Quem se der ao trabalho de analisar os temas previstos para a nova disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, em especial os obrigatórios para todos os níveis de escolaridade, conjugar isso com a forma como pode ser atribuída a sua leccionação a qualquer grupo disciplinar (nem sempre respeitando aquela do “perfil adequado” que ninguém sabe bem o que pode ser e serve para cobrir todas as possibilidades) e a idiotice natural de algumas pessoas, eventualmente com boas intenções, dificilmente se pode admirar com inquéritos sobre os “afectos”, namoros e inclinações de género da petizada.
Tão grave como a parvoíce (não me ocorre outro termo “técnico” para a coisa) ou mesmo mais é não existirem garantias deste tipo de informações terem o tratamento adequado em termos de privacidade. Infelizmente, há mesmo gente parva que gosta de comentar tudo e mais alguma coisa sem a devida noção da privacidade alheia.
Eu lecciono Cidadania e Desenvolvimento (7º ano) e estou mais preocupado em explicar-lhes como evoluíram as relações sociais e políticas, como surgiu a prática da escravatura e porque durou tanto tempo, porque a “cidadania” e a “democracia” foram conceitos limitados na origem, porque gregos e romanos tiveram longos períodos em que optaram por práticas electivas para escolha dos governantes, com limitação do exercício dos cargos, etc, etc, do que em saber quem namora com quem. Mas isso sou eu que gosto que os alunos aprendam criticamente a História que os especialistas do ME se esforçam por amputar.
Educação do século XXI; hoje passámos o filme “As sufragistas” para tratar o tema no ensino secundário, mas esta escola está muito mais à frente, já vai no género múltiplo, aquele que sai da cabeça de cada um, e, como se isso não bastasse, ainda questiona directamente crianças de 9 anos sobre a sua sexualidade, daria para rir se não envolvesse os nossos filhos e netos. Depois admiram-se que a extrema direita comece a ser a mais votada em latitudes antes democráticas…
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O referido inquérito só foi aplicado a uma turma do 5.º ano (há 9) pela respetiva Diretora de Turma, professora de história, e que ´é pródiga neste tipo de abordagens da educação sexual. O inquérito foi feito por uma associação de promoção dos direitos LGTB: a CIS.
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Pode ser uma tempestade cerebral sim…se forem empáticos, atentos, preocupados ou emocionalmente frágeis passam-se.
Embora toda a gente seja muito competente, desenrascada, experiente, baldas.. velha.
Experiência condenada ao fracasso!
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O problema não é bem esse… é mais a coisa estar a ser distribuída administrativamente em muitos agrupamentos, sem qualquer análise do “perfil” ou sem aproveitar para fazer uma “ponte” com outras disciplinas.
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O Paulo hoje está imparável!
Desconfio que é hiperativo. 😊
Eu tenho traços significativos de hiperatividade, mas confesso que tive alguma dificuldade em acompanhar com atenção os posts de hoje. 😊
Preciso de uma medida universal. Ou seletiva, se calhar… 😉
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Enfim, às vezes as pessoas querem tanto fazer diferente que acabam a fazer este tipo de coisas…
A intenção até pode ter sido boa, mas os adultos responsáveis já devem ter esquecido, entre outras coisas elementares (intimidade, individualidade, formação do indivíduo, da personalidade, etc.), o que é uma criança, o que é ser-se criança…
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Eu já preciso de medidas adicionais com adequações curriculares significativas… 😨
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É pá tirem mas é duvidas da vossa disciplina nas aulas de Cidadania. Não inventem.
As crianças formam-se em cidadania como vcs se formaram… VIVENDO
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Mas o “vivendo” agora é agarrados aos telemóveis, não na rua em socialização real. É tudo virtual… O “vivendo” é demasiado ténue…
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lecionar cidadania num regime político que reprime implacavelmente quem a exerce?!…
não deve existir melhor personificação da hipocrisia…
(P.S.- é preciso salientar que “a prática da escravatura” ainda dura e mostrar que mudou de aspeto…)
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“Mas isso sou eu que gosto que os alunos aprendam criticamente a História que os especialistas do ME se esforçam por amputar.”
Com o enarregado de educação, concordo consigo a 100%. Não interessa muito que se ensine história. O enfoque está nas competências. Há que produzir operários!
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