Uma Meia Novidade (Que É Como Agora O Pessoal Do ME Quer Fazer Passar A Ideia De Serem Novas As Coisas Velhas)

Nada impedia as inspecções de assistir a aulas quando se deslocava às escolas. Posso mesmo exemplificar com a ida a salas de aula na mais recente avaliação feita no meu agrupamento. Não estiveram lá o tempo todo, mas isso também era capaz de ser chato. O que é mais preocupante neste anúncio não é, portanto, a “observação de aulas por parte de elementos exteriores à escola”, mas sim a seguinte parte:

As equipas de avaliação integrarão dois inspectores da IGEC e dois “peritos externos”, que serão seleccionados por instituições do ensino superior. Na descrição sobre a metodologia a seguir no novo ciclo, que já se encontra disponível na página da IGEC, refere-se que a observação incidirá, “preferencialmente, na interacção pedagógica, nas competências trabalhadas e na inclusão de todos os alunos”.

A definição de “perito externo” não existe, pelo que pode ser qualquer pessoa de fidelidade costista, arianista ou verdasqueira que seja seleccionado num qualquer departamento de educação de uma ese ou universidade às moscas. Pode sempre ser alguém como aquel@s professor@s dos tempos da minha profissionalização, em que num caso tinha menos habilitações do que eu e no outro dava aulas por igual desde malta de Informática e Música a Inglês e História, passando pelo que calhasse. Por vezes fala-se em “reconhecido mérito”, mas eu dava tudo para me aparecer um daqueles cromos que só sabe a sebenta que ensina e nada mais, parecendo uma rtestemunha de jeová a patinar se começarmos a questioná-los a sério sobre as sagradas escrituras.

Nuno Crato falou na IGE dos tempos de Sócrates/MLR como “comissários políticos” enviados às escolas. Nos tempos de Costa&Costa (o Tiago desconta tudo na equação, nem chega a elemento absorvente) termos “comissários pedagógicos” ou “comissários da inclusão” que, a avaliar pelas formações que por aí andam, têm a flexibilidade e abertura de espírito de um muro do trump.

Mas vou repetir… isto já podia ser assim. Agora apenas mudará o facto de ser obrigatório, modelo único para que a palavra de Costa, Cosme & Rodrigues se faça Verbo em todas as Salas de Aula da Nação.

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Já Foi Feita A Tal Consulta Alargada Aos Professores?

Não estou a tomar posição sobre a coisa, apenas a tentar perceber o “protocolo”. Embora a palavra “eventual” contenha todo um mundo de vazio em si.

Os sindicatos de professores garantem que nem uma eventual proposta do Governo de devolver sete anos do tempo de serviço congelado seria aceite e vão exigir os 9 anos 4 meses e 2 dias na ronda negocial marcada pelo Governo para a próxima segunda-feira.

“A solução dos sete anos é impossível, depois de as regiões autónomas da Madeira e dos Açores terem contabilizado a totalidade do tempo. É uma questão de lei a recuperação dos 9 anos, 4 meses e 2 dias, até porque iria criar situações de inconstitucionalidade entre docentes das ilhas e do continente”, afirmou ao CM Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof e porta-voz das 10 estruturas sindicais de docentes.

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(camarada Mário, com sete anos já se podia aposentar e ir orientar doutoramentos em Luta de Sucesso na Autónoma ou ISCTE… só é pena que tal proposta não exista)