… que eu defendo, mas o faz de forma tendenciosa e falacciosa. Irene Flunser Pimentel clama em defesa da História, da Filosofia, da Memória, etc, mas afirma que o faz “num momento em que estão sob o fogo da extrema-direita e do nacional-populismo”.
Ora bem… em Portugal a recente reforma flexibilizadora do currículo permitiu fatiar a História no Ensino Básico aos semestres, manteve a Filosofia na sombra e elevou a Educação Física a disciplina dominadora ao serviço do Homem Novo e Saudável, enquanto um governante considerava “enciclopédicas” disciplinas como as atrás nomeadas, defendendo transversalidades praticamente sem conteúdo substantivo em nome de um “perfil do século XXI”. Essa reforma foi feita por um governo do PS, com o apoio do Bloco e do PCP. O que eu gostava mesmo é que quem bate muito no peito como sendo de “Esquerda” me explicasse esta situação à luz dos seus conceitos. Adianto desde já que não me choca nada classificar o regime costista como uma espécie de “nacional-populismo”. O que tem a historiadora Irene Pimentel a dizer acerca disso ou, como aqueles que critica, vê as coisas apenas preto e branco?
Até porque escreve que:
O populismo — lembro — caracteriza-se por dividir o mundo a preto e branco, entre, por um lado, o “povo” (bom), entidade colectiva perfeita e trabalhadora, e, por outro lado, as elites (más), sejam elas culturais, sociais, profissionais e/ou políticas, pois todas seriam corruptas e nada fariam pelo “bem comum”.
Ora… isto aplica-se que nem uma luva a muita da governação actual e à retórica política que a suporta. O ataque à História, Filosofia, Artes e Humanidades é transversal ao espectro político e é comum a todo o tipo de mentalidades tacanhas, parolas e pretensamente pós-modernas. Mas com o ponto comum da deriva censória. A que não são estranhas as práticas de cert@s historiador@s de um lobby situacionista que eu conheço mais do que bem.