E O Meu Caro, Excelentíssimo Henrique Monteiro, O Que Fez A Esse Respeito?

Afinal, é um senador da comunicação social do regime, com espaço privilegiado e fixo para denunciar todas estas coisas… o que fez? Sim, sabíamos de onde Berardo vinha, mas há uma assimetria imensa entre o acesso de uns e outros ao espaço mediático para o dar a conhecer. Com tanta oportunidade podia ter feito alguma coisa, mas o que fez, caro comendador fictício das cartas a tentar a pilhéria?

Toda a gente se indignou com o modo de estar, a fanfarronice, o desbragamento de Joe Berardo no Parlamento. Não sou exceção. Há, no entanto, uma diferença substancial entre as indignações que se ouvem: aquelas de quem nada podia fazer e aquelas de quem podia ter feito alguma coisa. A estes, recomendo que se interroguem como foi possível alguém cujo passado era de todos conhecido, chegar ao ponto a que chegou.

Vanishing

 

E Quem Fecha A Porta?

O Nogueira não é, porque está para durar, sacrificando-se ao ponto de não cumprir o desígnio tantas vezes expresso de voltar às salas de aula. De vitória em vitória até à aposentação final.

Não há greve. Professores trocam paralisação por “comícios da indignação”

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(não uma vigília, um luto, um velório qualquer? não estou a gozar… até porque sou um dos defuntos…)

Porque Será Que Isto Me Faz Lembrar Qualquer Coisa?

A administração da prova, que em princípio não é senão uma parte da argumentação destinada a obter o consentimento dos destinatários da mensagem científica, passa assim a ser controlada por um outro jogo de linguagem onde o que está em questão não é a verdade mas o desempenho, ou seja a melhor relação input/output. O Estado e/ou a empresa abandona o relato de legitimação idealista ou humanista para justificar a nova disputa: no discurso dos financiadores de hoje, a única disputa confiável é o poder. Não se compram cientistas, técnicos e aparelhos para saber a verdade, mas para aumentar o poder. (J.-F. Lyotard, O Pós-Moderno. Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 3ª edição, 1988, p. 83)

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