Ricardo Costa tem todo o direito a emitir opinião sobre a actividade do governo do seu irmão. Não é isso que está em causa, embora pudesse estar, se o tal decoro e bom-senso fizesse alguma escola entre nós. O que eu gostaria mesmo é que. já agora, RC deixasse a fatiota de spin doctor governamental quando reproduz a sua narrativa e fosse factual quando afirma que o modelo de avaliação do desempenho de MLR foi bloqueado pela mesma oposição (tudo seria desbloqueado por Cavaco Silva com um veto à decisão parlamentar) ou, muito pior, quando escreve o seguinte:
Ora… isto é mentira. Sei exactamente que não foi assim. E ele também. Não foi a troika que congelou carreiras. O primeiro congelamento foi em Agosto de 2005 ainda com António Costa no governo e o segundo foi a 1 de Janeiro de 2011. Ricardo Costa não sabe isto? Já escreve à maneira do MST? Meia bola e força? Lamento, mas não acredito que seja um lapso.
E desde quando é missão jornalística produzir demagogia miserabilistas como a da passagem seguinte:
Não há praticamente nenhuma profissão que não tenha sido seriamente afetada pela passagem da troika, muitas delas com milhares e milhares de desempregados, empresas fechadas e salários incrivelmente mais baixos como norma. Querer apagar isso é um desejo legítimo, mas é incompreensível para a esmagadora maioria da população, que não tem qualquer hipótese de o fazer.
Para mim o que é incompreensível é este reino em que deixamos de perceber onde está a fronteira entre o jornalismo e o moralismo duvidoso a que se dá o nome de “opinião”. Com factos “alternativos” à mistura. Ricardo Costa sabe que escreve meias verdades e mentiras inteiras. É uma pena… nem vale a pena explicar porquê.
Vá lá… depois de endeusarem o Rio por causa das verbas europeias, ocupem-se agora em enterrá-lo e deixem-nos em paz.
(ele lá saberá porque desapareceu aquilo que ele diz, irritado em antigo tuítes, que não desapareceu nos papéis do panamá)