Finalmente, lucidez. RTP2, José Adelino Maltez.
“Estão em causa direitos legalmente definidos pelo Estado…”
Finalmente, lucidez. RTP2, José Adelino Maltez.
“Estão em causa direitos legalmente definidos pelo Estado…”
As imprecisões e incoerências na declaração de António Costa
As “discriminações” questionáveis na Administração pública, a “despesa certa e permanente” que poderá nunca o ser e os compromissos que o próprio PS assumiu e agora diz nunca ter assumido-
Nas outras televisões não é muito diferente (incluindo a pública RTP que se diz ter obrigações de pluralismo), mas na SIC é mais visível a forma como para tratar a questão dos professores mais do que analistas se apresentam militantes de um só lado da polémica. Contraditório completamente nulo perante barbaridades em catadupa. Estou a pensar fazer uma sondagem quando ao mais irritante e mistificador, se este se o clássico mst que esta semana já conseguiu inventar mais uns números. Mas o Polígrafo não se preocupa com essas coisas.
Quase incompreensível. Mas não volta atrás. Isso percebi. Ou não. Depende das variáveis económicas.
Última parte da gravação obtida por meios já antes descritos – fortíssima rede de espionagem doméstica, alicerçada em três primos do enteado de um vizinho meu de há 30 anos – da dramática reunião do gabinete de crise do actual PM. Para detalhes técnicos e acrónimos dos presentes, remeto para a primeira parte. Neste caso trata-se da quarta cassete, porque a terceira ficou preenchida quase em exclusivo pelos pedidos de comida, sua chegada e ruídos subsequentes de consumo de saladinhas dietéticas, águas minerais, sem cataplanas, lampreias ou cristinas ferreiras com sushi no umbigo (ok, ok, estou a divagar…). O que se segue, sublinho de novo, é uma transcrição o mais fiel possível, podendo conter imprecisões ou partes cortadas, devido ao uso de vernáculo em açlguns momentos.
Última cassete. Hora de início: 13.30
AC: Então, já estão mais satisfeitinhos? Já podemos voltar à [pi-pi-pi] do assunto do [pi-pi-pi] dos professores?
SS: António, calma… deixa essas partes para mim… que sou há muito o especialista em zurzir nesta malta armada em esperta, não te destrambelhes, já lá diria a preclara no espesso da meia noite.
TBR: Eu ainda tenho aqui um buraquinho…. mas a haladinha estava muito intereshante, com os crotões e aquelas lashquinhas de fiambre de peru. Não é leitão, mas…
VS: Leitão? Mmmrrfff…. A sério? O que perdi eu?
MVS: Nada, paizinho, eu já mando vir um sandes de carne assada e uma mine para ti.
VS: Isso era uma boa ideia… acorda-me quando chegar.
MC: As contas são por conta de quem? Querem que faça a divisão?
AC: Deixa-te ficar quieto que tu só sabes somar e multiplicar. Há dias que pareces o sousadostavares a dizer números à balda. Fica-te pelos 600 e 800. ok?
ACM: Não deveríamos chamar mais alguns elementos habituados a estas coisas? O João das Gambas, por exemplo, era óptimo naquele programa do canal oquê e nos tempos daquele que não podemos nomear. E que tal o marquêsdoslopes que não é dos nossos mas até parece? Ou o centeiopereira que também sabe fazer contas e sabe sempre aplicar a “equidade e justiça” em tudo o que diz? Sei que ele agora diz que é mais independente do que era, mas talvez fosse útil. Ou o tipo que tem nome de loja dos anos 80 e que se irrita e fala alto com muita facilidade?
AC: Nada disso, isto aqui é o núcleo duro e mais nada. O Augustíssimo sabe mais do que essa malta toda junta, não é?
SS: António, até me embaraças, mas é verdade. Essa malta ainda precisa de aprender muito. Falta-lhes aquele tom suave e impassível com que eu consigo dizer a maior barbaridade e ainda sorrir para a câmara. Eles ainda se entusiasmam muito. O João das Gambas está muito bem lá onde está a desenrascar aqueles negócios de que diria o pior se fossem os laranjinhas a fazer.
