E O Que Dizer Dos Programas De Gestão Que Têm Sido Usados Pelas Escolas?

Não há um que ultrapasse um teste simples de segurança para ligações com acesso a dados de dezenas de milhar de docentes e centenas de milhar de alunos. Já nem me preocupo… de que adianta? Somos obrigados a usar ferramentas digitais feitas em cima do joelho e que para serem mais baratas, algumas escolas aplicam em versão beta. Até aluno do Básico conseguem bloquear sites de agrupamentos, por isso…

Falha no sistema de gestão de escolas expôs 128 mil utilizadores

Especialista conta que estavam acessíveis os dados do Cartão do Cidadão, era possível aceder aos horários dos alunos e até a informação sobre doenças, sobretudo alergias. Ministério da Educação diz que, “de acordo com a informação disponibilizada, as fragilidades técnicas detectadas terão sido superadas”.

BigBrother

Porque @s Professor@s, Em Cima De Todo O Resto E Apesar De Estarem Velhot@s (Dizem A OCDE E O CNE, Como Se Nós Mesmas O Não Soubéssemos E Fosse Preciso Explicarem-nos), Ainda Têm De Ser Excelentes Condutor@s

Do mural da Fátima Inácio Gomes:

Momento de serviço público 

Não sei se a generalidade das pessoas sabe como se processa alguma da logística dos exames nacionais. Sintetizando, os exames são levados no dia da prova, pela polícia, entregues a um responsável único, nomeado, e guardadas num cofre, até à hora da realização. Depois voltam para o cofre, ao fim do dia são levantadas, novamente pela polícia, que as leva para o agrupamento de exames do distrito, onde são guardadas num cofre.

No dia marcado, os corretores vão levantá-las. E levam-nas para casa 

A caminho de casa, com um envelope com 50 exames, voltei a pensar “e se me acontece alguma coisa pelo caminho?”. Não pensei com receio de me magoar a mim, ou no carro, naquele momento pensava “como se resolveria isto se acontecesse algo às provas?”. Sim, acidentes acontecem…

A coisa não é simples, caso acontecesse: aqueles alunos, sem culpa alguma, seriam prejudicados. Mesmo permitindo-lhes repetir a prova, concorrer na mesma à primeira fase, como compensar o desgaste de terem de passar outra vez pelo exame? como garantir que as condições fossem iguais? garantir que não correria pior que o outro? ficar sempre a dúvida de que o “outro” estaria melhor?

Mas é isso… há todo aquele aparato de segurança e, depois, estes exames ficam assim entregues, nas mãos de pessoas que os levam para casa. Eu nunca mais os tiro de casa até à data de os devolver (e lá vou eu no carro a pensar no mesmo). Tenho receio de águas e outros acidentes. Já tive as miúdas pequenas a quererem riscar os mesmo… agirão todos os corretores da mesma maneira?

Sim, poderia resolver-se isto: os corretores corrigiriam nas escolas ou no agrupamento de exames… mas isso implicaria um horário fixo de trabalho. Eu adoraria! não trabalharia à noite nem ao fim de semana e feriados. Mas isso implicaria terem de dar mais tempo para a correção… não poderia estar, como ontem, das dez da manhã até à 1:30 da noite a corrigir, porque me propus corrigir uma questão inteira dos 50 exames (sim, uma! é o que dá ser professora de português…). Isto tem de estar pronto antes da 2ª fase… e assim se ganha tempo…

Gostaria mesmo de saber se nunca aconteceram, neste anos todos, acidentes…

uma_ultrapassagem

Felicidades

Li há pouco, no mural de uma “rede social” de um amigo que gosto de seguir e ler sabendo a enorme discordância que nos divide neste momento, o quanto algumas pessoas estão extremamente felizes com o estado da Educação e a situação das escolas no presente. Congratulam-se efusivamente pelas suas reformas, pelo triunfo das suas ideias e do seu modelo/paradigma. Eu compreendo essa felicidade, a dos vencedores, a dos que sentem que conseguiram impor as suas crenças. O que acho curioso é que lhes desagrada imenso as críticas que destacam o que se passa de mal nas escolas (como se fosse tudo mentira) e o modo como criticam quem foge da cartilha dominante. Afinal, a tolerância com as opiniões divergentes é mais fácil de enunciar do que de praticar. E não é de espantar que muitas dessas pessoas estejam mais próximas da formação doutrinária (claro que estimo mais a opinião de um certo presidente de assembleia municipal, doutorado em fretes políticos) do que do quotidiano escolar completo e repleto. Claro que as há em exercício, mas a riqueza de espírito não é para todos nós.