Não me espanta encontrar Constâncio envolvido nos negócios de Berardo, dando o aval aos seus créditos. Constâncio é daquelas criaturas que ao longo das décadas sempre me despertou uma rejeição imediata, não por ter uma personalidade forte, mas antes por parecer a inutilidade mais útil a um regime que quer dar a aparência de qualquer coisa “técnica”, mas apenas precisa de um porteiro que deixe entrar e sair os convidados certos. Na escala dos barrosos, fica a meio da tabela (5/10), enquanto o original ficará um pouco mais acima (7/10) e um arnaut pelo meio (6/10). No dia em que consiga internacionalizar-se, um mexia é tipo para os ultrapassar, o que foi quase conseguido pelo zeinal.
Voltando ao Constâncio, que oportunamente se esquece de tudo o que de relevante poderia divulgar publicamente ou no Parlamento, é o exemplo mal acabado de alguém a quem produziram uma aura de “independência” e “rigor” para que possa ser colocado como adequado pau-mandado, sem espinha ou personalidade que o capacitem para dizer não os verdadeiros poderosos. A quem se manda lá para fora quando começa a notar-se que algo cheira mal, para posição adequada a que se mantenha calado.P or razões de decoro, abstenho-me de dizer o que aquela cara de […] me faz lembrar, com aquele ar de quem ou nunca fez o que gostaria mesmo por falta de coragem ou fez e correu mal e então ficou assim, como se estivesse sempre a cheirar gases próprios e alheios.
Um regime que promove constâncios degrada-se e descredibiliza-se a si mesmo. Com cravinho e carrilho fez o triplo C de cromos que a República Socrática recompensou com prateleiras externas douradas de forma duvidosa pelos seus serviços ou para evitar incómodos. E todos aceitaram. Constâncio foi por certo o que nos custou mais caro. Como em breve se perceberá que o duplo CC que lhe sucedeu nos anda a custar. E que, a menos que a idade o impeça, também acabará “promovido” para longe da choldra para se calar.
Onde estão as toneladas de ouro? O que foi feito delas?
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Num país que tivesse sistema judicial, este polvo mole, peganhento e asqueroso estava há muito atrás das grades.
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Mas curiosamente, ou não, nunca se refere o mandante por detrás dessas marionetas ao serviço da estratégia de assalto ao BCP.
Relativamente à deliciosa “escala dos barrosos” (mais uma feliz criação do PG) e face às atuais movimentações do Costa no seio da UE, dar-lhe-ia uma classificação de 12 em 10. O poucochinho também saltaria fora caso os restantes europeus demonstrem ser tão (… preencher a gosto…) quanto o povo português. O 12 não é engano, é uma elegia a uma efetiva e transbordante demonstração de como “rebentar a escala” num inaudito nível de manipulação, descaramento e trafulhice. O indivíduo quer exportar a corrupção à portuguesa para os incautos que vão na conversa, seja na forma da sua excelsa personagem, seja através de capos…
Tudo isto alegadamente, of course.
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Escondeu?
Rico eufemismo para o “mentiu com quantos dentes tem na boca”.
Constâncio escondeu ao Parlamento que autorizou Berardo a levantar 350 milhões da CGD
No depoimento que prestou em março deste ano no Parlamento, o antigo governardor garantiu que o Banco de Portugal não tinha forma de saber que a Caixa ia financiar o empresário, mas documentos revelados esta sexta-feira pelo “Público” mostram que a decisão foi acordada pelo conselho de administração do banco central
Vítor Constâncio, vice-presidente do Banco Central Europeu, omitiu dos deputados portugueses que em 2007, enquanto governador do Banco de Portugal (BdP), autorizou José Berardo a ir levantar 350 milhões de euros junto da CGD para comprar acções do BCP, avança o “Público” esta sexta-feira. No depoimento que prestou a 28 de março deste ano, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Constâncio havia garantido que o BdP não tinha forma de saber que a Caixa ia financiar Berardo.
De acordo com documentação a que o matutino teve acesso, a 21 de agosto de 2007 o conselho de administração do banco central, chefiado por Constâncio, reuniu-se com um ponto na agenda: analisar um pedido de reforço da posição de Berardo no BCP, de 3,99% até 9,99%, com um financiamento de 350 milhões de euros a libertar pela CGD.
Esta informação chegou ao BdP a 7 de agosto de 2007. Nesse dia, a Fundação Berardo (FB) deu conhecimento ao departamento de supervisão bancária do BdP que planeava investir no BCP com “recurso a fundos disponibilizados pela CGD, através de contrato de abertura de crédito em conta corrente, celebrado a 28 de maio de 2007, até ao montante de 350 milhões de euros pelo prazo de cinco anos”. Na mensagem em causa, Berardo remetia, em anexo, os contratos que negociara com a CGD.
Passados quinze dias de ter chegado ao BdP, Vítor Constâncio aprovou o pedido do investidor especulativo para se tornar um dos principais acionistas individuais do maior banco privado português, o BCP.
A 28 de agosto de 2007, dois quadros do departamento de Supervisão Bancária, Carlos Nunes e Virgílio Martins, dirigiram-se “à Fundação Berardo – Instituição Particular de Solidariedade Social” para fechar o dossiê: “O Conselho de Administração do BdP, em sessão de 21 de agosto de 2007, deliberou não se opor à detenção pela Fundação Berardo” de uma participação qualificada “superior a 5% e inferior a 10%, no capital do BCP e inerentes direitos de voto”, lê-se nos documentos a que o jornal teve acesso.
https://expresso.pt/revista-de-imprensa/2019-06-07-Constancio-escondeu-ao-Parlamento-que-autorizou-Berardo-a-levantar-350-milhoes-da-CGD
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