AC: Mas, pensando bem… aquele tipo que é deputado e diz que é alpistemo… eprotemo… epistalom… filósofo ou qualquer coisa assim parece-me dos bons. Já merecia uma secretaria de Estado. Fica para a próxima. Ele e o Atão e Surfes são valores seguros. Nem precisam de guião, aquilo está-lhes no sangue.
PNS: Então e eu? Pensava que eu é que era a estrela em ascensão?
AC: Tu? Só tinhas de manter as gajas do bloco quietas e nem isso conseguiste. Fica sossegado.
DC (ainda se lembram dele? tem estado caladinho a ver as nomeações que pode fazer de mulheres de gente amiga com boas casas para passar férias): E eu?
AC: Tu o quê?
DC: Não sou também uma estrela em ascensão?
SS (em voz baixa): Tu és mais um cometa…
AC: Acaba lá a tua salada, DC, e não se fala mais nisso. Nomeia, que isso fazes quase tão bem como o Merdinas.
MC: Estive aqui a fazer umas contas e dão 60 euros de despesa a cada um do almoço.
Os outros todos em coro, até o VS em sobressalto: O quê? 60 euros por umas saladas e água?
MC: Sorry, friends… é do hábito de meter zeros nas contas… é só 16 com impostos, sobretaxa, encargos sociais e IRS.
Os outros todos, de novo: O quê, mas um almoço completo aqui em São Bento nem chega a 6 euros… [confirma-se]
MC: Sorry, sorry… é que lá no Eurogrupo é mais caro… 6 euros a cada um, pronto, mas vou ter de descontar isto a uma outra despesa qualquer… logo se vê… enfim… o país há-de conseguir ultrapassar este desvio orçamental.
SS: Mas vamos lá… já passaram quase três horas e não decidimos nada.
AC: Já sei… digo que me demito mesmo e vou falar ao Marcelo! Isto é firmeza! Isto é ser responsável! O eleitorado verá o animal feroz que também sou.
SS: Olha-me o coração do Pater Cesare! O que lhe digo?
AC: Não quero saber… voltarei a ganhar as eleições e fica tudo na mesma… até haverá mais lugares porque o Merdinas manda fora da Câmara toda a malta do Bloco. Ainda dá umas dezenas, nem que seja como fiscais da EMEL.
SS: Tens a certeza? E como queres fazer isso? Uma declaração oficial?
AC: Tenho… o Rio fica todo acagaçado e o Justinho está lá para lhe dizer que isto é inconstitucional e o Montepreto vai logo aproveitar para dizer qualquer coisa. E a Cristinha não vai aguentar ser vista a votar ao lado das esganiçadas… E o Marcelo que não se meta com coisas se quer ser eleito outra vez. Depois de falar com ele, apareço aos jornalistas e lanço a bomba… e chamo irresponsáveis a todos… apontem isso. Quero toda a gente a dizer “irresponsabilidade” frase sim, frase não.
SV/PNS/FA/TA/MVS/TBR/DC: Grande primeiro dos ministros é mesmo assim.
VS: mmmrrrrfffff Ahrrrummmm !!!
SS: E quem vai às televisões explicar as coisas? E avisamos logo que não queremos pivôs armados em jornalistas… aquilo é para passar a mensagem, que não se armem em coisos.
TBR: Eu gosto de ir à televishão… acho que tenho uma fotochenia natural e um dishcurso claro.
(seguem-se alguns segundos em que ninguém diz nada, sentindo-se um embaraço capaz de colar a cassete ao tecto)
ACM: Adiante… Eu acho que deveria ir pelo menos uma mulher para dar um ar de igualdade de género…
SS (em voz baixa): Desde que não meta medo ao susto… (em voz alta) Vai a Maria Ana que é menos conhecida… um rosto fresco, pode ser à TÈVI que o programa daquele gajo que acha que tem graça já acabou e assim não gozam com ela.
MC: Eu tenho as contas, eu acho que deveria ir!
