Começa Ana Mesquita do PCP. Toca a misturar tudo e apenas falar dos sindicatos e das suas assinaturas. Basicamente, concordam com o PSD da Madeira. Muito ímpeto, pouca novidade.
Às 17.22, Joana Mortágua começa com uma descrição algo neo-realista de alguém encravado na carreira. Os centenos não se emocionam com isso, nem sequer os porfírios. Continua um pouco melhor, mas não adianta muito em falar de “compromissos” feitos com hipócritas. Mas depois vem com um faseamento até 2025 e borra a pintura toda.
17.28. Margarida Mano do PSD é a primeira a lembrar que existe uma ILC e a contextualizar tudo de forma alargada. Até me convenceria, ao relembrar que os dois congelamentos foram iniciados pelo PS, se não me lembrasse que também nada fez até ao momento de verdadeiramente concreto. E vem falar em “sustentabilidade” e “inconstitucionalidade” e… enfim. Se diz que o “governo falhou”, depois remete para o governo o tempo e o modo de recuperação da totalidade do tempo de serviço?
17.36. Começa o blitz de Porfírio Silva com um pedido de esclarecimento em que vai buscar declarações de David Justino para atacar a posição do PSD. E parece estar com uma grande carga de adrenalina. Basicamente ataca a proposta do PSD e não diz nada sobre as dos parceiros da geringonça.
Margarida Mano responde-lhe com a assinatura da declaração 1/2018 que defendia a recuperação integral do tempo de serviço. Porfírio Silva diz, para ver se ganha tempo, que vai entregar uma folha com links num momento patético do debate.
17.44. Ana Rita Bessa do CDS, que não apresenta proposta de apreciação parlamentar do decreto 36 mas sim propostas alternativas a negociar em 2020 com outro governo (porque não em 2030?), sublinha correctamente que o Governo e o PS têm andado a brincar com tudo isto, esperando que tudo passasse, sem estudos decentes sobre cenários de recuperação do tempo de serviço das várias carreiras. Alguma conversa sobre solidariedade entre todos e mais alguns.
17.51. Maria Augusta Santos do PS faz um inventário de medidas em “defesa da Escola Pública”. Não me comecei a rir, porque me faz lembrar uma coisa parecida no final do mandato do engenheiro. Diz pérolas como “esta questão é nova”, que “a posição do Governo evoluiu aproximando-se da dos sindicatos”, fala em “equidade entre trabalhadores” (quando há quem recupere 100% do tempo). Critica a “radiicalização, incluindo a verbal” e continua com a tirada mais demagógica de todas ao dizer que é “professora”. Apre… phosga-se.
17.57. Heloísa Apolónia d’Os Verdes. Uma intervenção interessante, menos monolítica do que a do PCP e com menos sindicatos na boca, embora refira as suas propostas alternativas sobre o faseamento e a contabilização de tempo para a aposentação.. Insiste naquelas regras dos OE que sempre se percebeu que não serviriam para nada.
18.01. O ministro Tiago começa por dizer que o Governo tem uma só cara, quando ele é o primeiro a ter duas. Diz que o programa do Governo não contemplava esta questão e que não existia nenhum compromisso neste aspecto com os partidos à esquerda. Tem razão. Depois, é anedótico que um “cientista” afirme que os professores querem que o “cronómetro” também conte o tempo para trás. Quanto ao resto, daria um razoável assessor de imprensa do ministério das Finanças. Como ministro da Educação é uma marioneta, uma espécie de boneco de ventríloquo, que nem a bancada do PS consegue aplaudir com convicção.
Intervenções adicionais de Pedro Alves (PSD) e Ana Rita Bessa (CDS) a colocar questões ao ministro, em especial neste último caso sobre as contas feitas (ou não) pelo Governo, as quais deveriam ser partilhadas com o Parlamento. O ministro Tiago responde com ar zangado, “alto e em bom tom” de um modo que ainda se lhe vão as cordas vocais ao ar. Claro que sobre as contas, remete para a secretária de Estado Fátima Fonseca, que é quem está no Parlamento em nome de quem manda.
18.15. A secretária de Estado com um título comprido, Filomena Fonseca, começa por sublinhar, com ar de quem dá aulas a meninos mal comportados e com défice de aprendizagem que o Governo usa um rationale (e repete várias vezes o termo) de “equidade” e mais não sei quê. E repete o número de 635 milhões de “despesa”, sempre com base no tal rationale. E continua a esconder a parte da “receita” do outro lado do Orçamento. E faz tudo por ignorar que carreiras diferentes têm regras próprias e não podem ser tratadas como se fossem todas iguais. Parece chateada. Espero que esteja, Parece-me um bocado pespineta, se me é permitida a qualificação.
Intervenções finais de Joana Mortágua e Ana Mesquita que não adiantam nada de especial em relação ao que foi dito, embora esta última reforce a falta de credibilidade das contas governamentais.
Votações amanhã.
Já agora… galerias muito pouco compostas…
É uma alegria a promiscuidade entre PCP e FenProf.
Ilc é mato para esta gente. Os cidadãos independentes e suas iniciativas são lixo.
