A parte 2 do parecer corresponde a uma certamente regular “Opinião do Deputado Autor do Parecer”.
Pensei que valeria a pena analisá-la e contraditá-la com alguma “seriedade” até ao momento em que percebi a futilidade do acto, por três razões (no mínimo):
- Uma, o que ali está é uma declaração política de uma das partes em disputa nesta questão.
- Duas, muito do que lá está escrito não se aplica à ILC mas ao processo negocial com os sindicatos, com menosprezo pela intervenção parlamentar na questão.
- Três, o relator, deputado, autor, epistemólogo e especulador nos tempos livres, apresenta no final uma declaração de voto e não uma conclusão de um parecer, contrariando aquilo que afirmara poucas páginas antes.
Basta comparar:
Página 15, na qual o deputado autor do parecer acha por bem reafirmar o que deveria ser óbvio e não carecer de tal sublinhado.
Página 18, na qual se percebe que afinal o que tinha sido afirmado era treta, pois limita-se a qualificar a ILC
Quanto às páginas 16-17 mais não são do que o guião formatado da posição do PS sobre o assunto, lá está, de uma das partes em confronto e não a de um relator de um parecer de uma Comissão Parlamentar. Como se poderá confirmar estes parágrafos parecem directamente retirados de um qualquer número do Acção Socialista, para serem confrontados com qualquer comunicado da Fenprof. Muito pouco disto tem vagamente a ver com o trajecto da ILC e o seu conteúdo específico.
Parafraseando alguém… este “parecer” não me parece passível de ser encarado com a seriedade que esta matéria exige e muito menos é um contributo positivo que ajude a resolver o problemas. É apenas mais uma reafirmação da posição inicial de uma das partes.
Ou seja, o deputado autor do parecer Silva, Porfírio de sua graça, limitou-se a papaguear aquilo que os “cartilheiros” do PS dizem e escrevem sobre o assunto, pelo que não me desiludiu, antes confirmando tudo o que dele esperava. Que nunca foi muito.