AC: Ora bem… na SIQUE não há risco de ter fazerem perguntas difíceis… o gajo de hoje detesta ainda mais os chungas dos profes do que eu e a Santa de Lourdes juntos… podes ir… não digas muita coisa e tenta não sorrir com aquele ar do costume… ou melhor, sorri dessa maneira que parece que estás a ter um esgar de sofrimento e que a crise é mesmo grave. Augustíssimo, tu vais, claro, à RTP, certo?
SS: Sim, tenho o maior apreço pela Televisão Pública, mesmo se for o periscópio a estar por lá. São muitos anos a assar franguinhos no espeto. Entretanto vou telefonar ao Pater Cesare para ficar calmo que está tudo controlado. E tu, PNS, manda dizer ao Gerominho e à Katrina que ou baixam a bola ou demitimo-nos duas vezes. E chamamos-lhes irresponsáveis em todas as intervenções.
AC: Está decidido. Esta foi uma reunião muito produtiva, sim, senhoras e senhores. Sinto-me revigorado. Sinto-me firme. Sinto-me hirto. Sinto-me responsável. Sinto-me capaz de fazer uma cataplana à Cristinha, mesmo sem caril. Sinto-me anti-corporativo. Sinto-me o líder predestinado que a mamã sempre disse que eu era. Sinto que acabamos de salvar a Pátria.
Fim da cassete. Hora: 14.27 (esta era das de 60 minutos…)
A Anabela Magalhães foi fazendo os prints e conta a história na totalidade, pelo que apenas irei aqui fazer um par de reparos sobre a conduta do presidente da câmara de Mesão Frio (vou excluir uns episódios enquanto provedor da Misericórdia e automobilista, que escapam a esta matéria) numa certa “rede social”, autarca que se diz professor, lamentando as “asneiras” que vê escritas e prestando-se a mostrar os seus parcos rendimentos por comparação com a classe docente.
Tudo começou com esta publicação no mural do senhor doutor presidente professor, que ele deixou pública, o que ele escreveu estava público, pois só assim foi possível a alguns de nós darmos pela coisa.
Atente-se agora no detalhe do recibo que ele apresenta e que corresponde ao salário base de um PCM de um município em que o número de eleitores (neste caso abaixo de 4000), faz com que recebam 40% do salário do PR. Gostaria de referir que apaguei elementos que o próprio tinha deixado visíveis, como morada, nº adse, de conta, etc.
Perante isto fui consultar a tabela de remunerações dos autarcas (Remunerações Autarcas) e confirmei que o senhor presidente da Câmara truncara o recibo omitindo os quase 900 euros e assinalei-lhe isso num comentário. Ou seja que ocultara cerca de 25% do que recebe efectivamente. Entre outros equívocos no que foi escrevendo.
Apagou-me o comentário. E agora bloqueou-me.
Perante isso, eu, a Anabela e mais colegas começámos a comentar de novo e colocámos lá os dados efectivos sobre o rendimento do senhor doutor presidente professor:
A conversa alongou-se de forma pouco favorável ao senhor autarca, que também tem a sorte de achar que com 32 anos de serviço vai já para o 9º ou 10º escalão.
Perante a questão do “não haver dinheiro”, chamei a atenção para dois contratos já do presente ano (este e este) da CMMF no valor combinado de quase 100.000 euros, um deles (66.5000 euros) para “Aquisição de Serviços com Disponibilização de Material de Suporte para Ministrar Ações de Capacitação para o Projeto – Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar de Mesão Frio.” e o outro para “Fornecimento e Instalação de Material Informático para o Projeto – Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar de Mesão Frio.”
E desapareci de lá porque já perdera meia hora do meu tempo com o assunto e porque me avisaram que ele acabaria por apagar tudo. Como efectivamente apagou. Ora, se não queria verdadeira transparência, porque carga de água decidiu fazer um publicação com dados truncados e colocá-la pública? Acha que não há professores por lá que conhecem a realidade e sabem enviar uma mensagem a contar-nos o episódio?
E é a esta gente que querem entregar a gestão das escolas (no caso dele, parece que fica tudo em família) por ser uma “democracia de proximidade”?
Phosga-se!
Parece que é dia ratos ao rio e cristas em baixo.