Uma Inclusão Aos Remendos

O que vou incluir em seguida chegou-me por alguém ligado ao trabalho no terreno com os alunos sobre os quais outros teorizam. Vou colocar o mail praticamente como me enviou, para que se perceba como quem tem o dever diário de dar o melhor apoio aos alunos acaba por ser ultrapassado pelo work in progress de quem proclama uma “inclusão” que não sabe como se pratica fora dos gabinetes. Mais complicado, ainda há pouco tempo, lia um dos defensores do dl 54 a defendê-lo e às melhorias verificadas com este modelo recorrendo a um documento do CNE (Estado da Educação 2016) que se baseia em dados recolhidos até ao último ano lectivo lançado ainda pelo anterior governo. A desorientação parece evidente.

Achei estranho não ter lido o disclaimer referido no post acima no Manual de Apoio à Prática..
Ora hoje – lampejo – porque precisei de utilizar esta ferramenta:
Resolvi comparar a 1.ª versão do Manual de Apoio à Prática cujo download fiz a 12-07 (“manual_de_apoio_a_pratica-1” que segue em anexo) com a última versão que segue em anexo (“manual_de_apoio_a_pratica_download a 19-11” em anexo).
Tens aqui a comparação – disponível para divulgação pública:
Ora amigo, porque é que, na última versão, as assinaturas dos responsáveis políticos desapareceram todas e foi introduzida o disclaimer referido?
A tutela não tem obrigação de numerar as versões dos documentos oficiais?
Uma vez apercebi-me desta “brincadeira” com um documento do JNE…
Sabes que o Documento FAQ (lista de perguntas frequentes) sobre o Decreto-Lei n.º 54/2018, retirado do site da Direção-Geral da Educação (http://www.dge.mec.pt/educacao-inclusiva) já vai na quinta versão (5a? cf. faq_-_dl_54_-_versao_5a)?
Só me apercebo porque o nome do PDF tem a versão como “extensão” ao nome? (em anexo)
.
O que eu critico quanto a este último acaso é quando vais ao link deveria ser explícito em que versão é que vai. Só me apercebi porque fiz o download do ficheiro e me apercebi do nome que tinha a extensão da versão.
Enfim…

 

Head Spin

Por Uma Vez, A Notícia Chega Como Explicação

Escolas violam as suas próprias regras para inflacionar notas

Inspecção de Educação fez, pela primeira vez, uma operação de combate ao desalinhamento entre notas que os alunos têm na sua escola e nos exames nacionais. Depois das recomendações, 80% corrigiram o comportamento.

(…)

Estas foram algumas das práticas verificadas pela IGEC numa “operação de verificação” levada a cabo em 2017 em 12 escolas, entre as quais estão as dez onde, no ano anterior, se tinha verificado um maior desalinhamento entre a nota que os alunos conseguiam dentro do estabelecimento de ensino, atribuída pelos professores (a chamada “nota interna”), e a nota que alcançavam nos exames nacionais. Entre as 12 escolas alvo desta intervenção, dois terços são privadas. A maioria delas (9) está localizada na região norte.

Desalinha

(…)

O facto de a IGEC “não ter deixado cair o assunto” e ter “encontrado forma de manter este controlo” sobre as escolas é “extremamente louvável”, avalia Gil Nata que, com Maria João Pereira e Tiago Neves, investigadores do Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE) da Universidade do Porto, foram pioneiros no tratamento científico desta problemática da inflação das notas pelas escolas.

Este especialista discorda, porém, do critério seguido pela IGEC. Em vez das dez escolas com maiores desalinhamentos registados no ano lectivo 2015/2016, Nata entende que seria mais proveitoso que a intervenção tivesse começado pelos estabelecimentos de ensino onde a inflação de notas internas é “sistemática” e verifica-se ao longo de vários anos. Desde que o ME divulga o “indicador do alinhamento das notas” (ver texto nestas páginas), 11 escolas repetiram sempre, ano após ano, a presença no grupo das maiores inflações de notas, com especial destaque para os colégios privados.

inflacao.jpg

(só falta um quirozeze a contextualizar e um moitadedeus a chamar “miseráveis” aos directores dos colégios que zarparam sem deixar rasto…)