Não chamo a isto sequer fake news, mesmo se faz parte de uma “narrativa” concertada para transmitir uma noção errada da realidade para a opinião pública. É apenas fake opinion. Opinião travesti.
MST parece considerar que foi uma vítima de fake news, pelo que terá uma autoridade acrescida sobre o tema. Infelizmente, nunca reconheceu os seus próprios erros sobre os professores, escritos em várias crónicas no Expresso. O mais estranho é a total imprecisão com que se refere ao próprio caso em que se apresenta como vítima. Veja-se:
Passemos adiante a questão de se confundir com uma floresta.
O que se passou foi muito diferente do relatado: perante um soundbyte não verificado, uma professora de uma escola de Barcelos escreveu uma carta aberta a MST, que enviou a diversos blogues, há mais de dez anos. Eu próprio a publiquei a 20 de Março de 2008. Não foi já cinco ou seis anos. Contactado por um familiar de MST e depois pela autora da carta, na sequência do contacto de advogado(s) do visado, publiquei o desmentido que a mesma elaborou e onde citava a fonte do seu equívoco. Entretanto, o autor dessa alegada “fonte” apagou o seu rasto da net, mas ainda chegou às periferias do poder no ME no ciclo político seguinte.
No meu caso particular – que não corresponde a quem lançou o boato, mas sim a quem publicou uma carta devidamente assinada, com indicação da escola e tudo da signatária – cumpri o que é devido por qualquer órgão de comunicação que respeita regras básicas de convivência em público. Perante a demonstração de um erro, publiquei o desmentido e, ao contrário de outros erros que ficam impressos, coloquei, entretanto.a carta em causa sob acesso reservado. Nada disto tem uma vaga semelhança a fake news. Como as colocadas a circular por máquinas comunicacionais para-partidárias com gente paga para o efeito por um poder que MST raramente criticou em tempo útil.
Quando MST se refere a um “blogue de educação” seria interessante que o identificasse com rigor, para sabermos de quem fala, pois na altura existiam dezenas e foram muitos que abordaram o assunto. Sabe ele qual foi? Ou decidiu contribuir apenas para a “guerra” contra as “redes sociais” e “blogues”, misturando tudo?
Ao contrário de outros que afirmaram falsidades factuais e isso lhes foi assinalado, sem que tenham tudo a coragem de se retratar preferindo manter tudo em letra impressa sem qualquer correcção, cumpri as regras que alguns “jornalistas” insistem em não cumprir, aliando a tribuna de sábado no Expresso à de segunda-feira na TVI para ajustes de contas com os seus demónios de estimação.
Há quem me diga que perco demasiado tempo com MST. Discordo. Porque ele tem sido uma fonte de mistificação sobre a classe docente ao longo dos anos, sob o manto da”opinião”. Por exemplo, sobre mim, afirmou coisas que nunca escrevi. E porque MST está a fazer parte de uma cortina de fumo que anda a tentar baralhar as pessoas sobre o que são fake news, enquanto máquina de produção de uma “realidade alternativa” e o que são erros pontuais, comuns na própria imprensa tradicional, rapidamente esclarecidos por quem anda nisto com convicções e posições fortes, mas algum decoro ético.
Tomara que ele se lembrasse do que disse e se deixasse de prolongadas vitimizações. Ou, no mínimo, que acertasse nos pormenores do que lhe aconteceu. No tempo, nos detalhes, em tanto que não se preocupa em verificar. E quem acredita em parte do que ele escreve acaba por ser vítima do mesmo mal que afecta quem vai nas engrenagens da “pós-verdade”.
… quando um jornalista do novo DN aparece numa peça televisiva matinal a equiparar o fenómeno das fake news a um site que tem como título “Imprensa Falsa”.
Então se não se chama “política” a isto, a reorganização heterodoxa das forças políticas conforme as situações, será “política” manter uma “política” só porque é “emblemática” mesmo que seja inconstitucional promover ultrapassagens na carreira e sistemas diferentes de contagem do tempo de serviço no mesmo país? Talvez se chame política se a “vontade” feita for a outra classe profissional, mesmo embirrenta?
Eu também consigo transformar embirrações pessoais em textos, só que não sou director de um jornal com direito a editoriais. E é claro que o que escrevo é “opinião” e procuro baseá-la em factos como aquela coisa aborrecida de ter havido um congelamento e sobretaxas no meu salário que o TC declarou que só poderiam ser transitórias. O que me parece justificar a posição de que uma década do meu serviço não é para apagar. E não me parece que seja razoável a posição, neste caso não expressa por MC mas que aparece em escritos com a mesma tendência, de que como há gente em pior situação, todos deveremos ficar pior (é mais a corrente que vai do MST ao PTPereira, com apeadeiros ocasionais em outras figurinhas menores como os deputados porfírios).
A Manuel Carvalho não interessa a justiça de uma “política”, mas apenas que ela seja “emblemática” e preocupa-se muito com quem “paga”. Porque, claro, ele acha que os impostos e contribuições retidos aos professores não são verdadeiros impostos e contribuições. Eu, por exemplo, tenho pago muitas vezes o Público para o qual escrevo com regularidade por convite (salvo um período de auto-exclusão devidamente explicado), sem qualquer remuneração ou sequer o pdf das edições em causa. Ou seja, contribuo duplamente… com conteúdo e com dinheirinho (nos dias em que tenho sorte, pode ser que seja a edição que traz um livro de bd…).