Como Está A Correr A ADD Em Tempos De Faseamento À Última Da Hora?

Porque a verdade é que pouca gente estaria preparada para recuperar os 9 anos e nem o governo percebeu. Com o faseamento (e a recuperação mitigada), a verdade é que se percebe que em muitos agrupamentos andava tudo a pensar em provas de aferição e que há anos as listas de antiguidade foram começando a ser esquecidas e com todas as coisas “extraordinárias” e reposicionamentos as listas que vão aparecendo têm vagas semelhanças com o que deveriam ser. Entretanto, e quase que subitamente, há uma enorme falta de créditos, de observação de aulas, de avaliação, interna e externa e etc. deixando tudo à beira de um ataque de nervos, excepto quando há certezas indubitáveis. Como é que se passa pelos vossos lados?

Correria? Estoiro da boiada?

Stampede

Sobre Os Vencimentos Dos Juízes

Não me choca que, em especial os que têm a responsabilidade de lidar com processos altamente sensíveis e que envolvem quem, por exemplo, pode decidir os seus vencimentos e condições de exercício das suas funções, ganhem mais do que o PM, seja ele António Costa ou outro. Choca-me mais que António Costa ou outros ganhem mais do que juízes com essas responsabilidades, pois estes são representantes de um órgão de soberania encarregue de verificar de forma independente o cumprimento das leis ou se certas leis sequer o deveriam ser.

Já quanto aos procedimentos como tudo isto foi decidido, a forma pastosa e pantanosa, quase limiana, como aconteceu, é que desgosta. Muito.

Justiça

Resisto, Resisto!

Ou quase.

Um amigo disse-me que eu não iria resistir a comentar a última prosa do SE Costa, desta vez no Observador com o inebriante e apelativo título de “Apontamentos sobre o facilitismo”. O texto em si é mais um subproduto da cartilha que o SE Costa (não confundir com o EE Costa) anda a espalhar por todo o país num espírito de missionação (mas não de martírio) que fica sempre bem a uma esquerda de inspiração católica. O que desperta pouca inspiração analítica a quem já leu isto há décadas e décadas, numa espécie de ladaínha de fundo. E o destaque é logo daqueles que nos deixa esmagados, porque, afinal, é a escola a “única esperança de mobilidade social para muitos”, desresponsabilizando logo tudo o que lhe fica a montante e a jusante.

Não é justo que a escola, que é a única esperança de mobilidade social para muitos, em vez de eliminar as assimetrias sociais à entrada, as reproduza ou, por vezes, as acentue.

O que a mim não parece justo é que quem deveria ter a obrigação de esclarecer a opinião pública, a mistifique de forma voluntária. Ou seja, que descreva fielmente a realidade que promove, para depois dizer que não é nada disso que se pretende. Ora… se há coisa que sabemos em relação a esta geração de políticos é que para eles as palavras perderam significado e são meros artifícios para servirem a mentira como facto. Ou, nesta modalidade habilidosa, os factos como se fossem mentiras, parecendo que aquilo que é, não é, nem deveria ser. Mas, infelizmente, o que parece é. E só não é com muito esforço e muita energia gasta a combater a pós-verdade.

O medo dos arautos do facilitismo é simples de entender. Baseia-se na ideia de que a alternativa a reprovar é passar. Isto transforma o ato educativo num ato administrativo. Transforma a passagem de ano num mero exercício estatístico, em que se confunde o resultado com o que deve gerar esse resultado. Parte do princípio de que promover o sucesso é espoletar passagens administrativas independentemente do que os alunos aprendem. A ser assim, estaríamos perante uma fraude em que todos nos enganávamos uns aos outros. Os alunos eram defraudados porque não estariam a aprender. Os professores defraudados por se estar perante uma legitimação de uma perversão do seu trabalho. Costumo dizer que, se Portugal um dia acordar com 0% de insucesso, mas os alunos não tiverem aprendido nada, falhamos duplamente. Porque a sua avaliação foi adulterada e porque não aprenderam.

Eco

(eu costumo dizer que se um dia acordar com 0% de treta na conversa de secretários de Estado, é porque, afinal, não acordei)

A Praga Da Cegueira Alastra

Só os professores nada devem decidir sobre Educação, quanto mais familiares a decidirem-lhes as carreiras. Deve ser por isso que o ministro Tiago não conta para nada.

Fernando Anastácio foi o responsável pelas negociações do aumento de salário, que pode agora ultrapassar o valor auferido pelo primeiro-ministro. Mas não vê impedimento no facto de ser casado com uma juíza: “Isso não me impede de tratar assuntos de Justiça”

Kama

O Grande Ocultador

O Banco de Portugal tem enormes responsabilidades no estado de descalabro a que chegou o nosso sistema financeiro, que apenas se aguenta porque agora basicamente pratica extorsão legal com os depositantes.

Mas o Banco de Portugal tem uma imensa falta de decoro e muita pouca vergonha em matéria de responsabilidade em tudo isto.

Antes de mais, discorda do próprio órgão legislativo em matéria de “interpretação da lei. Adicionalmente, levanta reservas sobre o que pode ser entendido como “grande devedor” de banco para banco, algo que, isso sim, deveria ser uma das suas atribuições.

No entender do Banco de Portugal (BdP) seria pertinente uma discussão jurídica da lei que obriga à divulgação da lista dos grandes devedores da banca que o supervisor não interpreta da mesma forma que o parlamento.

(…)

O supervisor salienta que o título de grande devedor também é diferente de banco para banco e que se trata de um exercício nunca visto na Europa com aquele grau de detalhe e exposição.

Já agora… o que é inédito na Europa se calhar resulta do grau de incompetência e inoperância do Banco central português ser incomparável ao de qualquer outro num país que se pretenda civilizado.

Alcatrao2

Justiça, Equidade, Mobilização, Abstenção, Educação

Temos uma classe política que pode ser genial quando pensa lá em casa, mas que quando abre a boca é um descalabro. Anda tudo preocupado com a abstenção, mas não a estudaram e fazem assim umas declarações a roçar a imbecilidade analítica ou o voluntarismo de trazer por casa, Veja-se o ME a querer “agir urgentemente” nas escolas por causa da abstenção, sem sequer ter um qualquer estudo que demonstre que a abstenção é maior entre os jovens. Ora… para começar, para convencer os jovens de que a democracia funciona a partir das escolas, conviria que o funcionamento das escolas não fosse a primeira prova directa de que a democracia é uma ilusão e um simulacro. Que o esforço compensa, que o mérito não esbarra em ideologias pseudo-igualitárias e que há um pingo de justiça, transparência e “equidade” na lógica organizacional do sistema educativo. El@s percebem depressa que é tudo uma grande fantochada e que as coreografias de “assembleias de turma” ou “orçamentos participativos” com urna ausente não passam de estratégias pouco habilidosas para iludir os mesmo parolos. A minha (nossa) função como professor não é enganá-los, muito pelo contrário. E tentar-nos justificar o injustificável é uma das vias mais rápidas para nos descredibilizarmos. Pelo que… mais vale a dura verdade desde já do que a frustração do choque com a lógica do cartão daqui a uns anos. E respeitá-los é não os tratar como idiotas.

Haddock

5ª Feira

Uma das poucas “vantagens” de irmos sendo mais velhos e, já agora, adultos, deveria ser uma certa capacidade de desmontar as tretas, as desculpabilizações com escassa vergonha, as justificações sem ponta por onde se lhe pegue, enfim, a chamada banha da cobra. Mas parece que não. Dá a sensação de cada vez ser mais apertado o espaço entre a infantilidade e a senilidade.