Desde o Lurditas d’Oiro que apareceram por aí diversos prémios destinados a premiar “professores do ano” ou mesmo “escolas” e “projectos”. Acredito nas boas intenções da maioria dos promotores, a sério que sim. Mas acabo sempre a pensar que é uma espécie de circo de vaidades, até porque na maior parte dos casos são os próprios que se candidatam porque se acham qualquer coisa do ano, tipo festival da canção. Quando tanto se fala em trabalho cooperativo e em colaboração em vez de competição, tipo rankings são um mal a extirpar e os exames são arcaicos, é engraçado ver pessoas que adoptam essa atitude ideológica a promover os ditos prémios, fazerem parte de júris ou a rejubilar com nomeações ou “vitórias”.
Não será que a esmagadora maioria da classe docente trocava esse tipo de “honrarias” por algo bem mais substantivo, como o respeito por uma carreira? E se essas figuras e personalidades mediáticas que tanto querem aos professores tivessem a coragem de fazer um manifesto claro em defesa de uma carreira antes que ela se torne uma mera memória? Não sei qual a eficácia – lembro-me sempre do ministro do Ensino Superior a subscrever um manifesto de investigadores e depois a tropeçar em si mesmo – mas eu gostaria mais em vez de um bibelot em cristal ou mesmo uma verba jeitosa para o exemplar com melhor marketing?