Em especial esta parte que ando a repetir há uns anos, sem grandes resultados, porque, lá está, sou um zeco alegadamente má língua, incapaz de ver como o futuro se parece com o passado.
Por fim, e o mais importante, há uma desvalorização do papel do professor, de ensinar, de transmitir um saber. Vem num pacote sinistro que inclui o falso igualitarismo nas redes sociais, o ataque à hierarquia do saber, o desprezo pelo conhecimento profissional resultado de muito trabalho a favor de frases avulsas, com erros e asneiras, sem sequer se conhecer aquilo de que se fala. É o que leva Trump a dizer que se combatia o incêndio
de Notre-Dame com aviões-tanques atirando toneladas de água, cujo resultado seria derrubar o que veio a escapar, paredes, vitrais, obras de arte. É destas “bocas” que pululam nas redes sociais que nasce também a hostilidade aos professores. É o ascenso da nova ignorância arrogante, um sinal muito preocupante para o nosso futuro.
E é muito grave que essa desvalorização tenha um dos seus epicentros exactamente no ministério da Educação e que existam governantes que definam como “professores do futuro” aqueles que alinham na sua própria desqualificação. Achando que é recompensa o selo de asnos com que acabam por se passear por aí.