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Será que a avozinha do colar de pérolas com o cabelo armado acredita mesmo no que está a vociferar?
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A senhora Maria, numa reunião na minha escola, lá disse entredentes que era professora na década de 80, quando passou para a política…
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Professores saem das galerias!
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Estava com tanta esperança de umas vertigens para o dia de hoje…
Como é possível aquela criatura representar os professores, quando nem falar sabe? “Cumo”, Osanus”. Cruzes credo. É mau demais para ser verdade.
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Muito obrigada pela síntese do parlatório, Paulo!
Com equidade, já agora, parece-me que, se juntarmos todas as intervenções, o pouco que retoricamente foi dito de diferente, na essência “esconde” posições tristemente (para nós) semelhantes, para não dizer iguais.
No fundo, no fundo, nenhum partido quer que os professores recuperem os 9, 4, 2 (pelo menos antes de 2050, altura a partir da qual, segundo o sr. Cavaco Silva, estaremos a trabalhar até aos 80.) 😶 😝
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Galerias às moscas… mas tudo muito bem organizado e programado. É sempre a perder forças… sempre a perder.
Responsáveis ?
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Atenção que eu estive lá e as galerias não estavam cheias mas também não estavam às moscas. É preciso ter respeito por quem lá esteve.
Quando o ministro começou a falar as pessoas levantaram- se e abandonaram as galerias e não estava nada combinado.
P.S. não sou sindicalizado nem militante de nenhum partido.
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Eu disse que estavam pouco compostas, não que estavam “Às moscas” e a foto que apresento no post é anterior à intervenção do ministro. Foi tirada entre a intervenção do Bloco e a do PSD. É preciso e respeito pelos factos. Vi toda a transmissão e entre cada intervenção existia um plano das galerias. Foi por estranhar toda uma zona quase sem ninguém que fotografei.
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Grandes sindicatos ! Sim senhor …lindas figuras !
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Obrigada pelo resumo. Na TV é só camiões e falta de combustível.
É muito importante ir votar em maio. Tranquilamente dividir o mais possível as forças.
Para quem acha que é tudo a mesma coisa, votar no PAN.
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Não me parece que o Pan esteja a prestar um bom serviço aos professores… Esta crise energética não poderia ter vindo em melhor dia … Será que o governo também se vai demitir por causa disto? …
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Ligeiramente fora do post, mas, infelizmente, elucidativo da inércia que paira por aí:
Assisti hoje a uma conferência sobre Inclusão em Odivelas, onde estiveram presentes o Dr. David Rodrigues e o Secretário de Estado de Educação João Costa, entre outros.
Na plateia estavam muitos professores, cerca de 600, pelas contas do organização do evento.
O SEE João Costa fez a segunda intervenção da dita conferência e no final da mesma afirmou num tom que interpretei como jocoso e irónico que não poderia ficar a assistir à mesma porque tinha que ir para a Assembleia da República por causa do “vocês bem sabem”…
Segue-se um ligeiro “bruá” e ouvem-se alguns risos, numa sala enorme, sobretudo cheia de professores, mas NENHUMA manifestação pública de desagrado ou repúdio pela actuação do Governo, ali representado por aquele SEE, num dia que supostamente seria muito importante para a vida dos docentes…
Sinceramente, fiquei incrédula, mas também francamente desiludida e agastada. Sinceramente, não compreendo esta atitude… Conformismo? Inacção? Cobardia?
(Mas isso sou eu e como nem sequer sou professora…)
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mas podia ter manifestado audivelmente o desagrado…
só que provavelmente ficaria sozinha a fazê-lo e teria posto um ‘alvo’ na sua pessoa…e daí a inação…
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Cara Matilde,
Não é nenhuma delas. Aqueles que estão vocacionados para esta profissão promoveram uma ILC. Com ela demonstraram:
1. Que os partidos que sustentam a geringonça não admitem que se faça política fora das lógicas partidárias;
2. O partido do governo tem a certeza que os partidos que o sustentam não o abandonam pois já percebeu que a única compensação que o BE e o PCP querem é que quem ganha as eleições não forme governo;
3. Que os partidos de direita não se podem comprometer com decisões que, em situação de governação, os possa comprometer;
4. Os sindicatos estão completamente descredibilizados (não percebo como ainda há quem os sustente) e só existem porque o conceito é fundamental em democracia;
5. O que salva a educação: os professores (a maioria) que todos os dias se dedicam aos seus alunos com profissionalismo e fazem das suas escolas organizações incomparáveis a qualquer outra organização não só pela sua especialidade mas principalmente por aquilo que vai produzindo.
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A maioria não eram professores, eram comissários políticos (vulgo diretores) que receberam ajudas de custo e deslocações para ir lamber as botas do padrinho.
…e ainda garantir a continuidade no tacho, sem eleições, até aos 80 anos.
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Cara Matilde,
Acredite que realmente temos centenas de oportunistas na carreira, em diversos pontos dela, muitos del@s à espera que a “adesivagem” dê resultados.
