Projectos Educativos Locais E Outras Coisas Que Tais

Esta notícia sobre Braga, fez-me pesquisar coisas parecidas. E subitamente há dezenas de milhares de euros para implementar “equipas multinível”, porque as escolas não o sabem fazer. E as comunidades intermunicipais até têm mesmo muitas dezenas de milhar de euros. E que as há por todo o lado. E só num ano já se factura mais de 100.000 euros. Outras empresas já vão em várias centenas de milhar de euros.

Se é bom todo este envolvimento autárquico no combate ao insucesso escolar? Se está bem que estas oportunidades de negócio sejam aproveitadas por quem criou empresas-cogumelo à la minute para esse efeito? Claro que sim, sou todo pelo empreendedorismo nacional. Mas que é um enorme atestado de menoridade às escolas, lá isso é. E não é de agora. Se alguém se der ao trabalho de ir em busca – nas várias zonas do país – dos fios da meada, perceberá que tudo isto é feito em benefício de alguém. O interesse dos alunos é apenas um pretexto.

Alguém decide investigar isto na comunicação social séria e rigorosa? Perceber se é tudo claro e transparente e se não há medidas políticas à medida de um determinado nicho de interesses. Dá menos trabalho receber dossiers já preparados e publicá-los sem cotejo.

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(e quase aposto que vou encontrar, daqui a não muito tempo, certos ex-qualquer coisa neste tipo de contratos, muitos deles nem sequer publicitados…)

E Quem Ousa Abrir Pio, Leva!

A juntar às “investigações” sobre o advogado ligado aos camionistas (tem ar manhoso e azeiteiro, mas muitos outros têm ar ainda mais manhoso e axeiteiro e estão nos escritórios do topo da cadeia alimentar) e à enxurrada de “notícias” sobre os milhares de professores que vão ganhar milhões, chegou hoje uma sindicância à Ordem dos Enfermeiros, apesar de nada terem conseguido provar quanto ao tenebroso crowdfunding.

Esta gente, agora bem escoltada do lado esquerdo (hesito há dias na publicação dos disparates publicados pela deputada Ana Mesquita numa “rede social” sobre a ILC, insistindo na torpeza argumentativa), não é muito diferente da que colaborou com o regime do engenheiro que permitiu ao José Berardo (a sério, ninguém se lembra do que era dito sobre os seus negócios e rápida riqueza na África do Sul?) sacar mais dinheiro à Caixa, Millenium e BES do que tudo o que já foi angariado para reconstruir a Notre-Dame. Bancos (em especial a CGD e o Millenium) cujas administrações viram transitar entre si uma “elite” de aspirantes banqueiros, em que o dinheiro de um lado serviu para tapar o buraco do outro, fazendo com que o que antes era um descalabro privado escondido se tornasse agora uma vergonha pública à vista de todos.

Mas é claro que António Costa, Vieira da Silva, Santos Silva, os senadores deste governo, há 10 anos eram adolescentes inconscientes que nada ouviam e viam, muito menos dizendo.

O regime está podre, esburacado mas a culpa, acreditem, não é das redes sociais. E muita comunicação social que se quer séria não pode fingir que não colaborou, logo desde 2015, numa estratégia de silenciamento de muitas vozes críticas ou de aliciamento de outras para painéis domesticados por avença.

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(isto faz-me lembrar – sei lá porquê – a Casa Pia e a forma como se expiou tudo apenas com um bode e mais ou ou outro cordeiro sacrificial)