Recomendo Vivamente

Logo que esteja disponível online, o vídeo do debate de ontem no Expresso da Meia Noite (SIC) sobre o arranque do ano lectivo no qual se percebeu que existem apenas dois problemas no sistema educativo nacional e que são as pessoas que nele trabalham todos os dias.

  • O pessoal não docente, porque é pouco, embora exista alguma felicidade entre @s director@s porque receberam recentemente 200 auxiliares para 811 agrupamentos.
  • O pessoal docente, por causa dos concursos serem “anuais” (problema da SE Leitão) e de não existir “autonomia” para reconduzir ou contratar directamente os professores (problema dos directores).

Quanto ao mais, parece estar tudo excelente e todos os “actores” estão alinhados com a flexibilidade e a inclusão, que são políticas excepcionais. A “tensão laboral” foi escassa e ficou-se quase só pela lapela do Mário Nogueira, ali bem contida, sem afloramentos mais do que esporádicos.

Embora eu seja contra conversas muito azedas ou empolgamentos adjectivais excessivos, também me desgosta muito quando aparecem quatro personagens que parecem seguir um guião previamente distribuído e em que o desalinhamento é mais formal do que substantivo. E em que o plano da vida interna das escolas e dos problemas concretos do seu quotidiano se limitam às questões da “gestão”. Sobre os atropelos que vão acontecer com os reposicionamentos nem uma palavra.

A novidade foi o sindicalista Mário Nogueira distribuir uma generosa quantidade de “colegas” à directora e ao director que estavam presentes na sala. Ficámos todos foi sem saber se eram colegas de programa, de geringonça alargada ou mais do que isso. Mas foi interessante como inflexão discursiva do “radicalismo”.

Pode ter-me escapado qualquer coisa importante, porque ia passando para um canal com música a sério, daquela em que a harmonia não parece uma encenação para dar a entender que todos se entendem maravilhosamente e só há umas criaturas chatas – os professores – que atrapalham que decide, quem gere e quem negoceia.

Violino

37 opiniões sobre “Recomendo Vivamente

  1. Não vi o programa. Obrigada pela recomendação.

    Tenho outra recomendação. Recomendo vivamente a leitura integral do artigo abaixo mencionado.

    Mas posso lançar algumas questões do artigo:

    ““Imagine que um professor teve os 9 anos de carreira congelada, que até já tem os anos de serviço suficientes para se reformar sem penalização, mas não tem a idade. Se se reformar, vai ter uma penalização de 6% por cada ano que lhe faltar. Mas se puder optar por esta nossa proposta, em vez de subir de escalão, os 9 anos congelados abatiam 3 anos na idade requisito da reforma. Ao aposentar-se 3 anos mais cedo isso significava despenalizar 18%.” A explicação é dada por Mário Nogueira ao Observador e é uma das propostas que os sindicatos de professores vão levar para a próxima reunião com o Ministério da Educação.”

    “O modo pode ser este, ou outro, podemos discutir se são logo os 2 anos e 9 meses, se mais, se menos. E até podemos discutir se o impacto é só no tempo de serviço, se, por exemplo, sendo na carreira, pode ser no acesso aos escalões que estão sujeitos a vagas. Isto quer dizer que os professores ficariam colocados nesses escalões [5.º e 7.º] sem ter de se submeter às vagas”, explica Mário Nogueira.”

    Aqui:
    https://observador.pt/2018/09/21/carreiras-fenprof-propoe-que-professores-se-reformem-mais-cedo-e-sem-penalizacao-se-nao-recuperarem-o-tempo-congelado/

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  2. Porque creio sinceramente que só ganhamos em estar informados antes de emitirmos os nossos juízos de valor, recomendo ainda vivamente o visionamento deste excerto de entrevista:

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  3. Também o recém criado sindicato STOP não pára.
    E recomendo vivamente:

    “Colegas, amanhã, quinta-feira, 20 setembro, iremos encerrar a Caravana em defesa da Escola Pública na cidade de Leiria às 18h30.

    Por motivos profissionais, e ao contrário do inicialmente previsto, não poderemos ir este mês ao Distrito de Portalegre (Elvas) e ao Distrito de Santarém (Mação).

    HOJE, 19 de setembro, continuaremos pelo Algarve (Silves) e Alentejo (Beja e Évora):

    – às 10h, na Escola Secundária de SILVES;

    – pelas 16h, na Escola de Santa Maria (do Agrupamento nº1 de BEJA);

    – e às 21h, em ÉVORA, na Praça do Giraldo.

    Flexibilidade curricular?!? O governo que flexibilize na sua negociação do tempo de serviço no modo e faseamento e que nos PAGUE O QUE DEVE (9 anos, 4 meses e 2 dias).

