Uma forma de fugir ao quotidiano de um país em que é dada aos lobos a missão de avaliar os rebanhos e de decidir a melhor forma de os esquartejar passa por ler sobre esse país, não em estudo de encomenda ou para créditos académicos, mas sim na sua representação ficcionada em tons realistas. Depois de um voo rápido sobre a Lavoura Arcaica do brasileiro Raduan Nassar (parece-me curto para um Prémio Camões), duas paragens em autores portugueses que tardei em ler, um mais do que outro. Dos Açores ao Alentejo, um mesmo tom de tragédia emocional, uma espécie de mal estar que acaba por revelar um país com muito por resolver, para além das aparências ou das letras de apresentador@s ou “celebridades” de televisão que se acham autor@s de grande desígnio. Dois livros bons, muito bons, a serem lidos com prazer em pouco mais de um par de dias, cada um, apesar de tudo o que nos rodeia. Fortifica as meninges e acelera as sinapses.

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