O Maurício Brito deu-se ao trabalho – e não é simples – de fazer as contas aos custos que, com os dados que existem publicamente, teria a progressão imediata dos 9-4-2, com a subida de dois escalões de todos os docentes, menos os do 9º (só 1 escalão). Não vou aqui divulgar a tabela (fica para mais tarde), mas ele chegou a um valor ilíquido de despesa cerca dos 480 M€ e um valor líquido abaixo dos 300M€ (incluindo a CGA) e abaixo dos 230 M€ (sem CGA). São valores abaixo daqueles que eu calculei “por alto”, com menor detalhe. Cheguei a falar em menos de 350 M€. O problema é que não se sabe que raio de contas faz o Ministério das Finanças, nem os efeitos das aposentações. E só se conhece uma apresentação em powerpoint que apresenta totais, sem a forma como foram calculados-
Como parece que a comunicação social não consegue mais do que esses dados, seria interessante que alguém forçasse o governo a divulgar como atingiu o valor de 635 € com que alimenta os seus cartilheiros. Isso poderia – e deveria – ser feito pelos deputados dos partidos que dizem apoiar a causa dos professores. Deveriam requerer os dados que conduziram a esse valor e não apenas os números finais da propaganda. Já nem falo dos sindicatos, que também parecem incapazes de apresentar dados alternativos claros
A alternativa será sermos nós, enquanto cidadãos interessados no assunto, a forçar a divulgação desses dados, ao abrigo, por exemplo, do princípio da “administração aberta” existente no CPA (artigo 17º) ou da LADA. É o que está neste momento em estudo por um pequeno grupo de embirrantes lusitanos. Fica desde já a nota e o estímulo a que outros, se estão mesmo interessados em combater a cartilha governamental, se cheguem também à frente e façam aquilo que deveria ser seu dever. Em tempo útil. Antes de amesendações.