    Apareçam nestas reuniões e tragam as vossas ideias/propostas!”

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    1. O “argumento ” do “arranja 1 vida” e do “vazio que a sua vida deve ser” é um “argumento” que se avança sempre que se quer voltar as costas a uma troca de palavras sobre algo.

      Em vez de dar o seu ponto de vista sobre a questão em apreço, avança com o “argumento do arranja 1 vida, deves ter uma vida muito aborrecida”, etc.

      Obviamente, você é um cobarde misógino e sexista.

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      1. M,

        Reforço de tentativa de intrusão na vida privada de cada comentador.

        Mais um voyeur a tentar a sua sorte.

        Isto já para não falar em assuntos mais sérios como o abuso e a violência doméstica que se liga e encaixa como um puzzle de 50 peças nestas inspiradas frases. – o marido que não atura a mulher (e os filhos) e que leva porrada em cima.

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        1. F,
          A postura e luta do teu grande líder Nogas foi fácil de compreender . Desde o início. Luta apenas pelos seus próprios interesses imediatos…e está a ver apenas se safa o dele. Trocar os 942 por migalhas e antecipação aposentação para ele, como grande defensor da classe que diz representar. Depois há os “colas” F que pretendem exatamente o mesmo e tentam “apanhar ” o mesmo barco. Querem safar o vosso e de forma egoísta fingem estar numa luta colectiva.

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      1. Não gosto de tratar as pessoas por nicknames. É pueril e redutor e , deste modo e logo à partida, dá cabo de qualquer troca séria de palavras sobre o assunto.

        A ideia de que MN luta tão só e apenas pelos seus interesses muito pessoais é conversa de café para não menosprezar o manual dos taxistas palito.

        Seria falsa dizer que não quero salvaguardar uma carreira que iniciei há 41 anos e que não quero sair cabisbaixa e derrotada pela porta da escola, exaurida com as condições de trabalho e com uma pensão com cortes por todo o lado. Mas isto não tem a ver com as expressões que usas- “colas”, “safar” e “fingir” e mais “apanhar o mesmo barco” e “egoísta”. Tem a ver com o respeito que me devem por esta carreira longa, cheia de pedras no caminho, e por ser uma boa profissional.

        Quanto às lutas colectivas, participei em todas. Sabes porquê? Porque sempre quis que esta classe profissional fosse respeitada e porque tenho consciência do que esteve e está em questão.

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        1. F,
          Concordo quando diz não querer sair “cabisbaixa” após 41 anos de serviço e sujeita a inúmeros cortes no valor da aposentaçao. 100% de acordo e solidário. Já o mesmo não acontece com o MN… o que deveria acontecer era — Verdade !!!! E que a medida a ser aplicada agora, fosse tb a aplicar a todos no futuro.Mas não apenas como uma promessa … e depois…
          Há que chamar as “coisas” pelos nomes, não premiar os chico espertos agora …e depois…
          Concordo sim,mas para ser mesmo a aplicar a todos agora e “amanhã “.
          E volto a repetir , fundamental existir verdade !!!!

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  4. É a chatice de termos os sindicatos a botar discurso sobre questões científicas e pedagógicas! Eles que se limitem às questões laborais! Nada do que estamos a fazer nas escolas neste momento faz sentido! Papéis, grelhas, mails, reuniões… Alguém deve denunciar toda esta fantochada! Profissão horrível em que estou metido! Ninguém me avisou que a um professor se pede tudo menos ensinar…

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    1. As questões científicas e pedagógicas entrelaçam-se com as questões laborais. A prova disso é o seu comentário.

      Se for um/a bom professor/a, consegue ensinar mesmo que lhe “peçam” para não o fazer.

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      1. e desse entrelaçamento o “sindicato” subalterniza as questões laborais…
        … e o que valoriza das que são “científicas” (cof!) e pedagógicas são as mais “ideologicamente” orientadas para a construção de um “homem novo” (cof!)

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      2. “Se for um/a bom professor/a, consegue ensinar mesmo que lhe “peçam” para não o fazer.” diz F.

        Cada vez tenho menos vontade de ir contra o que me pedem (sem aspas) para fazer. A tendência é cada vez mais não vale a pena ensinares, nem preocupares-te se os alunos ficam sem saber nada. Confesso que a carga burocrática é tal que, efetivamente, cada vez me preocupo menos. Talvez começasse a ser tempo de todos nos deixarmos de preocupar. Venham as atas, as reuniões infindáveis e diárias, as grelhas, os emails…

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    1. Ò Duílio experimente lá fazer um comentário ou um post da sua autoria, em vez de bolsar sistematicamente os vómitos e os arrotos do Guinote. Ou então peça-lhe para que lhe deixe assinar um dos dele, já que a um lacaio tão servil nada se recusa e ficam os dois contentes. Ele, mais inchado, pensará que não é um anão. O Duílio, dedicado lambe-botas, feliz com a desonestidade recompensada..

