… mesmo se nos debate televisivos pareça sempre hipotenso. E a sério que me preocupa porque, há uma década, conhecemo-nos a partir de pontos divergentes, tendo eu de reconhecer a coragem de me convidar para escrever no Público e estabelecer uma parceria com o Umbigo em tempos bem complicados da desgovernação socrática (e eu bem me lembro da estranheza que despertei com o convite para apresentar o livro do blogue na BN). Só que a partir de dado momento a sua metamorfose faz-me lembrar a da Zita Seabra, ou seja, não é por se ter partilhado uma fé errada que se deve considerar que é boa a que lhe é simétrica.
Vamos lá…
A sua zanga com os professores é de cariz ideológico e não propriamente racional. Tentei ler todo o artigo de hoje, mas não consegui passar do lead que diz assim:
Em três linhas apenas consegue conter-se uma imensidão de incorrecções, de que alinho apenas algumas, sem receio de exaustão:
- Não são os sindicatos de professores que pedem, são mesmo os professores, apesar dos sindicatos. Por eles, isto já estava resolvido. Os professores, no terreno, é que estão fartos de ser enganados por uma geringonça (governamental, educativa, sindical) que só se preocupa com os seus jogos florais pré-eleitorais.
- Não se regressa a uma carreira que é a existente. O que o meu caro José Manuel pretende é tomar como boa uma suspensão de um estatuto de carreira, feita duas vezes pelo PM Sócrates e continuada pelo PM Passos Coelho. Nós não queremos “regressar” a nada. Apenas que cumpram o que está legislado. Só faltou escrever sobre “retroacticos”, como um qualquer Carlos César.
- O meu caro José Manuel não é tão ignorante que, agora, atribua aos salários dos professores a nossa situação de “bancarrota”. Que raio, chegou-lhe uma amnésia precoce? Os negócios ruinosos das PPP, os estudos encomendados para pontes e aeroportos, a Parque Escolar, a intervenção no BPN foram tudo amendoins de escasso valor perante os 2000 euros de salário bruto de um professor a meio da carreira. Vamos ter dó, ok? Podemos manter este tipo de debate num nível sofrível de honestidade intelectual?
- Se os contribuintes apoiam ou não esta greve, não sabemos lá muito bem. Parece que há quem ache que sabemos. Eu sou contribuinte e não dei a minha opinião. E sou encarregado de educação. Por acaso, não fiz greve, mas não é por discordar das reivindicações, mas sim de uma estratégia de “luta” que me merece enorme desconfiança por causa de boa parte dos “actores” em presença.
Poderia continuar, lendo o resto do texto, mas acho que é inútil porque JMF há anos que abdicou do pensamento racional, da argumentação factual, para destilar um mantra azedo sobre tudo o que lhe cheire a “Esquerda”. E a mim interessa pouco fazer traçar perfis psicológicos ou fazer exorcismos por via digital.
(do que a gente precisa é debater isto com advogado comediante, certo? a sociedade civil e tal, os amigos da amiga e o camandro…)
Fantástico, Paulo!
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Se os contribuintes apoiam esta greve? Não me digam que os contribuintes apoiam os poços sem fundo da banca? Ó Zé Manel, já lhes perguntou, por acaso? Mesmo? Os BPNs, os BES, os BBPP, etc.? A sério?
Já agora, será que os contribuintes apoiam que os seus filhos e netos estejam a ter aulas em salas a abarrotar à beira dos 40ºC????!!! SIM! E em escola intervencionada pela Parque Escolar. Sim. Quem está nos seus gabinetezinhos com ar condicionado a arrotar postas de pescada…Vão se catar, mas é. E não continuo em vernáculo, mas é o que mereceriam.
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A TVI diz que os professores fizeram 50 dias de greve em 180 dias de trabalho. Podemos dizer com toda a certeza que os jornalistas da TVI devem voltar ao 1º Ciclo PARA APRENDEREM ARITMÈTICA. Que trastes, nem para a apanha do milho servem
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Para se terem exclusivos com o PM há que alinhar.
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A entrevista do Costa está feita à medida, claramente!
Já parece o tempo do Sócrates. Metem nojo!
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Grande Paulo !
Extraordinário post !
Tanta verdade e honestidade !
Tanto ! – em tão poucas linhas .
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Muito bem, Paulo! Como sempre, aliás! Discurso que une inteligência e humor num casamento feliz! 😉
Há algum tempo, num post da mesma ‘linha’, escrevi por aqui que só falta culparem-nos pelo aquecimento global, pelas alterações climáticas, pelos conflitos na faixa de Gaza, pela eleição de Trump e, já agora, pelo crescimento da extrema direita na Europa e nos EUA.
Já esteve mais longe, já…
Enfim, e o pior é que há quem leia o que o JMF escreve e acredite em tudo o que lê…
Pelo rumo que as coisas estão a tomar, só nos resta apelar a santo Expedito! 😇
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Faz alguns meses fez um comentário, na mesma linha do JMF, o comentador Nicolau Santos… um comentário repleto de ignorância (que só poderá ser premeditada para influenciar a opinião pública…)… uns “tristes”…
Obrigada Paulo! Sempre assertivo!
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O que nós professores conseguimos! Levar um país à bancarrota…? Este senhor (com letra muito pequena), e outros que dizem barbaridades como esta, são exemplo do péssimo profissionalismo, da falta de carácter, da falta de vergonha que impera em alguns… (bem, agora travei a minha mão para não continuar a escrever o que me vai na alma, pois é demasiado feio).
Paulo, de novo, atento e a não nos deixar humilhar. Obrigada.
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Vejam só, agora fomos nós que levámos o país à bancarrota!
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Excelente, Paulo.
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JMF não é ignorante, é só desonesto.
E muito. Leu muito Maquiavel.
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Meu caro José Manuel Fernandes,cuidado com essa banda gástrica…deve ter-se deslocado para a mioleira.
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Sempre foi pessoa que nunca me impressionou positivamente… Deu sempre ideia de que o que diz ou escreve é para onde lhe dá o vento… Sem qualquer linha de coerência ou consistência… Desta vez, pôs-se a dizer mal dos professores, podia ter sido o contrário…
Simplesmente calhou.
Nem vale a pena levar semelhante figura a sério.
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O Dr. João Salgueiro explicou ontem que os estados têm enterrado dinheiro nos bancos para apoiar os depositantes e não os banqueiros. Penso que poderiam dar directamente o carcanhol aos pequenos aforradores e poupava-se no intermediário banqueiro.
O Dr Fernandes explicou que foram os aumentos aos docentes do público que levaram o país para o colo do FMI. Penso que deveriam calcular a dívida dos particulares imputável aos profs, acrescentar o montante do aumento global líquido dos seus aumentos e negociar-mos o seu pagamento à banca alemã e americana directamente.
Se continuarmos a ter como intermediários os patrões dos senhores Fernandes, Salgueiro, Centeno, Rio e tutti quanti, é pouco provável que alguma vez a nossa dívida esteja paga. É como a Ponte sobre o Tejo.
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