Será Para Continuar E Não Apenas Para Um Ano Específico, Certo?

Porque poderia pensar que era a pensar num afilhado meu que vai concorrer exactamente a dois destes cursos…

Em concreto, a proposta enviada pelo MCTES ao Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e presidentes do Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos (CCISP) que o Educação Internacional leu, autoriza os cursos superiores de Lisboa e do Porto mais procurados por alunos de excelência – com notas iguais ou superiores a 17 valores – a aumentar as vagas até 15% no próximo ano, depois de em 2018 terem sofrido um corte de 5%.

Esta disposição abre a porta a que cursos como Engenharia Física Tecnológica, Engenharia Aeroespacial e Matemática Aplicada e Computação, do Técnico, ou Engenharia e Gestão Industrial e Bioengenharia, da FEUP, aumentem o número de vagas já no próximo ano letivo.

Duvida

A Flexibilidade Encolhe As Aprendizagens?

A notícia de que os exames de 11º ano necessitam de se adaptar aos alunos das escolas com o pafismo educacional não me deixa espantado, pois esta seria a consequência lógica de todo o processo. No entanto, não foi isso que foi dito, pois garantiu-se que a flexibilidade costista, em conjunto com as “aprendizagens essenciais”, ao serviço do Perfil do aluno para o século XXI, seria uma estratégia para melhorar as aprendizagens, não para as “encolher”. Claro que era mentira, pois a flexibilização é uma forma de aligeirar o currículo e reduzir os conteúdos leccionados, sendo uma treta rematada que compense isso com o desenvolvimento de “competências superiores”.

Pub16Jun19

Repito-me quando digo que prefiro a sinceridade de quem assume o que faz com clareza do que a hipocrisia de quem diz que o flato não é flato e a ser não é seu. A flexibilidade e autonomia, assim como as aprendizagens ditas “essenciais” tornaram-se um “programa mínimo” que as provas finais ou exames do renovado IAVÉ se limitam a validar, demonstrando que a sua “autonomia” só chega até ao que o poder político manda fazer (e avaliar).

Claro que os alunos nas escolas que aplicam as versões mais holísticas e folclóricas do PAFC estariam em desvantagem perante os que seguiram o currículo regular caso os exames fossem feitos de acordo com o programa tal como ele é e a maioria de professores e docentes procuraram cumprir. Ou seja, teremos exames moldados aos interesses de uma minoria. Nivelando a bitola pela métrica política do senhor secretário de Estado que não quer ver demonstrado à luz do dia que anda a vender fancaria pedagógica pelo país. Mais valia apostar ainda mais na meditação e deixar-se de discursos vácuos e vitimizações patéticas quando é criticado.