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      1. Deve é preocupar-se com o esvaziamento funcional dos sindicatos, dado o insucesso negocial a todos os níveis e não com anões. Nas horas difíceis se conhecem os amigos e os menos amigos! Se como monodocente trabalhar até quase aos 67 anos só devo queixar-me só do governo? Ou talvez também de quem o apoia, quando devia estar do meu lado?

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  5. Professores e professoras que lambem as botas de quem lhes paga ao minuto, contado a toque estridente de campainha, em que o tempo de curtos intervalos passados na sala dos professores, na secretaria, na sala da Direção ou na casa de banho a fazer serviços necessários e inadiáveis não é contabilizado como tempo de trabalho, letivo ou não letivo, podem saber aplicar aos seus alunos teorias pedagógicas aberrantes, como a Flexibilidade Curricular e o Aprender a Aprender, mas procedendo assim acabarão por destruir a escola que, por definição, é um lugar onde os professores ensinam e os alunos aprendem.
    Um professor, depois de sair da sala de aula, ao toque da campainha, durante os cinco ou dez minutos em que se dirige para a sala dos professores, onde, eventualmente, conversará com colegas sobre assuntos da escola até que a campainha o chame de novo para sala de aula, não está objetivamente a trabalhar – o relógio de ponto que contabiliza os minutos passados no posto de trabalho é desligado!
    Só uma grande especialista em gestão de recursos humanos e formação profissional, como é a Professora Doutora Maria de Lurdes Rodrigues, poderia conceber a aberração que são os horários atuais dos professores das escolas C + S e secundárias, para que estes não se fiquem a rir dos professores primários e educadores de infância que se fartam de trabalhar!

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  6. Paulo, não vale a pena . É mais do mesmo. Recomende- nos, porque pode, um bom livro, boa música ou, quem sabe, uma das suas iguarias preferidas. 🙂

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    1. Permita-me sugerir “O livro do Riso e do Esquecimento”, de Milan Kundera.

      Há alguém lá para trás que está a precisar.
      Se bem que problemas biliares carecem de tratamento médico intensivo… A literatura ajuda, mas não faz milagres. 🙄

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  7. Achei tudo muitíssimo estranho…, a começar pela constituição desequilibrada do ‘painel – 3 representantes do ME e 1 sindicalista (teoricamente em representação da escola e dos professores). 😊

    Não passa de mais uma cena da cansativa tragicomédia em que se tornou a educação. Com atores previsíveis, com argumento enfadonho e opaco…, com tentativas tristes, e pouco criativas, diga-se, de evangelização dos mais incautos, etc, etc.

    Por falar em atores, definitivamente o ministro Tiago não passa de pobre figurante em situação de licença sabática. Em todo o caso, sobram figurões (desculpem o termo, mas não me ocorre outro mais polido) de vários quadrantes para o substituir. Preço do poder, será?

    A sra Cohen e o sr. Filinto abriram e fecharam a semana. Registe-se. 😉

    Ficou mais do que claro que recentemente houve apenas duas coisas que preocuparam e, ao que parece, traumatizaram o sr. Filinto: o facto de os diretores terem trabalhado imenso em agosto e a municipalização. Porque será? 🤔
    O resto é só maravilhas.
    Não agarre a cadeira, não.

    Tomara que o Ricardo AP tenha visto a encenação. Terá material criativo para muitas mixórdias…
    Os 4, cada um no seu estilo, proferiu raras pérolas… Ambientes educativos, inovação pedagógica, o 54 e o 55 já faziam falta… Um absurdo.

    Este tipo de programa potencia fortemente o burnout, desaconselho por isso o visionamento. Antes o Panda ou até a velhinha, porventura nova, ‘Rua Césamo’.
    Efeitos colaterais: fim de semana a Kompensam. 😊

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  8. Vi agora o programa.

    Uma directora (a mesma do prós e prós) a tecer rasgados elogios ao novo paradigma, como afirmou; um Filinto Lima a piscar o olho à sec estado e a afirmar que os directores trabalharam muito; o MN esteve bem, no meio daquilo tudo….e a sec de estado Leitão a tentar conter-se, meio furibunda mas muito “assertiva” como se diz hoje em dia como metáfora para teimosia.

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