Quando acho que escrever de nada adianta, porque o poder que está se tornou cada vez mais indiferente a qualquer tipo de críticas, não temendo mentir sem rebuço quando acha que essa é a opção que lhes dá mais jeito, releio – mantendo sempre a noção das proporções, pois a minha ambição nunca foi tão sonhadora – Roberto Saviano na introdução à edição do 10º aniversário de Gomorra (actualmente em distribuição com a Sábado).
Não me interessavam nem sucesso nem dinheiro nem reconhecimento: muito maior era a minha ambição. Desejava com todas as minhas forças mudar a realidade que tinha à minha volta, uma realidade que me metia nojo. Destruir o poder daqueles sobre os quais escrevia e chamar figuradamente às armas, unidos, aqueles que se lhes opunham. Queria que as minhas palavras fossem um murro no estômago, que tirassem o sono. Queria que fizessem medo simplesmente iluminando um recanto do mundo que ficou demasiado tempo na sombra. E foi por isso que sempre considerei minhas as palavras que escrevi e foi por isso que nunca consegui separar-me delas. E foi por isso que sempre acreditei ser um dever defendê-las com a minha cara e corpo.
Eu substituiria “a minha cara e corpo” por “a minha cara e nome”.
Ora nem mais. Subscrito.
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… a minha foi. Ainda anda por aqui, escondida. Interrompe-me, às vezes, no meio de aborrecidos minutos, quando as palavras me iluminam e essa luz aflora ainda em alguns rostos.
Ainda tocamos os alunos. E fazemos a diferença.
E no meio de tanta humilhação, a voz permanece límpida.
E sorrimos, pois não nos derrotaram.
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Paulo, agora estou confusa. Aquilo que vai acontecer na Madeira não é o que a Pro Ordem propôs? Recuperar em sete anos? Se se continua a falar muito do assunto o Costa ainda muda de ideias…
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