O Grande Ocultador

O Banco de Portugal tem enormes responsabilidades no estado de descalabro a que chegou o nosso sistema financeiro, que apenas se aguenta porque agora basicamente pratica extorsão legal com os depositantes.

Mas o Banco de Portugal tem uma imensa falta de decoro e muita pouca vergonha em matéria de responsabilidade em tudo isto.

Antes de mais, discorda do próprio órgão legislativo em matéria de “interpretação da lei. Adicionalmente, levanta reservas sobre o que pode ser entendido como “grande devedor” de banco para banco, algo que, isso sim, deveria ser uma das suas atribuições.

No entender do Banco de Portugal (BdP) seria pertinente uma discussão jurídica da lei que obriga à divulgação da lista dos grandes devedores da banca que o supervisor não interpreta da mesma forma que o parlamento.

(…)

O supervisor salienta que o título de grande devedor também é diferente de banco para banco e que se trata de um exercício nunca visto na Europa com aquele grau de detalhe e exposição.

Já agora… o que é inédito na Europa se calhar resulta do grau de incompetência e inoperância do Banco central português ser incomparável ao de qualquer outro num país que se pretenda civilizado.

Alcatrao2

Justiça, Equidade, Mobilização, Abstenção, Educação

Temos uma classe política que pode ser genial quando pensa lá em casa, mas que quando abre a boca é um descalabro. Anda tudo preocupado com a abstenção, mas não a estudaram e fazem assim umas declarações a roçar a imbecilidade analítica ou o voluntarismo de trazer por casa, Veja-se o ME a querer “agir urgentemente” nas escolas por causa da abstenção, sem sequer ter um qualquer estudo que demonstre que a abstenção é maior entre os jovens. Ora… para começar, para convencer os jovens de que a democracia funciona a partir das escolas, conviria que o funcionamento das escolas não fosse a primeira prova directa de que a democracia é uma ilusão e um simulacro. Que o esforço compensa, que o mérito não esbarra em ideologias pseudo-igualitárias e que há um pingo de justiça, transparência e “equidade” na lógica organizacional do sistema educativo. El@s percebem depressa que é tudo uma grande fantochada e que as coreografias de “assembleias de turma” ou “orçamentos participativos” com urna ausente não passam de estratégias pouco habilidosas para iludir os mesmo parolos. A minha (nossa) função como professor não é enganá-los, muito pelo contrário. E tentar-nos justificar o injustificável é uma das vias mais rápidas para nos descredibilizarmos. Pelo que… mais vale a dura verdade desde já do que a frustração do choque com a lógica do cartão daqui a uns anos. E respeitá-los é não os tratar como idiotas.

Haddock

5ª Feira

Uma das poucas “vantagens” de irmos sendo mais velhos e, já agora, adultos, deveria ser uma certa capacidade de desmontar as tretas, as desculpabilizações com escassa vergonha, as justificações sem ponta por onde se lhe pegue, enfim, a chamada banha da cobra. Mas parece que não. Dá a sensação de cada vez ser mais apertado o espaço entre a infantilidade e a senilidade.