Há coisas que parecem que não são. Mas logo se desmonta isso. Na TVI24 Jorge Coelho elogia a importância do PAN no sistema político nacional. O circo está montado. Basta ver o que aconteceu ao Máááárinho Pinto, que já fogachou.
Dia: 26 de Maio, 2019
Comparativo Com 25 Freguesias Por Apurar
Uma coisa inédita: Jerónimo assume claramente a derrota. Analisando por concelhos, em alguns bastiões históricos, o descalabro é ainda maior do que o das autárquicas. Alinha os contributos que terá dado para a governação, mas era bom que percebessem que, no mundo real, ninguém lhes dá grande crédito por isso. Seria bom que percebessem as razões. Não chega dizer que em 2014 tiveram um bom resultado por causa da troika.
Comparativo Com 50 Freguesias Por Apurar
Às 22.25
A Pressa De Alguns Comentadores Em Meterem Os Professores ao Barulho…
… para explicarem a “vitória de Costa” e a “derrota de Rio” (sublinhada por comentadores próximos do PSD e não apenas do PS) acaba por atropelar o essencial… de algum modo, “venceram” os que mantiveram a posição (PS contra, BE a favor) e “perderam” os que se acagaçaram e viraram o bico ao prego (PSD e CDS). O caso do PCP é mais complexo (ou me por isso) porque resulta da erosão de um eleitorado que costumava ser fiel enquanto o PCP era fiel a si mesmo ou às suas causas e isso cada vez parece mais diluído.
Seria interessante perceber o que se passaria se o PSD (pelo menos) tivesse ido a jogo e enfrentado a chantagem de Costa.
Acreditando Nas Sondagens
- Vitória esmagadora da abstenção.
- O PS terá um resultado próximo do de 2014, embora os analistas estejam a hiperbolizar uma subida de 1-2%
- O Bloco sobe muito e será um dos vencedores da noite,
- O PSD e CDS terão um resultado próximo do de 2014 quando concorreram em conjunto, com pior desempenho claramente do CDS. Não se sabe quantos votos terá o Aliança.
- O PCP, tal como nas autárquicas, perde espaço, sendo o mais penalizado da geringonça
- O PAN ganha um deputado, no que é um fenómeno de ascensão do radical-centrismo, principal beneficiário da abstenção.
Entretanto, reparem no Wally que apareceu logo perante as câmaras, dando a perceber quem está no centro duro das decisões (ao contrário do que gosta de fazer passar nas escolas quando lá vai a dizer que é só pedagogias).
Em 2014, Foi Assim
Pode ver-se aqui. Abstenção de 66%, mais ou menos.
As Europeias, Lá Fora
European elections 2019: first exit polls published ahead of results – live
Latest elections news from across EU member states, including the UK which is taking part after Brexit negotiations stalled
Turnout: highest for 20 years
Turnout across the EU27 member states is close to 51%, the European parliament has announced. That is the best score since 1994.
Uma Forma Certa De Combater A Abstenção Seria…
… ter a possibilidade de votar por um candidato e, ao mesmo tempo, retirar um voto a outro. Poder votar contra. Um dislike, para usar linguagem de rede social. Um voto a mais para um e a menos para outro. Uma democracia mais completa e criativa, que permitiria expressar quem queremos mais e também quem queremos menos.
Mais importante do que voto electrónico, garanto-vos. Haveria até quem quisesse votar mais de uma vez.
Muito Pelo Contrário, Senhor Presidente…
… o que está em causa é que os eleitos cada vez representam menos os cidadãos. A liberdade é um valor que está acima da operacionalização de uma “democracia liberal” que, sendo o que se arranja de melhorzinho, nos últimos tempos só nos lembra o que tem de pior.
Como já escrevi, a lógica do simplista “se não votas, não podes abrir a boca”, até por ser constitucionalmente secreto o exercício do voto, é falacciosa. Dessa forma, estaríamos sempre impedidos de nos pronunciar ou criticar aquilo a que não pertencemos.
Por exemplo, os próprios democratas estariam impedidos de criticar outras formas de regime em cuja definição não participaram. Ou acabaria a discussão sobre futebol por parte de quem nunca o praticou, muito menos a nível profissional (mas, calma, um dia já alguém usou esse argumento para desvalorizar a minha opinião sobre o que seria ou não um penalty). Ou quem é ateu deixaria de poder discutir o funcionamento das organizações religiosas.
A “autoridade” é perdida é por políticos que cada vez se representam apenas a si e aos seus interesses e mentem de forma acintosa e confiante de que têm a protecção superior da mais alta magistratura. Em nome da “responsabilidade” e “estabilidade” que, como se sabe, eram dois dos conceitos inscritos na Revolução Francesa em conjunto com a “sustentabilidade”.
Pois é, senhor Presidente, Demagogia é isso mesmo. E digo-o apesar de ter votado. O apelo é voto deve ser feito pela positiva e não pela via do amesquinhamento e do desvirtuamento do sistema representativo.
Só 12% dos portugueses votaram. Estão a “perder autoridade para criticar políticos”, diz Marcelo