Os dados estão sob embargo até amanhã, mas há quem já prometa tudo e mais alguma coisa logo à meia noite (Expressso, Público, Sol). A sério, não há grande necessidade. Globalmente, as coisas mudam pouco. Embora eu perceba que exista quem ande a disputar ali os lugares da frente como quem arranca transferências bancárias aos papás e mamãs dos petizes fidalgos, a verdade é que acho desnecessária tanta agitação. Não conheço o tratamento feito aos dados pelos vários jornais, mas a partir dos dados em bruto o que se percebe é que a Escola Pública anda a ser pacientemente enterrada e não há truques que consigam disfarçar isso. Por isso mesmo é que agora a ideia é acabar de vez com provas no Ensino Básico. Porque mesmo os “percursos directos de sucesso”, a menina dos olhos do SE Costa em matéria de indicador de qualidade no Ensino Básico, dão uma classificação praticamente igual no topo à dos péssimos e nefastos exames.
Acontece.
E é mesmo pena, porque esta tropa fandanga anda a lixar isto tudo com falinhas mansas e “conceitos” que só podem enganar quem não quer entender que não são os rankings que degradam ou mercantilizam isto ou aquilo, a degradação disto e daquilo é que leva a que os rankings revelem realidades e comparações incómodas. Sim, nem sempre de forma completamente justa, mas sempre com algum fundamento.
Compreendo quem discorda de rankings simplistas, mas mesmo quando os indicadores desenhados à medida dos conceitos dominantes nos dão um retrato equivalente, seria boa ideia repensar o caminho que anda a ser (des)feito. Porque a Escola Pública para incluir verdadeiramente, não pode repelir.