Basta ver como se corre para as simulações, se fazem logo contas a progressões e às horas de formação necessárias, etc, etc.
A dupla em causa (João Costa e David Rodrigues) tem feito um esforço enorme para que o 54 e o 55 perdurem como “matriz” de um “novo paradigma” que é velho como as leituras que fizeram nos anos 90. Ao DR eu ainda compreendo algumas coisas… está na idade de deixar um “legado”… já ao SE Costa compreendo que queira fazer carreira em postos que permitam muitas viagens.
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Matilde, existe Conformismo,Inacção e Cobardia dos docentes?
Sim, motivos? As férias são mais importantes. Daí que seja mais um motivo pelo qual tenhamos chegados a este ponto.
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Pois, o ano passado quando a greve estava no “ponto” já estavam em pânico com a possibilidade de perderem 1 ou 2 dias de férias!!!!!!!!! Nunca irão a lado algum. Tristes!
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Matilde,
há de ser muita coisa: conformismo, inação, cobardia, cansaço, desgaste, desmotivação, descrença…
Cada um lá terá as suas razões e, porventura, alguns não terão razão alguma. Somos muitos e muito diferentes…
Registo com alguma admiração, mas também com satisfação, o facto de não ser professora e escrever o que escreve por aqui. Boa Páscoa!
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Síndrome de Estocolmo, paixão pelo carrasco.
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já está implicitamente aceite que não haverá alteração ao estado atual. O dinheiro já teve (e continua a ter) destino pelo que tudo é apenas retórica…
“O administrador dos colégios GPS, o ex-deputado socialista António Calvete, está novamente a ser investigado pelo Ministério Público (MP), desta vez por suspeitas de branqueamento de capitais ligados à compra de ouro por familiares seus.
Este novo inquérito foi aberto no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), onde se investiga a criminalidade económico-financeira altamente organizada e diz respeito a ordens de compra de ouro no valor de, pelo menos, 400 mil euros dadas pelos titulares de várias contas do Novo Banco — dois filhos do administrador do grupo GPS e a sua companheira. Antes de estas ordens terem sido dadas, há cerca de um ano, António Calvete tinha transferido avultadas quantias para as contas bancárias em causa. Tanto António Calvete como outros quatro administradores dos colégios GPS têm julgamento marcado para 12 de Setembro. Responderão por burla qualificada, falsificação de documentos e peculato. O MP calcula que os administradores dos colégios se tenham apoderado para seu uso pessoal de 30 dos 300 milhões de euros que o GPS recebeu do Estado entre 2005 e 2013 por conta dos chamados “contratos de associação”, que são os apoios que o Estado concede ao ensino privado em localidades onde o público não existe ou não chega para todas as crianças. A um dos administradores do grupo foram apreendidas pelas autoridades seis dezenas de automóveis. Da frota de veículos faziam parte dois Porsches, e ainda vários Audis e Mercedes de topo de gama.
Na origem das suspeitas de corrupção imputadas pelo Ministério Público (MP) ao ex-secretário de Estado da Educação José Manuel Canavarro e ao seu director regional de Educação de Lisboa estão os contratos de associação que ambos viabilizaram com colégios GPS, com que viriam depois a trabalhar.
O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONTINUA A FINANCIAR VÁRIOS DESTES COLÉGIOS ATRAVÉS DOS CONTRATOS DE ASSOCIAÇÃO.”
Jornal Público (março 2019)
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Ana A.:
Não sou professora, mas trabalho em Educação há mais de 22 anos (22? Isto é assustador…!) e já “virei muito frango” :), acredite…
Uma boa Páscoa também para si e para todos aqueles que, teimosamente, por aqui passam!
E ainda bem que passam, a partilha é saudável…
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https://duilios.wordpress.com/2019/04/16/a-luta-segue-no-mes-de-maio/
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Verdadeiramente, o que mais incomodou foi ver a “senhora”, embalsamada, do PS intitular-se professora. Doeu.
O resto…mais do mesmo.
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Resumo daquilo a que ontem assisti: bem “espremido”, pura DEMAGOGIA!
Demagogia mascarada pela capacidade de entretenimento e de comunicação, sobretudo por parte do David Rodrigues que, verdade seja dita, sabe muito bem como “seduzir” e cativar plateias…
E muito “folclore” político com recíprocas trocas de elogios e de “galhardetes” entre o poder central ali presente (SEE, SE da Inclusão para Pessoas com Deficiência e Filomena Pereira/DGE) e o poder autárquico na pessoa do Presidente da Câmara de Odivelas Hugo Martins que, curiosamente, conheci há alguns anos como professor de Matemática numa escola secundária.
(Não esquecer que a CM Odivelas tem a mesma côr política do principal partido do Governo, ou seja PS…).
Saí dali ligeiramente “enjoada” com tanta “manteiga”…
“Salvou-se”, quanto a mim, o José Morgado (meu estimado professor de faculdade), cuja intervenção foi um pouco mais “out of de box”…
(Gostei particularmente das suas críticas explícitas dirigidas ao ex-SEE Valter Lemos e ao revogado Decreto-Lei 3, as quais subscrevo)…
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