapalham que decide, quem gere e quem negoceia.

Violino

Eram 23.33…

… quando o Mário Nogueira, depois de apoiar a experiência da flexibilidade, decidiu ainda elogiar como “importantíssimo” o novo regime da “inclusão”. Deve ser tudo resultado das opiniões colhidas nos plenários realizados pelo país.

Entretanto, no dia a seguir ao TC mandar passear o seu pedido de fiscalização da constitucionalidade do novo concurso de professores, a SE Leitão pode, de forma tranquila, voltar a criticar a existência de um concurso anual decidido por via parlamentar na sequência das ilegalidades cometidas o ano passado.

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